ARTHUR, BRENO E BRUNO
Quero agradecer à todas mensagens de apoio que recebi. Eu prometo que responderei a todos, de forma particular. Eu tinha decidido não falar de ninguém, além do Alan e eu. Mas, como todas as perguntas e mimos estão sendo direcionados ao Arthur e Breno (Que Deus abençoe cada um de vocês que não perguntou sobre mim hahaha) eis, que vim esclarecer.
Ficamos sentados lada a lado durante das infinitas horas que o Alan ficava sendo velado. Eu jamais desejo isso a alguém. É torturante, é desumano você deixar a pessoa que você ama dentro de um caixão, numa mesa de mármore, por 16 horas. Velórios deveria durar 01 hora e FIM! Eu me despedi do Alan com o beijo na testa e fui embora. Eu não fiquei pra carregar o caixão ver ele sendo enterrado. Esse trabalho ficou ao Arthur, o pai do Alan e aos meninos.
Do dia 19 de Setembro, já comprei uma passagem pro meu emprego nos States. Fiquei 01 ano e 01 mês lá. A mãe do Arthur teve a mesma doença que o Arthur teve, mas a dela foi na perna. Engraçado que os 03 Bortolozzos tiveram o mesmo tipo de câncer. Ela lutou bastante, mas as quantidades de células cancerígenas eram maior que os glóbulos brancos (eu juro, eu preciso confirmar essa informação) ou seja, ela faleceu envenenada pelo câncer, ou pelo o que ele provocava no corpo.
Ai o Arthur, em 2008 se mudou pra Austrália com o Breno e o Bruno. O Arthur casou com uma austrtaliana e teve um filho lindo, muito lindo. Já o Breno sei pouco dele.
Bom, pra quem estava comigo no Orkut, participou dessa tragédia. Pra quem não sabe, as rodovias da Austrália são de mãos opostas a nossa. Ele foi trocar um pneu, esqueceu que a mão era diferente e foi atropelado. Ele chegou a ser atendido, mas não resistiu. Morreu por besteira. Eu cheguei a postar a matéria no Orkut em 2012.
Por mais que seu filho seja seu sangue, não carrega o nome Bortolozzo. E minha maior indignação, é saber que não há Bortolozzos vivos. Então, vocês entendem o motivo de demorar 07 anos pra escrever essa obra. Eu sou o único responsável pela memoria deles. É tão, sei lá o sentimento, é tão ingrato saber que há 10 anos haviam uma família que renderam um livro e hoje essa família não existe. Que se não fosse por mim, a passagem deles na Terra, teriam sido insignificantes? Eu carrego um fardo dos Bortolozzos que me destruiu como pessoa. Eu não tenho ninguém, e abençoo cada um dos meus leitores, que me ajudam diariamente a superar isso e dividir esse fardo. Mas olhem o livro que escrevi e vejam se é justo eu ter que carregar essa história sozinho? Pra mim, a morte do Alan, não é nem comparada a dor que sente por saber que eles já fizeram sua passagem na Terra e hoje não existem mais.
O Bruno segue sua vida no Canadá e o Breno está morando na Austrália. O Bruno vem aqui no Natal. Já o Breno, não fala sobre o Arthur. o Breno passa pela mesma dor que eu, mas... está sozinho. Fiz uma imensa força pra ele vir até aqui, bater papo com vocês, mas ele tem uma cabeça bem diferente. Bem diferente mesmo.
Olha, até pra eu que sou forte e mais conformado, fazer vocês chorarem 03 dias é bárbaro.
Fiquem com Deus
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MEU CORPO É MUITO PESADO!!!
RomanceHistória de um garoto chamado Alan Bortolozzo, que vai descobrindo ao longo de sua vida, como se aceitar, como viver sendo homossexual, como ser aceito, como ter amigos que o apoiam, como ser recebido pela família e, o melhor, como é possível haver...