29

6.7K 670 175
                                    

Victória.

Eu não posso perde-lo, seria como se o meu coração fosse tirado de mim.

Patrick é o homem da minha vida.

O que  responderia pra Valentina, quando ela perguntasse sobre o pai?

Ou o que eu diria a Bernardo? Sem dúvidas, eu diria a ele que Patrick foi quem o mais amou e cuidou, mas ele voltaria pra nós, eu tenho certeza disso.

Deixei aquela sala, deixando ele nas mãos de Deus, orando com todas as minhas forças, para que aquilo fosse mais um obstáculo que seria vencido, Patrick é forte, sempre foi.

Saio dos meus pensamentos sentindo um toque sobre meus ombros ..

— Vic, deixa eu volta lá rapidinho, conversar com ele, pedir pra ele lutar um pouco. — assenti, me sentando em um banco do lado de fora do hospital.

De imediato meus olhos foram pra um casal, que estavam acompanhados de uma linda bebê no colo, o que me fez voltar a alguns anos atrás quando tivemos a Valentina... Ah, foi uma das épocas mais felizes da minha vida.. Não tinha espaço no mundo pra nossa alegria eu parecia estar completa..

Temos tantas coisas pra viver juntos, meu amor, que eu me recuso a aceitar que você possa me deixar, você tem que lutar por nós!

— Deus, eu sei que não estou sendo o melhor exemplo a ser seguido, e muito menos o Patrick, mas, por favor permita que ele volte pra mim.. — olhei pra cima fitando o céu azul, e me permitir chorar.

De repente ouço gritos vindo de dentro do hospital, eu reconhecia bem aquela voz, era Kaio.

Levantei o mais rápido e então entrei, e meu olhar se encontrou com o dele, que logo desviou, fitando o chão.

Ela estava chorando, chorando muito.

— Kaio? — o chamei — Kaio? Porra olha pra mim — ele olhou no fundo dos meus olhos.

— Vic, eu não sei, eu tentei salvar ele, eu tentei.. — chorava — Mas ele não reagiu, eu chamei ele, Vic, porque ele não me respondeu cara? — soluçou — Eles me tiraram de lá, eu não tô entendendo o que está acontecendo, os aparelhos fizeram barulho e eles me tiraram de perto do meu amigo, eu tentei salvar ele, Vic, mas eu não consegui. Juro que tentei..

Como assim os aparelhos fizeram barulhos? Salvar Patrick? Porque? O que estava acontecendo?

— Kaio olha pra mim, o que aconteceu porra? Me fala Kaio, não me diz que ... — minha voz falhou..

— Eu acho que ele.. - não permiti que ele terminasse aquela frase, Patrick não poderia desistir assim, não poderia se render tão fácil, então eu corri em direção aquela porta..

— Senhora por favor, você não pode entrar. — disse um enfermeiro me segurando.

— QUE PORRA, EU NÃO POSSO ENTRAR? É O PAI DOS MEUS FILHOS QUE ESTÁ LÁ DENTRO, ME SOLTA!! — eu tentava me soltar mas era em vão, minhas forças estavam se acabando.

— Por favor senhora, os médicos estão fazendo o possível, eu peço compreensão. - Diz o enfermeiro tentando me acalmar mas era sem sucesso.

— Pode soltar parceiro, eu cuido dela. —Kaio se aproximou e me tomou em um abraço, onde, ali eu depositei todo meu pranto

Deus, não tira o Patrick de mim, de novo não.

— Kaio? — chamei baixinho, deitada em seu ombro..

— Oi comadre — fungou

— Fala pra mim que tudo vai ficar bem? Ele vai sair dessa, não vai?

— O patrão é forte Vic, ele vai sair dessa — de — Eu espero.. — completou baixinho.

— Senhora, é ... desculpa incomodar, mas, você.. você está sangrando.. — apontou para minhas pernas.

De todas as coisas que passei em minha vida, concluo que, aquele foi um dos piores momentos pra mim.. Ele não, meu bebe não, meu filho não..

— Kaio — o olhei com os olhos marejados — Me ajuda Kaio, meu filho não, por favor — chorei suplicando

— Porra. — gritou parecendo assustado, chamando a atenção de todos do hospital — Quero toda atenção pra patroa aqui, é o filho do chefe caralho, vambora que tô sem paciência e nervoso pra caralho!

Vi todos ali correndo e então uma maca apareceu na minha frente, me deitei com a ajuda de um dos enfermeiros e me levaram dali.

Deus, por favor, se mereço tal castigo, que castigue somente a mim. Sei que nenhuma folha cai da árvore sem tua permissão. Me ajuda, eu preciso tanto de ti!!!

Não posso com mais isso na minha vida, outra dor, outra ferida eu morro. Patrick, me ajuda..

Não sei se o que aconteceu depois, o nervosismo foi tanto que tiveram que ejetar acalmantes em minhas veias..

(...)

— Bom, agora é só repouso, tudo bem? — o doutor disse e assenti com a cabeça, Alana empurrou a cadeira de rodas até a porta se retirando.

— Podemos passar na sala do Patrick antes?

— Tem certeza? — me encarou — Sabe que não pode ter emoções fortes. Quase perdeu o neném..

— Impossível não ter emoções forte num momento desse — sorri fraco — Mas, eu... Eu só quero falar com ele. Quero conversar, e dizer há ele o que sinto.

— Tudo bem, vamos então.. — Alana me empurrou até a leito de Patrick.

Ele estava do mesmo jeito.

Ouvi o médico falar que depois da parada cardiorrespiratória, seu coração parou por três segundos.

Patrick "morreu" por três longos segundos...

Depois dá última tentativa de reanimação com choque, o coração de Patrick voltou a bater, sem a ajuda dos aparelhos, mas, ele não respira mais sem os aparelhos, e ele ainda está em coma.

O prazo é de um mês. Um mês ele tem para que possa voltar pra nós.

— Oi amor.. — peguei em sua mão e beijei — Ontem, por um descuido meu eu quase perdi nosso filho, mas, ele está bem aqui no seu casulo, no qual ele ainda habitará por nove meses.

Suspirei.

— Eu fiquei sabendo que você quase nos deixou. Confesso que o medo tomou conta de mim, era como se ele, somente ele, habitasse meu corpo e minha mente. Eu confesso também que achei que você não conseguiria lutar mais uma vez por nossa família. Mas me enganei.

Entrelacei nossos dedos

— Sacrifício, é isso que fazemos pela pessoa que amamos. Eu quero muito que você viva, Patrick, eu quero que você lute como nunca pra ficar com seus filhos, mas, eu acho que pode ser difícil pra você continuar lutando depois de tudo que já passou, então, se quiser partir, eu quero que saiba que está tudo bem.. Eu.. Eu entendo. Eu não superarei fácil — solucei — Acho que, nunca superarei. Mas eu deixo você ir, deixo finalmente você encontrar sua paz e quando encontrar, por um minuto, eu também encontrei a minha. — era como se cada palavra que de minha boca saia, tivesse um certo poder na decisão do Patrick. — Você não precisa ficar, se não tiver mais forças pra lutar. Eu vou aceitar a sua decisão, me conformando que esse foi o melhor pra você. Só peço que antes de tudo, você tente, nem que seja pela última vez. Mas se decidir partir, eu te apoiarei nessa decisão... Eu te amo tanto, que não serei egoísta ao ponto de ver você vegetando essa dor. Se ficar, que fiquei bem. Me.. Me desculpa por pedir pra você partir. Mas... Eu já não vejo outra saída...

__________________

Oi amores, quero agradecer aqui a autora dessa capa DIVOSA! Eita_Jack, minha linda, muito obrigada e sucesso pra ti!!!

Segunda: eu tô adorando ver a aflição de vocês, por que tá rolando comentários hahahaha, amo vocês ♥

Primeira Dama II [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora