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Patrick.

Tudo pronto né? Vou caçar ele até no inferno! — HG, Kl, Lelê e o resto da tropa assentiram.

Sai da boca e fui pra casa, Vic colocava a comida na mesa enquanto Tina e Bê estavam na cadeira. Assim que me viram começaram a gritar e Vic fechou a cara.

Mais cedo discutimos pelo fato da ameaça, eu vou sim atrás do Cleiton, se bobear vou atrás do P.a, e os caralhos todos, só não posso deixa minha família correr risco de vida.

Comemos em silêncio, e assim permaneceu, Vic deu banho nas crianças e as colocou pra dormir, continuei sentando até a mesma descer.

— Vai ficar assim mesmo? — não me respondeu — Vic, tô falando contigo — puxei seu braço.

— O que é Patrick?

— Vai ficar nessa birra mesmo?

— Birra? Pelo amor de Deus Patrick! Passei meses mentindo pra sua filha dizendo que você estava trabalhando. Me descuidei, fiquei que nem uma maluca, fiquei impossibilitada de cuidar dos meus próprios filhos pra agora você fazer uma vingancinha medíocre, depois de tudo que passei por você, depois de tudo que passamos longe um do outro, Patrick. Eu não vou aguentar te perder de novo, seja preso ou morto.

— Eu preciso disso, Vic. Pela segurança de vocês.

— Quer a nossa segurança? Vamos embora do morro, caralho! — se exaltou — Será que você não vê cara? Patrick, pensa pelo menos na Valentina, que aquela é o seu sangue, é a sua cópia. Não faz isso. Você ainda é foragido, se te pegarem novamente sabe se lá Deus quanto tempo você irá pegar.

— Eu penso nela, Vic. Penso nela, no Bernardo, em você. Na nossa família. Eu não posso deixar um filha da puta qualquer ameaçar minha família.

— Você mesmo vai colocar nossa família em risco. Você não cansa de nos fazer sofrer? — suspirou — Faça o que quiser Patrick, é impossível eu querer contar algo de alguém que só pensa em morte e está cavando a própria sepultura. — subiu e foi para o quarto.

Sentei no sofá e passei a mão pela cabeça, as palavras que a Vic disse me trouxeram um peso imenso, longe de mim faze-lá sofrer, entre tudo, fugi por ela, pelos meus filhos, pelo bem da minha família, e ela argumentar daquele jeito realmente me fez sentir culpado.

Victória

As cinco da manhã senti a cama mexer ao meu lado, senti um certo vazio mais continuei imóvel e de olhos fechados. Minutos depois senti um beijo quente em minha testa e num sussurro um "eu te amo" escapar. Pelo cheiro sabia quem era, era ele.

Senti se afastando e caminhado até a porta, com a casa em silêncio ouvi até o último suspiro que ele deu ao sair na porta do quarto.

Ainda imóvel e de olhos fechados deixei a lágrima cair, eu precisava tanto dele aqui.

Com o coração apertado e aquele choro preso em minha garganta, me ajoelhei na cama e fiz minha pequena oração, apenas de proteção a ele.

Deus, eu sei que ele não merece, ele é abusado, é teimoso mas não deixa que nada de ruim aconteça com ele. Ele é o dono do meu coração. Se não quiser pensar em mim, pense nas crianças, na pequena Valentina que ama aquela coisa mais que tudo nessa vida. O proteja com suas asas, e faça de seu coração sua morada. Por favor, juro que não lhe peço mais. — ouvi um chorinho e Valentina chorava.

— O que foi amor?

— Eu quero o meu papai mamãe.

— Ele foi trabalhar, amor.

— Mas ele veio aqui, mamãe. Ele falou comigo.

— Daqui a pouco ele volta, tá bom?

— Mamãe.. — disse chorosa.

— Ei, descansa. — a deitei novamente — Mais tarde a mamãe sai com vocês, tá bom? — ela assentiu e fechou olhos. Deitei ao seu lado e acabei pegando no sono também.

(...)

— Pode deixar a gente aqui mesmo, moço! — Tati desceu com Bernardo no colo e peguei na mão da Valentina, paguei a corrida do táxi, caminhamos um pouquinho e adentramos o táxi.

Tati iria comprar umas roupinhas pro neném, ela ainda não tinha descobrido o sexo mas já tinha apostado que era um menina.

— Compra roupinhas claras amiga, ainda não se sabe o sexo..

— Esse neném é tão preguiçoso. — passou a mão em sua barriga que já formava um pequeno volume.

— É seu filho mesmo — ri e ela me deu um tapa.

— Olha, que loja linda. Vamos dá uma passadinha aqui? — assenti e peguei na mão da Valentina, olhei pra trás e vi um cara, o mesmo que vimos quando estávamos esperando o táxi.

— Tati? — ela murmurou um hum ainda sem me olhar — Lembra daquele cara estranho do ponto de táxi? Ele está bem aqui.

— Idai, Vic? Talvez ele queira vir pro shopping também. — disse mexendo nos macacões.

— Não sei não, Tatiana. Ele estava nos encarando.

— Você está é cismada com o lance do PK e tá vendo coisas — me olhou séria — Estamos em um shopping, nada irá acontecer. — assenti e suspirei, com certeza era coisa da minha cabeça, precisava esvazia-lá.

Depois fomos em direção a praça de alimentação, pedimos os lanches e Valentina pediu seu MC lanche feliz, apenas pelo brinde.

— Por que você pede o lanche se não come? — Tati perguntou a Tina.

— Porque eles não vendem o brinde separado, Dinda. — eu ri e Tati fechou a cara.

— Sua abusada.

— Não fala nada não, porque sua menina vai vir assim.

— Deus é mais, Vic, me mato. — bebeu seu suco — Como você consegue?

— Aturei o Patrick né, aturo ela também. — sorri.

Saímos dá praça e fomos a fila do cinema, Tina estava perturbando para ver Moana e resolvi ir também, parecia um filme legal.

— Aí mamãe, solta a minha mão, já sou uma mocinha.. — Tina tentava se soltar

— Então você anda do meu lado, se não te coloco uma coleira! — a moça que estava em minha frente olhou para trás e sorriu.

Paramos na fila preferencial e tirei o dinheiro dá certeira para separar.

— Filha, você quer pipoca? — falei e não obtive resposta. — Tina? — Olhei para o lado e não a vi. — Tati, cadê a Valentina?

— Ué, ela tava aqui do meu lado. — disse ajeitando Bernardo em seu colo.

— Valentina! — gritei provocando a atenção de todos.

— É uma menina de vestido amarelo e cabelo enrolado?

— É, essa daí sim! — disse já sentindo as lágrimas arderem meus olhos.

—Eu á vi perto da escada rolante com um moço, ela estava muito nervosa por sinal. — deixei as bolsas no chão sai correndo em direção as escadas rolante a encontrando sendo segurada pelo cara que nos encarava

— Valentina! — Gritei fazendo todos me olharem.

— Mamãe!!! — seu choro fino e choroso ecoou pelo shopping.

Primeira Dama II [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora