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Como isso é possível?

As coisas acontecem sempre por um motivo, eu acredito nisso e passei a acreditar também que não foi à toa que Matthew se assumiu para a televisão, para todo a cidade, todo estado e pais. Sei que tudo que aconteceu tem um porém, eu passei a ter coragem de ir atrás do homem que eu amo depois de ter o apoio de minha mãe e principalmente de minha tia, que me abriu os olhos, por mais que eu quisesse fechar as vezes, ela sempre estava lá para abrir novamente em relação ao amor que eu sinto e que Matthew também deveria sentir, mas eu pergunto novamente, como é possível as coisas acontecerem, tudo abrir brecha para outro acontecimento e atitude, onde tudo pode se encaixar e ficar bem, ai do nada acontece algo que abre um enorme buraco no caminho, caminho que falta poucos passos para chegar no auge, onde eu queria estar, onde eu deveria estar.

Matthew me completava e eu sentia um vazio longe do mesmo, o que nós tínhamos era bem mais que o sexo, do que o prazer, do que um beijo na boca, muito mais que um simples gostar e eu tentei esquecer, fingir que esqueci isso, mas sem sucesso. Ai quando decido voltar para tentar resolver as coisas, Tatiane aparece e em vez de me ameaçar, ameaça minha mãe de uma forma que só de pensar, sinto um medo e um frio na barriga, medo que eu nunca pensei que sentiria daquela mulher!

Caminho pelas ruas, devastado, sem prestar atenção em tudo que estava em minha volta, os pássaros cantavam, eu nem me ligava, a vizinha lavava a calçada, eu nem olhava, parece que o meu mundo parou e nessa pausa, minha mãe não saia da minha cabeça, ela era tudo para mim nessa vida depois que meu pai se foi.

Em meio essa caminhada, chego à frente de casa. Ando devagar, subo a pequena escada e ando até a porta que estava aberta, claro, mamãe deixava a porta assim pois o bairro era tranquilo, estava de manhã e minha tia estava na mesma casa, elas estavam tranquilas, coisa que de longe eu estava sentindo, a tranquilidade que eu tinha ao chegar em casa.

Abro a porta, entro pela mesma e a fecho. Caminho em direção a sala e vejo tia Amber e minha mãe, cada uma deitada em um sofá com a TV ligada, vendo novela. Passo por elas, sem olhar para as mesmas, minha tia me percebe, senta-se no sofá, me olha se encostando nas almoçadas e diz:

- Alex, já chegou querido?

Paro no caminho, sem me virar, digo:

- Já sim tia, eu vou fazer a lição de casa agora! – Digo tentando esconder minha frustação.

- Faz depois filho! – Minha mãe diz, ficando do mesmo jeito que minha tia no sofá – Vai comer alguma coisa agora.

Fico ali, parado, analisando que não só hoje, ela sempre se preocupou comigo, por mais que eu sabia, eu nunca me liguei de verdade as pequenas ações, falas que demonstrassem isso, por mais que eu me preocupasse bem mais com ela, até demais quando ela ficava doente, eu achava que tinha que cuidar dela, por mais que seria uma simples gripe, como foi no dia em que vi Matthew pela primeira vez.

Após pouco tempo, decido dizer:

- Eu vou comer mãe! Obrigado! Mas tenho que fazer a lição primeiro! É para amanhã, vai que eu esqueço – Digo, novamente tentando parecer que nada havia acontecido.

- Tudo bem! Mas não esquece! – Ela diz voltando a se deitar no sofá para ver a novela.

- Pelo menos isso você faz direito não é Maria?! – Minha tia diz debochando.

- Eu faço tudo direito Amber! Nem vem que eu quero assistir! – Minha mãe diz com os olhos grudados na TV.

Vou para meu quarto, que fica no outro corredor que dá acesso a sala. Entro pela porta, fecho a mesma vou até a cama, jogo a mochila vazia na mesma e me sento ali. Fico sentado na cama, paralisado, ainda lembrando do que houve na rua e o que eu faria agora, até que meu celular toca, pego o mesmo e vejo que é uma mensagem de um número que não estava na minha lista de contatos, a mensagem dizia...

Incondicionalmente (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora