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Victória -- dois dias depois... (Leiam o aviso do final)

Peguei a chupeta de Bernardo e coloquei dentro da bolsa, ajeitei o mesmo em meu colo e tranquei a casa.

— Tá pronta? — Tati perguntou ao entrarmos no carro e assenti com a cabeça.

Era cedo, Valentina dormia no banco de trás com seu dedo na boca, Bernardo brincava com uma mecha do meu cabelo, Tati e Kl seguia calados apenas olhando para estrada.

Eu encostei minha cabeça na janela, pensando em como as coisas deram uma mudança drástica na minha vida.

— Hg e Alana estão a caminho viu? — assenti com a cabeça e voltei a atenção a janela.

Tatiana estava com sua barriga que não estava tão estufada assim, mas já era um pouco grandinha e nela, a pequena Melinda habitava.

Chegamos a porta do cemitério, comprei umas rosas vermelhas e caminhei em direção a entrada.

O clima não era um dos melhores, logo senti alguém pegar Bernardo do meu colo, olhei para o lado e era Alana.

Sorri fraco para mesma e continuei a caminhar.

Cheguei no túmulo e me abaixei devagar, encarei alguns minutos aquela lápide e joguei uma rosa.

— Obrigada. Obrigada por sempre estar comigo, por sempre me ajudar — respirei fundo sentindo a lágrima cair.

— Vic, calma.. — Alana ressaltou.

— Tudo aconteceu tão rápido,já deveria ter vindo aqui te visitar, mas não consegui... É uma dor muito grande ainda.. Como tudo isso aconteceu? Eu não estava preparada!!
Por favor me ajuda a suportar e aliviar esta dor sem fim. Tudo é uma incerteza. Será que ainda vou ter o meu final feliz? Ou será que eu ainda serei feliz?! O mundo é tão injusto... Porque Deus só que as pessoas boas ao seu lado? Independente de tudo, olhe por nós aí de cima, obrigada pela força que me dá, mesmo longe, você continua me passando pensamentos positivos.. Eu amo você. — solucei

Com isso não consegui mais ficar olhando para aquela lápide, olhei para trás e todos os meus amigos estavam ali comigo, então deixamos o cemitério para ir para casa, mas eu sabia que tinha o rosto todo inchado porque não parava de chorar, eu simplesmente, não conseguia... é uma dor muito grande, uma perda insubstituível pra todos que o amavam.

Um ano sem o Luiz.. Um ano que ele me deixou da pior maneira que alguém poderia partir..

Ele, merece todas as homenagens que eu possa lhe dar. Ele me deixou o melhor presente que alguém pode receber e eu o amo, o amo por tudo que ele me proporcionou, e até hoje, através do Bernardo me proporciona.

Cheguei em casa e fui tomar um banho.

Fui tirar aquele ar negativo do corpo, aquele cheiro, aquela terra dos pés e pedir a Deus apenas boas vibrações.

Contratei uma babá para olhar as crianças, ela sempre foi querida por todos aqui no morro. Valentina, por incrível que pareça lhe adora, e ela me trás uma segurança que nunca tive em ninguém de fora.

Todos os dias vou ver Patrick, ele ainda continua em coma. Me dói ver que ele está naquela cama, como se apenas a sua matéria estivesse ali.

Eu sei que ele vai voltar, eu sei que ele não é capaz de me deixar.. Ele não é capaz.

— Bom Anny, quero mais uma vez agradecer por olhar essa furação — sorri e beijei a testa da Tina — Eu sinto que as crianças estão super seguras com você.

— Que isso, Vic. Fica despreocupada. Vi a Tina crescer e agora o Bê. O trabalho que ela dá é dobrado mais eu aguento — sorriu — Vai lá ver nosso chefão, e pensamentos positivos sempre!

Primeira Dama II [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora