Aquela semana após a briga com meu irmão passou voando. Principalmente porque minha casa ficava cheia todos os dias, com meus amigos e os amigos dele me ajudando a empacotar tudo. Viagens entre a casa da minha mãe e a república ficavam cada vez mais frequentes. O lado bom de tudo isso, era que minha mãe obrigara o Arthur e seus amigos a ajudar a pintar o apê, comprar coisas pra casa, como: chuveiro, micro-ondas, geladeira, fogão, máquina de lavar. Sem falar no fato que eles se transformaram em burros de carga. Me despedi do antigo quarto e fui com o Burro até a minha nova casa. Estacionamos meia hora depois.
"Tem ideia? Uma cidade de 500mil habitantes eu demorar meia hora para atravessá-la?!"
- Aonde você vai? – perguntei quando vi que o Burro não descera.
- Agora posso começar a estur, não acha?
"Verdade, ele me esperou durante anos!"
- Vai lá e volta a noite – disse batendo no capô do seu carro.
Descemos as últimas coisas da camionete. O Breno e o Bruno deram uma volta pelo meu novo condomínio, em busca de gatinhas.
- Faltam duas caixas ainda – disse meu irmão ao encaixar tudo na camionete – E deixem os dois pra lá – continuou ele ao ver que ficara puto com os meninos passeando – Alan, eles estão procurando por MU-LHE-RES. Coisa que você NÃO-GOSTA!
- VAI-TO-MAR-NO-SEU-CU – disse imitando – você prometeu não dizer nada em público.
- GENTE O ALAN NÃO CURTE MULHER! – gritei para os meninos que começaram a me zoar.
- Cara, você tem ideia o quanto te odeio?
Ele fechou a cara e me puxou para sentar na tampa da camionete.
- Era apenas zoeira. Se você ficar bitolado, achando que tudo o que for dito sobre gays tem haver com você, então você não vai viver.
- Como?
- Quantas mil vezes você e seus amigos me chamaram de gay, por que ando com o Breno?
- A vida toda! – respondi sem graça.
- E eu sou gay? Não! E brinco na boa.
- Então...?
- Então para de achar que tudo é para você. Viva sua vida normalmente. Vá conhecer quantos minos quiser e deixe esses trouxas de lado.
- Valeu! – disse dando um soquinho na sua perna.
Um rapaz alto que passava por ali, parou para trocar uma ideia.
- Olá! – disse ele me cumprimentando – Sou o Pedro, amigo da Simone.
- Ah, sim, lógico! – disse cumprimentando aquele rapaz que nem de longe eu reconheceria – Você está diferente.
- É porque está me vendo de cabelos soltos – disse ele mostrando o rastafári.
- E cadê a Simone?
- Está vindo mais no final da tarde! Hoje começam as aulas da UNIRP (Faculdade particular) e teremos uma festa. Já que aqui fica a maior concentração dos seus alunos.
- Amo festas, aliás, Arthur Bortolozzo. Não ligue para essa mula aqui, ele não tem educação em apresentar o irmão mais velho.
- Prazer! Sabia que vocês se parecem?
- O que eu fiz a Deus para todos dizerem a mesma coisa. Acho que não fui batizado, devo ser feito pacto com o capiroto.
- há...ha...ha...
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MEU CORPO É MUITO PESADO!!!
Storie d'amoreHistória de um garoto chamado Alan Bortolozzo, que vai descobrindo ao longo de sua vida, como se aceitar, como viver sendo homossexual, como ser aceito, como ter amigos que o apoiam, como ser recebido pela família e, o melhor, como é possível haver...