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Victória — semanas depois..

— Já jantou? — Tatiana perguntou pela milésima vez.

— Virou minha mãe? — bufei — Já respondi que sim!

— É apenas preocupação! Depois desse acontecimento você não se alimenta direito.

— E vem fome, né?! — fiz uma pergunta retórica — Estou com um pressentimento tão ruim.

— Acha que ele irá ficar?

— Não. — respondi calmamente — Mas não o culpo, ele deve encontrar a luz dele, seja lá pra onde que ela irá levar ele.

— Amanhã os aparelhos serão desligados, né?! — assenti — Está com medo?

— Eu estou apavorada. Sei que ele não vai voltar, ou que até mesmo já partiu, mas eu não estou preparada pra ter a conclusão disto. Não estou preparada pra ter aqueles aparelhos desligados e não ve-lo respirando, mesmo que seja pela ajuda de aparelhos. — senti meu nariz arder.

— Estou orgulhosa de você, eu e a Melzinha aqui — sorri fraco — Aonde quer que ele esteja, ele estará muito orgulhoso da mulher que ele te tornou. Eu amo você, e nunca, nunca irei lhe abandonar. — abracei ela de lado e a mesma retribuiu com um beijo na testa.

Conversamos mais um tempo, e logo ela foi embora, fui até a porta para acompanha-lá.

Tina dormia no quarto com Anny, aquela ali tinha sido meu anjo da guarda com as crianças.

— Ei, poca! — chamei o mesmo que subia em sua moto.

— Diga, senhora tortura.

— Sabe onde a Aline está? — ele assentiu — me leve até lá!

— Tá doida, patroa?! Tu tá buchuda aí, vou levar não, dessa vez não.

— Me leva, agora.

— Mano, eu não vou te levar! Tu já quase perdeu esse nenê aí, se acontece alguma coisa, vão me culpar por isso! — gesticulou com as mãos.

— O Patrick não estando no morro, EU mando nisso aqui, e..

— Patroa tu sabe que eu fecho dez a dez contigo, o que tu diz, é lei! Mas dessa vez não vai rolar. Se o chefe tivesse aqui, ele mesmo ia me brocar por te levar lá onde a puta tá. Dessa vez tu vai me desculpar, mas eu não vou levar. — disse dando partida com a moto.

— Filha da puta! — arremessei uma pedra — Já que ele não quer me levar lá, eu vou sozinha.

Continuei subindo o morro a procura do tal coqueiro que tanto falam.

Sei que lá, é o lugar onde eles fazem as torturas, dão cossa nas pessoas ou matam. Patrick sempre me disse sobre esse tal lugar, e tenho certeza que é lá que ela está.

Depois de quase uma hora de subir ladeiras e matos, eu achei aquele pequeno barraco.

— Porra, até que enfim. — passei a mão pela cabeça.

Andei até a pequena porta de madeira e lá havia dois meninos conversando na contenção da porta e logo que me viram arregalaram o olho.

— Dá licença. — pedi e eles saíram dá porta.

Abri a pequena porta e logo o odor veio, aquele lugar fedia.

Senti uma repulsa enorme se formar dentro de mim, creio que nem meu bebê estava aguentando o cheiro daquele lugar.

Logo vi Aline sentada na cadeira. Ela estava toda suja, na sua perna havia moscas e ela estava dormindo. Com certeza odor vinha dela.

— O que estão dando a ela? — perguntei ao menino que observava da porta.

Primeira Dama II [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora