19. Você está ai?

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Fico sem saber o que dizer, na verdade, é para ele dizer algo, não eu, pois Yoko perguntou aquilo a ele. Miguel também estava quieto por segundos, como eu. Apesar de deixar escancarado que estava meio afim de mim, nenhum de nós esperávamos por aquilo.

Yoko olha para mim, percebendo minha vergonha. Ela olha para Miguel também e logo diz:

- Diz alguma coisa! – Ela volta a olhar para mim – Vocês ficaram mudos?

- É... Parece ser uma ótima ideia! – Ele diz olhando para mim, com um sorriso de canto, mas falando para Yoko.

- Eba! – Yoko diz animada – Agora vamos voltar que já está quase na hora!

Yoko se levanta, indo em direção a saída da porta. Miguel faz o mesmo e olha para trás, me vê de pé e diz:

- Vamos Alex! – Ele diz em um tom de calma.

Yoko já havia saído da sala, então logo digo:

- Vamos Miguel! – Digo envergonhado.

Quando saímos da porta, olhamos para a direta e vimos Yoko parada, nos esperando, mas sem tirar os olhos da frente. Chegamos perto dela, então, olho para frente e não tão longe dali, vejo Matthew e mais um homem, apontando para algumas coisas dentro de uma sala. Provavelmente se tratava de negócios, de alguma reforma de alguma coisa.

Os dois saem dali e trocam algumas palavras...

- Então tá senhor Walker! Então eu vou atrás dos quadros nas melhores lojas, mas só mais uma pergunta, vai precisar trocar mesmo a máquina de snacks? – Diz o homem que conversava com Matthew.

- Como eu já disse, quero trocar todas desse andar! Quero deixar tudo perfeitamente do meu jeito! – Ele diz em um tom autoritário.

- Tudo bem, então é só a máquina de snacks, os quadros e alguns pufes, não é?!

Matthew olha para o lado e avista nós três, ele continua olhando mais sério depois de me ver ao lado de Miguel. Após olhar por algum tempo, ele vira o olhar, parecendo não se importar mais e continua conversando com aquele homem que aparentava ter uns 45 anos. Então ele diz:

- Isso mesmo!

- Pode deixar comigo senhor Walker! – O homem estende a mão.

- Obrigado! – Matthew aperta a mão dele.

Caminhamos até passarmos por ele. O elevador ficava no corredor a direita, não tão longe de Matthew e daquele homem. Ao passar em seu lado, olho para ele que de relance, olha para mim, mas logo volta a olhar para o homem.

- Vou confiar em você José! – Matthew diz.

- Pode confiar senhor!

Yoko aperta o botão do elevador. Ele logo se fecha e eu não tiro os olhos de Matthew até as portas se colarem.

Yoko se encosta na parede do elevador, do lado direito e diz:

- Esse Matthew Walker chega a me dar medo as vezes, ele é tão sério! – Ela diz em um tom engraçado.

- Realmente, ele é grosso as vezes! – Miguel diz olhando para Yoko e para mim – Não é mesmo Alex?

- É... – Digo sem dar muita bola para o que eles haviam dito.

Voltamos para nosso setor, batemos o ponto e voltamos a trabalhar. No meio do trabalho, não paro de pensar em Matthew, mesmo trabalhando igual a um robô, fazendo tudo que fazia todos os dias, eu imaginava nós dois, brincando de tacar agua um no outro, hoje naquele rio. O sorriso daquele homem não saia da minha mente, era tão lindo, raramente ele sorria perto de mim, talvez nem longe de mim ele sorria, é o que parece as vezes.

Incondicionalmente (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora