CAPÍTULO 32

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Aquela semana após a briga com meu irmão passou voando. Principalmente porque minha casa ficava cheia todos os dias, com meus amigos e os amigos dele me ajudando a empacotar tudo. Viagens entre a casa da minha mãe e a república ficavam cada vez mais frequentes. O lado bom de tudo isso, era que minha mãe obrigara o Arthur e seus amigos a ajudar a pintar o apê, comprar coisas pra casa, como: chuveiro, micro-ondas, geladeira, fogão, máquina de lavar. Sem falar no fato que eles se transformaram em burros de carga. Me despedi do antigo quarto e fui com o Burro até a minha nova casa. Estacionamos meia hora depois.

"Tem ideia? Uma cidade de 500mil habitantes eu demorar meia hora para atravessá-la?!"

- Aonde você vai? – perguntei quando vi que o Burro não descera.

- Agora posso começar a estur, não acha?

"Verdade, ele me esperou durante anos!"

- Vai lá e volta a noite – disse batendo no capô do seu carro.

Descemos as últimas coisas da camionete. O Breno e o Bruno deram uma volta pelo meu novo condomínio, em busca de gatinhas.

- Faltam duas caixas ainda – disse meu irmão ao encaixar tudo na camionete – E deixem os dois pra lá – continuou ele ao ver que ficara puto com os meninos passeando – Alan, eles estão procurando por MU-LHE-RES. Coisa que você NÃO-GOSTA!

- VAI-TO-MAR-NO-SEU-CU – disse imitando – você prometeu não dizer nada em público.

- GENTE O ALAN NÃO CURTE MULHER! – gritei para os meninos que começaram a me zoar.

- Cara, você tem ideia o quanto te odeio?

Ele fechou a cara e me puxou para sentar na tampa da camionete.

- Era apenas zoeira. Se você ficar bitolado, achando que tudo o que for dito sobre gays tem haver com você, então você não vai viver.

- Como?

- Quantas mil vezes você e seus amigos me chamaram de gay, por que ando com o Breno?

- A vida toda! – respondi sem graça.

- E eu sou gay? Não! E brinco na boa.

- Então...?

- Então para de achar que tudo é para você. Viva sua vida normalmente. Vá conhecer quantos minos quiser e deixe esses trouxas de lado.

- Valeu! – disse dando um soquinho na sua perna.

Um rapaz alto que passava por ali, parou para trocar uma ideia.

- Olá! – disse ele me cumprimentando – Sou o Pedro, amigo da Simone.

- Ah, sim, lógico! – disse cumprimentando aquele rapaz que nem de longe eu reconheceria – Você está diferente.

- É porque está me vendo de cabelos soltos – disse ele mostrando o rastafári.

- E cadê a Simone?

- Está vindo mais no final da tarde! Hoje começam as aulas da UNIRP (Faculdade particular) e teremos uma festa. Já que aqui fica a maior concentração dos seus alunos.

- Amo festas, aliás, Arthur Bortolozzo. Não ligue para essa mula aqui, ele não tem educação em apresentar o irmão mais velho.

- Prazer! Sabia que vocês se parecem?

- O que eu fiz a Deus para todos dizerem a mesma coisa. Acho que não fui batizado, devo ser feito pacto com o capiroto.

- há...ha...ha...

MEU CORPO É MUITO PESADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora