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Victória

— Respira, amor. — disse enquanto colocava sua cabeça em meu colo.

— Eu.. Eu.. — tentava falar

— Não.. Não fala não. Não faz força. Vamos salvar você. — disse enquanto as lágrimas caiam.

Patrick pressionava a mão onde foi atingindo. No abdômen.

O sangue jorrava. Seus lábios já estavam branco e sua pele já não tinha tanta cor assim.

— Eu.. — forçou — Eu amo vocês... Me per.. perdoa.

— Não, para com isso.. Para de se despedir. Você não vai me deixar, você não pode me deixar! Kaio! — gritei — Leandro, Hugo.. Alguém me ajuda, por favor! — chorei.

— Obrigada. — espremeu os olhos, tentando reprimir a dor — Obrigada por ser a minha luz.. Por ser a minha salvação, Vic. Você foi a minha mudança. Você me tornou um... Um homem melhor.

— Para com isso, Patrick. Me ajuda. Você que sempre me guia, me diz o que fazer. Não me deixa agora. Você não pode.— apertei sua mão livre.

— Eu.. sou a grato a tudo que veio de você. E.. eu te.... — senti sua voz falha e sua cabeça relaxar em minhas pernas.

— Não, não, não — levantei, ficando por cima dele — Não me deixa agora. Você prometeu nunca me deixar — bati em seu rosto — Vamos, acorda!

As lágrimas já não caiam quando o desespero as secou.

Corri até a porta e gritei algum dos meninos foi quando Lelê correu até a mim.

— Que mãos suja é essa, Patroa? — logo se assustou— Não me diz que..

— Entra logo, — voltei até onde Patrick estava — Me ajuda, você tem que me ajudar.

— Ele tá.. — Lelê mudou de cor.

— Não, não. Ele é guerreiro, só está descansando. Vem, me ajuda. — Lelê pegou a parte do tronco de Patrick enquanto eu carregava as pernas.

Ver Patrick imóvel me partia o coração. Eu não aceito que ele me deixe logo agora.

Logo Kl chegou e com o seu desespero colocou Patrick dentro do carro.

— Vamos, Victória?

— Não, pode ir Kl. Leva ele pro hospital, daqui a pouco colo lá. Tenho assuntos pra resolver aqui.

— Tá maluca? Aqui não é sua área não. Se tu ficar aqui, tu vai morrer.

— Eu sei me virar. — disse olhando em seus olhos. Abaixei um minuto e olhei o rosto do Patrick imóvel. — Não me deixa agora. Luta, só mais um pouco. Por mim. Por você! — beijei seus lábios já frios.

Limpei minha mão suja de sangue em minha roupa e voltei ao pequeno barraco aonde P.a estava.

Peguei a pistola e coloquei na cintura novamente, olhei em volta, tentando raciocinar o lugar em que estava e o que estava acontecendo..

Meu marido levou um tiro, meu filho acabou de ser salvo de um rapto, tem uma vagabunda descontrolada solta por aí, eu acabei de matar uma pessoa ou melhor, um monstro e ele está sem vida bem aqui nos meus pés..

Suspirei fundo, peguei no pé do Paulo André e puxei ele até o lado de fora do barraco.

— Ou. — chamei um soldadinho que descia com uma pistola na mão. Logo que ele viu P.a no chão abaixou a arma e arregalou os olhos — Arruma fósforo e álcool pra mim.

Primeira Dama II [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora