A Carta (Halsren)

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N/A: A pedido da @JaureguiSweetTS27 vamos de Halsren. Adaptaçao de um texto e espero que gostem.

P.s: A partir dessa Oneshot, quem fizer pedidos de Oneshot, ela sera feita e publicada no novo "livro" e nao nesse ta?

P.O.V Halsey

  Conheci ela no Rock. Essa frase pode parecer romântica se você imaginar alguém tocando The 1975 num subsolo esfumaçado de Nova York.

  Mas o Rock em questão era aquela aula de dança que todas as garotas faziam nos anos de 2016 –onde ouvia-se tudo menos Rock. Ela fazia testes para a banda. Meu irmão fazia tambem. Eu não fazia parte mas ia buscar meu irmão nos ensaios. Ela estava lá. Cantando. Nunca vou me esquecer: a música era "Chocolate", do The 1975.

  Quando as meninas se jogavam no chão, ela ficava no alto. Quando iam pra ponta dos pés, ela caía de joelhos. Quando se atiravam pro lado, trombavam com ela que se lançava pro lado oposto. Os olhos, sempre imensos e verdes, deixavam claro que ela fazia ideia do que estava fazendo. Foi paixão à primeira vista. Só pra mim, acho.

  Passamos algumas madrugadas conversando na DM do Twitter ao som de Demi Lovato e Goo Goo Dolls. De lá, migramos pro Facebook. Do Facebook pro Whatsapp, do Whatsapp  para o Skype.

  Começamos a namorar quando ela tinha 21 e eu 24, mas parecia que a vida começava ali. Vimos todas as séries. Algumas várias vezes como Pretty Little Liars. Fizemos todas as receitas existentes de Bolo. Queimamos algumas panelas de comida porque a conversa tava boa. Escolhemos móveis sem pesquisar se eles passavam pela porta. Escrevemos juntas melodias, musicas. Fizemos uma dúzia de amigos novos e junto com eles o Fifth Harmony. Fizemos mais de 50 passeios só nós duas —acabei de contar. Sofremos com os haters, rimos com os shippers. Viajamos o mundo dividindo o fone de ouvido. Das dez músicas que mais gosto, sete foi ela que me mostrou. As outras três foi ela que compôs.

   Aprendi o que era feminismo e também o que era cisgênero, gas lighting, heteronormatividade, mansplaining e outras palavras que o Word tá sublinhando de vermelho porque o Word não teve a sorte de ser casado com ela.

Um dia, terminamos. E não foi fácil. Choramos mais que no final de "How I Met Your Mother". Mais que no começo de "Up". Até hoje, não tem um lugar que eu vá em que alguém não diga, em algum momento: "Cadê ela?" Parece que, pra sempre, ela vai fazer falta. Se ao menos a gente tivesse tido um filho, eu penso. Levaria pra sempre ela comigo.

  Essa semana, pela primeira vez, vi o clipe que fizemos juntas —não por acaso uma história de amor. Achei que fosse chorar tudo de novo. E o que me deu foi uma felicidade muito profunda de ter vivido um grande amor na vida. E de ter esse amor documentado num clipe —e em tantos dialogos, músicas e crônicas. Não falta nada.

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