"Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou à hora da partida, a raposa disse:
__ Ah! Eu vou chorar.
__ A culpa é tua - disse o principezinho. __ Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
__ Quis - disse a raposa.
__ Mas tu vais chorar! - disse ele.
__ Vou - disse a raposa.
__ Então não terás ganho nada!
__ Terei, sim - disse a raposa __ por causa da cor do trigo.
__ Adeus... - disse ele.
__ Adeus - disse a raposa. __ Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
__ O essencial é invisível aos olhos - repetiu o principezinho, para não esquecer.
__ Os homens esqueceram essa verdade - disse ainda a raposa. __ Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
__ Eu sou responsável por aquilo que cativo - repetiu o principezinho, para não esquecer".
O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry
PRÓLOGO
Quando por fim terminei a história, fiz um breve silêncio para que eu pudesse ouvir sua risada fraca, um gemido ou alguma respiração que demonstrasse que ele estava ali me ouvindo. Porém, a única coisa que presenciei fora o silêncio agonizante e o som dos pingos grossos de chuva na bela janela de vidro a minha frente. Fechei os olhos por um momento e tentei controlar minha respiração, mas no fundo, não sei por que, eu sabia que ele não estava mais comigo. E no segundo seguinte, pude ouvir a confirmação vindo do monitor de pressão arterial ao lado da cama. Virei-me de frente e olhei para meu anjo deitado. Estava lindo como sempre. Meus olhos se encheram de água e como um tiro no coração, pude sentir a dor latejante me contagiar, fazendo faltar o ar dos meus pulmões. Fui até a cama e passei a mão no seu rosto ainda quente, me curvei de dei um abraço bem apertado e um leve beijo nos lábios.
"Eu Te Amo e sempre vou Te Amar" disse ao pé do ouvido dele.
Capítulo 01
Da infância a adolescência
Desde que me conheço por ser humano,ouvia ciência dizendo quehomossexualidade é algo que está no sangue. Que, durante o fundamental período de formação do feto, podemos receber mais – no caso dos héteros - ou menos – no caso dos gays – testosterona, ou seja, é um segundo a mais ou a menos que nos transformará "diferentes" dos "normais". Ouvi dizer que é a criação vinda dos nossos pais que nos tornará mais ou menos homem. Ouvi dizer que é a nossa convivência com a sociedade, durante o período nossa adolescência, que nos faz "escolher" qual caminho tomar. Outros porque foram molestados quando crianças. Outros porque tiveram experiências sexuais, conscientes, porém sem saber o que é certo e o que é errado, como no caso dos "troca-trocas" entre primos ou amigos. Como também, sempre ouvi dizer que é coisa do Lúcifer. Mas, parando para pensar, não sei bem ao certo o que aconteceu comigo. Sei que, ao escrever olivro, nesse exato momento, tive um flashback daqueles que você não sabe de onde surgiu, mas é uma lembrança forte, tão forte que sou capaz de até sentir o cheiro do lugar.
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MEU CORPO É MUITO PESADO!!!
Roman d'amourHistória de um garoto chamado Alan Bortolozzo, que vai descobrindo ao longo de sua vida, como se aceitar, como viver sendo homossexual, como ser aceito, como ter amigos que o apoiam, como ser recebido pela família e, o melhor, como é possível haver...