9. A casa certa

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Suas mãos viajavam por meu corpo, percorrendo cada parte dele enquanto sinto sua boca com a minha, sua língua se chocando com a minha e nossos corpos distantes queriam estar pertos, mas havia uma parte onde a marcha do carro não nos deixava se aproximar tanto assim, também por estarmos sentados.

O vidro do carro dele é escuro, ou seja, ninguém pode ver de fora para dentro.

Cada movimento daquele beijo é sentido, cada toque de Matthew em meu corpo é mais sentido ainda. Ele para de me beijar aos poucos, segura meu rosto com sua mão esquerda, olha bem nos meus olhos e diz:

- Posso te levar para casa? – Ele pergunta sem tirar os olhos de mim.

- Melhor não – Digo com medo de ser visto com ele – Eu estou perto!

- Por que não? – Ele solta suas mãos de mim – Nós estamos perto da sua casa, não há problema!

- Por isso mesmo Matthew! – Digo tentando convencê-lo de me deixar ir a pé – Estou perto, não precisa gastar seu precioso tempo para me levar em casa! – Eu sorrio para deixar o clima menos pesado.

- Eu escolho o que fazer com meu tempo Alex! – Ele diz sério – E agora eu quero te levar para casa!

Fico sem saber o que dizer, Matthew me intimida com aquele olhar e aquele tom de voz que me deixava louco, mas eu não queria ser visto com ele, isso poderia acontecer. Eu sei como é sua vida, ele é bem falado no pais inteiro, principalmente aqui em Boston e no estado de Massachusetts, notícias sobre ele é umas das coisas que mais saem em mídias, fotos dele despercebido em algum lugar, essas coisas. Até estranho ele não se preocupar com essas coisas, de estar com um garoto em seu carro e leva-lo para casa sem ter medo de ser visto por alguém e em minutos já ser notícia na rede.

Logo após me olhar por um tempo, ele liga seu carro, coloca o cinto, muda a marcha e o carro sai dali, sem entender nada eu digo:

- O que você está fazendo? – Pergunto olhando para ele espantado.

- Eu estou te levando para a casa Alex! – Ele diz dirigindo e olhando para frente – E você vai me falar onde é!

Cada momento eu me surpreendo mais com Matthew Walker. Ele é um homem que consegue tudo o que quer de qualquer maneira, seja nos negócios ou até coisas pessoais. Olho para fora do carro e vejo que o carro está mesmo se movimentando para longe dali e que ele não estava brincando só para mim dizer onde era minha casa.

Olho para ele novamente e digo:

- Matthew deixa eu ir para casa sozinho! Depois nos falamos! – Digo tentando convencê-lo.

- Coloca o cinto Alex! – Ele ordena.

Fico olhando para ele indignado por aquilo, por ele não deixar eu sair do carro. Aquilo é uma escolha minha, se quero ir para casa sozinho ou não, isso só eu posso decidir, quer dizer, Matthew conseguiu decidir, como ele consegue tudo o que quer de um jeito ou de outro.

Matthew olha para mim rapidamente, vê que estou sem o cinto e volta a olhar para frente dizendo:

- Coloca o cinto! – Ele diz estando sério.

Decido colocar o cinto, pois sei que ele é necessário para evitar acidentes, mas eu não queria que ele me levasse para casa, meu coração estava batendo rapidamente, eu não esperava que iria acontecer aquilo sem saber nenhuma notícias sobre aquele homem a dois dias.

Durante o curto percurso, ele perguntava onde teria que virar e eu falava não querendo falar, em qual rua tinha que entrar e então chega no quarteirão de minha casa. Avisto ela de longe e digo:

- Aquela ali é minha casa! – Digo apontando para uma casa mais perto.

Matthew olha para a casa desconfiado, via isso em sua cara. Volto a olhar para casa e digo:

- Pode parar aqui, eu vou andando até lá! – Tento parecer convincente – São poucos passos.

- Tá – Ele diz olhando para casa desconfiado.

Matthew para o carro e me olha intensamente, então, antes de descer ele me surpreende com mais um beijo, como todos os outros, gostoso, bom, quente e delicioso. Após isso ele me olha e diz:

- Fique bem garoto!

- Você também! – Digo saindo do carro.

Abro a porta furtivamente e fecho-a, lentamente sem fazer barulho. Não tem quase ninguém na rua, apenas uma senhora varrendo a calçada, mas bem longe dali.

Caminho lentamente em direção a casa, pela calçada esperando Matthew ir embora. O carro se aproxima de mim ao meu lado, abre a janela e continua me olhando. Olho para ele, sorrio sem graça e então, continuo olhando para frente.

Eu pensava que o carro dele iria me seguir, ficando ao meu lado e que ele iria esperar eu entrar na casa que havia falado que morava. Se fosse isso, ele iria saber que eu estava mentindo, pois não poderia entrar na casa de um estranho por nada e se a porta estivesse trancada? Da até vontade de rir, mas eu estou morrendo de medo se ele continuasse com o carro me acompanhando.

Depois de alguns segundos, andando devagar, o vidro se fecha por Matthew que aperta um botão ao seu lado e o carro começa a ir em minha frente. Finalmente ele estava indo embora, e meus passos diminuem a velocidade ainda mais, pois a casa estava perto, faço isso no caso de ele olhar para trás.

Eu não entendia essa obsessão de Matthew por mim, mas sabia que era passageiro. Pessoas com o reconhecimento e porte dele, não costuma a ficar com uma pessoa que mora em um bairro de classe média, que para ficar eles preferem alguém da mídia, reconhecidos também são poucos que ficam com pessoas que não são reconhecidas por algo ou até por seu talento. As vezes passava pela minha cabeça que ele só queria se divertir comigo, mas as vezes, do jeito que ele age, parece que é ao contrário, eu estava confuso e prefiro não pensar nada.

Após o carro desaparecer, virando a esquina, fico mais aliviado e caminho normalmente até minha casa que fica bem mais a frente, alguns metros de onde estava. Então em pouco tempo, já chego em minha casa. Caminho até a pequeno degrau que dá acesso a porta, pego a chave em minha bolsa para abrir e sem perceber, o carro de Matthew se aproxima em frente da minha casa. Pego a chave, olho para a rua e vejo o carro dele. O vidro se abre e ele olha de longe para mim. Não dava para ver exatamente seu rosto por ele estar longe, mas pelo que imagino ele está furioso e eu? Fico nervoso novamente e meu coração bate mais rápido novamente, só ele fazia isso acontecer.

Ele deve ter dado a volta no quarteirão, retornando até minha casa.

Matthew sai do carro e fica na calçada me olhando, metralhando seu olhar sério em mim. Com certeza ele sabia que essa é a casa certa, que eu morava ali. Matthew é esperto, bem que eu imaginei que ele desconfiava de algo.

Sem perceber, minha mãe sai de casa, olha para mim e diz:

- O que você vai ficar fazendo aí fora?

Ela percebe que meu olhar está virado para Matthew, então, ela olha para a direção que olho e vê Matthew parado na calçada de nossa casa. Mamãe arregala os olhos e se surpreende por ele estar aqui.

Mamãe admira muito Matthew e vê-lo parado em frente a sua casa não acontece todos os dias, ela não esperava por isso.

Incondicionalmente (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora