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Victória.

— Oi, dona encrenca.. — sua voz saiu rouca e arrastada.

— Pa.. Patrick? — me afastei do seu leito e perguntei ainda incrédula, vi um pequeno sorriso fraco se brotar em seu rosto.

— Em carne e osso... Não com muita carne, alguns danos.. — tossiu — Mas sou eu sim.

Eu não tinha reação, eu ainda não acreditava que ele tinha voltado, o meu amor voltou!

— Eu... Eu.. — as palavras não saiam, eu não sabia nem como me expressar.

— Você nada. Você vai vir aqui, porque estou morrendo de saudades. — me encarou com um olhar diferente — De tudo, literalmente.

Sorri. O meu Patrick estava de volta. O amor da minha vida estava de volta.

As lágrimas caiam involuntariamente, e eu nem me importava com elas, porque elas não me machucavam, ao contrário, ela expressava a alegria que não cabia em mim.

Cheguei até a cama e dei o primeiro abraço, que foi retribuído em meses, e ali me deixei inteira..

"O coração dispara, tropeça quase para, me encaixo no teu cheiro e ali me deixo inteiro.."

Depois de alguns minutos de abraço silencioso, os olhos de Patrick se encontram com os meus. E era como se fosse a primeira vez que eu tinha olhado em seus olhos.

Borboletas criaram em meu estômago, minha mão suava, eu tremia. Eu nunca tinha sentido aquela sensação... Era boa, confesso.

— Eu amo você. — ele disse — Eu amo você, que eu não sou capaz de viver sem ti, Victória. Você é como um órgão meu, sem você, não existe o meu eu. Eu amo tudo que há em você, cada defeito, cada mania bizarra sua. E me perdoa. Me perdoa por cada vez que falei mais alto, que lhe encostei. Mas me perdoa toda vez que eu lhe magoar de alguma maneira. Porque eu vou continuar errando. Mas o meu erro, por você, sempre será um acerto! Eu te amo, eu amo vocês! — repousou a mão em minha barriga.

Eu não conseguia parar de chorar, era como se ele tivesse ouvido cada palavra que disse a ele. A cada desabafo que lhe contei enquanto estava inconsciente. De cada dia exaustivo que tive em sua ausência. De cada palavra que dizia com raiva, triste ou pelos hormônios da gravidez. Era como se ele tivesse escutado.... Calma aí, como ele sabe?

— Como... Como?

— Comeu um gravador hoje? — se ajeitou a cama — Eu nunca sai do seu lado. Eu sempre estive aqui! Tô me sentindo um Deus. — riu.

— Nem assim tu toma jeito? — sorri se aconchegando em seu colo.

— Eu até tento né? — cheirou meu pescoço — Mas pra que? — e ali começou uma trilha de beijos do meu pescoço até minha boca.

Era tão bom o sentir ali. Era tão bom o sentir vivo. Era tão bom estar vivo.

Parece que o tempo não passava, ou se passava, não sentimos. Era como um mundo paralelo entre mim e o Patrick, apenas.

Se eu pudesse congelar ele pra sempre em minha memória, mesmo depois de todo o drama que acontece, ele ainda seria um dos meus favoritos.

Ouvimos a porta abrir..

— Pa.. Patrick? — a voz de Kaio ecoou pela sala e logo pulei do colo de Patrick.

— Você! — Patrick apontou para Kaio e gritou — Você é um filha da puta, um viado do caralho! — Patrick berrava. Parece uma pessoa que acabou de acordar de um coma??

— Tá maluco cara? — Kaio foi chegando perto.

— Eu vi! Eu senti, tu fazendo respiração boca a boca em mim! — Patrick berrou e soltei uma gargalhada alta.

Primeira Dama II [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora