Victória.
Desci aquela escada tentando correr o máximo que pude, gritava e todos me olhavam
- Minha filha! - apontei ainda chorando - Aquele cara tá levando minha filha.
- Solta a minha mão! - Valentina gritou mordendo a mão do homem, recebendo um tapa em troca - Aí, mamãe! - gritou chorosa.
- Solta ela, tá maluco? - ouvi uma voz familiar e um soco ser desferido em alguém.
Não vi o que aconteceu, apenas quando Valentina voltou para os meu braços.
Seu corpo tremia, seu choro era sentido, apertei minha filha ali como se ela fosse o meu mundo, e por mim não à soltaria nunca mais.
— Fi..Filha, meu Deus — fiz carinho em seu cabelo.
— Vic? — levantei minha cabeça visando Giovana parada em minha frente.
— Foi você, sua piranha? — levantei já com o punho cerrado mas senti um puxão em meu outro braço.
— Não, mamãe. — Valentina gritou — Ela me ajudou do moço mal. — a olhei e me perguntei qual seria o motivo de sua ajuda? Eu a bati e meu marido a deixou careca.
— Sei que é bem estranho, mas independente de tudo que nos aconteceu, a Valentina não tem culpa! — se explicou — Ela é uma criança, pura e indefesa! E eu lhe devo isso!
— Me deve? — perguntei colocando Valentina em meu colo.
— Sim! Patrick disse que só poupou minha vida por conta de um pedido seu. Se aqui hoje estou eu, é por um pedido seu.
— Entendi. Obrigada Giovana, eu não sei o que teria aconteceu se...
— Não precisa. Fiz menos que minha obrigação. Num shopping cheio de pessoas desse, ninguém faz nada!
— Mesmo assim, obrigada.
— De nada. Se cuida viu, mocinha., — brincou com a Tina e saiu.
Soltei um suspiro aliviado e subi novamente com Tina, a apertava em meus braços com medo de aquilo acontecer novamente.
— Sabe que o PK vai surtar, né? — disse Tati ao entrar no táxi.
— A hora em que o Patrick chegar em casa, já estarei dormindo, pretendo!
— Reza pra ele não estar lá! — assenti com a cabeça eu espero mesmo que o Patrick não esteja em casa.
Depois que chegamos ao morro, confiei em soltar a mão dá Valentina, aqui pelo menos eu me sinto segura.
— Anda do lado da mamãe em! — deixamos Tati em casa e ajeitei Bernardo que dormia em meu colo.
Chegamos em casa e abri a porta devagar para que não fizesse barulho caso o Patrick estivesse em casa.
— Oi papai! — ela gritou
— Valentina!! — à repreendi sussurrando mas me assustei ao me deparar com PK sentado no sofá com um copo na mão, deixei Bernardo em seu cercadinho dormindo e fui até a cozinha.
— Que roxo é esse no seu rosto, Tina? — perguntou desconfiado.
— Um homem me bateu. — disse — Eu mordi a mão dele e ele me bateu.
— Como assim? Que história é essa? — disse já exaltado e senti meu nariz arder — Que porra é essa, Victória?
— E.. Eu não sei direito! Eu soltei a mão dela um minuto e quando fui ver, ela não estava mais do meu lado. — minha voz já estava denunciando o meu choro guardado.
— O que? Aonde foi isso? — não respondi — Aonde foi isso? — gritou
— No.. No shopping. — Patrick me lançou uns de seus piores olhar e voltou até a sala.
— Quando eu falo que não é pra sair da porra dessa casa, vê se me escuta agora, caralho! — jogou o copo na parede e me assustei, lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, o que eu tanto temia estava acontecendo de novo, Patrick voltou a ser o mesmo?
— Ainda acha uma vingança medíocre? — andou em minha direção — Se acontecesse algo mais grave com a garota, Victória. O que eu faço?
— Mas.. Mas eu não tive culpa. — digo soluçando — Acredita em mim. Eu fiquei tão nervosa quanto você, fiquei desesperada.
Ele respirou fundo e passou a mão pela cabelos.
— Enquanto eu não resolver isso, não quero vocês saindo daqui, ouviu bem, Victória? — não respondi — Ouviu?
— Ouvi.
— Tô fazendo pro bem de vocês. Não posso deixar que um infeliz qualquer, venha destruir a minha família.
— Me promete que quando tudo isso acabar, teremos a nossa paz de volta? Eu não aguento mais isso, Patrick. Isso está mexendo até com a nossa relação. — ele suspirou e andou na minha direção.
— A paz eu não prometo, mas prometo que ficaremos melhor. É só questão de tempo Vic. Não vou prometer uma coisa que sei que não vou ser capaz de cumprir — me abraçou — Me desculpa por te fazer passar por isso.
— Eu fiquei com tanto medo — chorei — Ver o gritinho dela ecoar pelo shopping fez o meu coração se despedaçar.
— Como ninguém fez nada? Se eu tivesse lá, todo mundo ia ganhar bala.
— Mas sabe quem a trouxe de volta pra mim?
— Quem?
— Giovana. — contei toda a história pra ele e dei a característica do homem que nos seguia desde o ponto do táxi até o shopping.
— O filha da puta saiu da cadeia.
— Quem?
— P.A
— Aquele seu rival?
— É, esse mesmo. — respirou fundo — Eu preciso que me ajude, Vic, entende agora a gravidade de deixar isso pra lá?
— Mas eu não vou ficar em paz vendo você sair por aquela, tendo o medo de você não voltar mais!
— Fica tranquila. — me beijou — Vaso ruim não quebra.
— Não fala assim, nem brincando! — ele riu.
— Deixa eu ver a Valentina.
Continuei sentada no sofá enquanto Patrick subia as escadas. Eu espero que isso seja a primeira e a última vez que eu tenha que passar por esse susto.
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Primeira Dama II [Concluído]
Teen FictionCapa feita por @ElohCobain.. Obrigada! +18| "Mesmo com seu ciúmes, mesmo com seus costumes difíceis de aceitar, aceitei estar do seu lado e prometi me adaptar.. Quantos momentos sentimos saudades e por orgulho não confessamos a verdade, fizemos bur...