Capítulo 26

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Tomei um banho longo de água bem quente. Meus músculos agradeciam cada gota fervendo que neles batiam. Por mais que eu tivesse excitado por aquela cena no aeroporto, meu corpo estava pedindo por um bom descanso.

"Hoje não amigão!" – disse dando uma boa segurada no meu pau.

Fiquei debaixo d'água até os "nervos" acalmarem. Sai do banho, enrolado na toalha e fui direto ao meu quarto. Fechei as cortinas e pulei na minha cama macia.

"Era tudo o que eu precisava!" – disse para mim mesmo enquanto sentia o meu colchão me abraçando.

Fechei os olhos e esvaziei a minha mente para que pudesse dormir. Tinha ouvido dizer na televisão que esvaziar a mente era melhor que ficar pensando com coisas positivas. Porém, coisas positivas, ao menos naquele momento, eram escassas. Sem falar nas lembranças daquela madrugada com o Murilo que não paravam de martelar na minha cabeça.

"Relaxe Alan. Pense apenas nas coisas boas daquele homem!" – disse a mim mesmo.

Mas eram as coisas boas daquele homem que me fazia ficar com o estômago fundo e congelando.

"Só Deus sabe quando vou reencontrá-lo novamente"

Pensei em toda aquela devoção que o Murilo tinha por mim. Usaria aquelas lembranças para me sustentar até a próxima vez que eu o reencontrasse. Era tão bom sentir que alguém gostasse tanto de mim. Não apenas alguém. Um homem. Ter um homem que gostasse de mim de verdade, me desejasse, me vangloriava a cada minuto. Fiquei tão bem com aquelas lembras que comecei a gargalhar no escuro.

"Viu Alan? Não é tão difícil assim, não é?"

Deixei que aquela alegria me contagiasse ao ponto de sentir meu corpo afundando. Fui relaxando e, relaxando e, relaxando até pegar no sono. Acordei bem tarde naquele dia. Os raios alaranjados do sol entrando por debaixo da porta indicavam que eram quase noite. Se eu tinha algum dom na vida, esse dom era de dormir.

"Como eu conseguia passar tantas horas dormindo?"

Ouvi o barulho de alguém entrando pela sala. Naquele horário só poderia ser meu irmão. Havia vozes abafadas vindas de lá. Segurei a respiração para ouvir que poderia ser, mas era difícil identificar. Levantei-me e fui até a porta onde encostei o meu ouvido para tentar ouvir melhor.  Era o meu irmão e o Burro. Vesti um short e fui correndo ao encontro deles.

- Que isso Alan? – disse meu irmão com olhar sério – Acordando a essa hora?

O Burro apenas sorria.

- Desde quando tenho horário para acordar nessa casa?

- Depois ainda quer ter algum respeito agindo dessa forma!

- Burrão? – chamei o garoto que sorria olhando para os sapatos – Vem comigo para meu quarto.

- Ok! – respondeu ele quase sem abrir a boca.

- Depois você quer que eu o trate bem, né moleque? – continuou o Arthur com as sobrancelhas arqueadas.

Apenas mostrei o dedo do meio enquanto entrava no meu quarto. Esperei o Burro entrar para trancar a porta.

- Adoro o amor que vocês dois exalam – disse o Burro com sorrisinho torto.

- Ele não me trata como irmão. Ele me trata como um cachorro. Por isso eu considero muito mais você, como irmão, do que ele.

Ele riu ficando vermelho e depois balançou a cabeça negativamente.

- Qual é Burro? – bravejei – Não há nada de errado eu considerar mais você como irmão a ele.

MEU CORPO É MUITO PESADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora