Capítulo 15

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 "Será que esse sentimento, era um sentimento de irmão-amigo ou sentimento de algo mais? Até então não tinha certeza."

O que eu mais queria, naquele momento, era poder estar lá com ele. Sentia totalmente impotente do meu melhor amigo estar sofrendo e eu aqui, no meio da minha festa. Por sorte seus pais estavam no meu churrasco, pois, caso contrario, o padrasto do Burro iria brigar com a molecada e o Burro levar um castigo gigantesco por não fazer nada.

 "Caralho! E o que ele vai falar quando os pais dele o virem ele sem um centímetro de sobrancelha?" – pensei.

Senti-me tão besta por não estar com ele. O "acidente" durante o jogo fora tão chato, que as meninas voltaram para o churrasco e os meninos aproveitaram o calor para nadar. Ou seja, ninguém deu a mínima importância para o que tinham feito com o garoto. Já o Murilo, que ficou sentando no alambrado o tempo todo, veio em minha direção sorrindo.

- Vamos nadar Alan? – perguntou o Murilo com ar de triunfo.

"Nadar? Como ele era cachorro, frio e sarcástico. Ele simplesmente acabou com a graça de todos e não estava nem ligando para o ocorrido" – pensei.

E eu fiz um careta, pois estava incrédulo com a cara de pau dele.

- Como você pôde fazer aquilo com ele? – eu perguntei, fazendo-o ficar carrancudo novamente.

- Que foi Alan? – disse ele colocando a mão no meu peito, fazendo para na hora - ficou com dó daquele panaca lá? Ele mereceu! Muito playboyzinho, metido a jogador. Se ele tivesse no exército teria sido linchado - disse rindo.

- Só achei que você pegou pesado demais!

- Eu peguei pesado demais? – ele riu de novo - Ele não é jogador de futebol profissional do caralho a quatro? – disse ele debochando.

- Ele joga sim cara, mas...

- Mas... então ele deve estar acostumado a levar jogo de corpo. Só que hoje ele deveria estar...menos precavido, não acha? – dizia ironicamente e rindo.

- Precavido? Você parecia um jogador de Rugby raivoso – eu disse com raiva.

- Para com isso Alan! – disse ele no mesmo tom que o meu – Então é isso, você vai defender aquele playboyzinho? – disse ele dando um soco numa árvore que estava próxima a ele.

A árvore chacoalhou fazendo inúmeras folhas cair. Aposto que se eu socasse aquela árvore daquela maneira, eu perderia todos os ossos da mão.

"Como um homem inteligente e rico, poderia ser tão bruto e ignorante a pensar por esse lado?" – pensei.

- Você o machucou! – eu disse com voz baixa.

- Machuquei? Não Alan, eu não o machuquei. Apenas esbarrei nele. Agora, se ele caiu no chão, rolou, se ralou, ai já é um problema dele. Agora, cansei desse assunto! Será que da para você calar a boca? Você é ou não meu irmão de sangue?  – ele disse bravo, com cara de quem fosse me matar – Ou você esqueceu que meu sangue corre nas suas veias?

 Mas um segundo depois ele abriu um sorriso gostoso e começou a gargalhar.

- Filha da puta. Achei que fosse me dar um soco – eu disse aliviado.

- Você acha mesmo que eu relaria a mão em você? Jamais! E vou te falar uma coisa. Você e meus pais são as únicas pessoas no mundo que eu jamais relaria a mão. Palavra de homem – disse ele fazendo sinal de juramento com os dedos.

MEU CORPO É MUITO PESADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora