Capítulo - 40

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Todos nós conhecemos o termo "Piada-Interna". Aquelas piadas ditas em público que somente você ou seu amigo entenderão. Esse capitulo é um capítulo interno. Aonde poucas pessoas hoje saberiam dessa história. 

Quero agradecer a Dona Renata, a mulher que nos criou, que Deus a levou hoje. Eu lembro de ser pobre e a dona Renata uma mulher rica. Ela dava tudo de bom pra nós, enquanto não tivemos pai, mãe. Sem a senhora, esse livro nunca poderia ser escrito. Vá com Deus e que ilumine os corações de quem aqui ficou. 


Capítulo 40

Estava eu, ajoelhado no meio da braquiária verdinha, do que seria um belo dia de verão. Ao longe, o Burro ia se distanciando em passos rápidos. Aquilo, definitivamente, nãom poderia estar acontecendo. Fiquei lá até ele sumir de vista.

- Você está bem filho? – perguntou um senhor que passeava com o seu pug – precisa de ajuda ou algo semelhante.

- Sim! Apenas... apenas uma briga com um amigo – respondi me levantando e passando a mão no cachorro.

- Ele o machucou? – perguntou o senhor chegando mais perto.

- Não senhor, na verdade, eu o machuquei.

Fui para o condomínio, passei no apartamento do Pedro antes para explicar o que havia acontecido. Ele, mesmo conhecendo o mundo GLS zilhões de vezes mais que eu, ficou perplexo com aquela atitude. Depois fui para minha casa descansar um pouco. No sofá, havia as camisetas do Burro jogadas da longa viagem que fizemos. Fotos na câmera fotográfica, sabonetes e toalhas do Hotel luxuoso. Até areia que ficou presa nas sungas tinham polvilhadas no chão. Eu queria chorar, juro, eu queria mesmo. Mas... algo em mim me bloqueava. Bom, o lado bom de tudo isso, era que não precisaria me esconder mais de ninguém. O lado ruim é que deveria arcar com as consequências de um amor não correspondido. Liguei o ventilador e decidi dormir. Acordei com o Arthur pulando em cima da minha pessoa.

- Feliz Ano Novo Alan – disse ele acendendo a luz – sabia que logo iriamos mandar polícia atrás de ti. Foi para praia, não da um "oi" um "Feliz Ano Novo".

- E desde quando você se importa?

- Consegue ser sempre chato! Lógico que me importo com você. Mas... o que me trouxe aqui foi justamente o ruivo – começou ele olhando para os lado, conferindo se não havia ninguém lá - Por que ele me pediu para buscar o carro dele?

- Ele pediu isso? – perguntei sentando na cama – jura que ele te pediu isso?

- E por que você acha que estou espantado? – perguntou ele arqueando as sobrancelhas.

"Puts, o Burro pediu pro meu irmão vir buscar o carro?" – perguntei a mim mesmo sentindo nojo da minha pessoa.

- Você... você quer sair e conversar? – perguntei ao Arthur que afirmou sem jeito.

- Só se você pagar – respondeu ele num sorriso.

- Eu ia chamar para dar um volta na represa. Correr ou coisa do tipo!

- Espertinho! Só pra não gastar com nada. Pode escolher o restaurante ou bar, eu jamais deixaria você pagar alguma coisa pra mim.

- Eu quero dar uma volta na represa. A pé, mesmo. Preciso respirar rapaz, preciso ver movimento.

- Ok, se quer tanto isso!

Tomei um banho enquanto meu irmão ia juntando as coisas do Burro e as colocando dentro do carro. Pela primeira vez na vida eu iria dar uma volta na represa com meu irmão. Lógico que a primeira coisa que ele fizestes fora arrancar a camiseta, assim que chegamos, para chamar atenção das minas que corriam. Tirei a minha camiseta e parei bem em frente a ponte aonde corria um vento maravilhoso. Fechei os olhos, senti o cheiro do mato, ouvi o som das árvores.

MEU CORPO É MUITO PESADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora