Capítulo 41

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CAPÍTULO - 41

Sério isso, sem Burro, Murilo e Arthur? Meu círculo de amigos estava indo de mal a pior. O mês inteiro de janeiro se passou e nenhuma palavra com o Burro, depois entramos em fevereiro e logo as aulas na faculdade. Trabalhar o dia todo e estudar a noite era maneira mais eficaz de viver a vida sem sentir tanto a falta do amor da minha vida..

- Jura mesmo que ele não veio falar contigo, ainda? Ao contrário de todos vocês, acho ele um completo idiota.

- Você é sapatão, não tem sentimentos! – disse o Pedro cutucando minhas costelas.

- Lógico que tenho! Ainda mais por pessoas que me corresponde. Você nunca tentou agarrá-lo, nem tentou fazer nada do que não fosse do consentimento dele. Ficar em choque uns dias, tudo bem. Mas agora, virar as costas para seu melhor amigo, porque disse que o amava, já é demais.

- Eu acho que cada um precisa do tempo que é necessário de cada. Uns nem ligam, outros demoram 01 mês, outros anos. Não quero te deixara mal Alan, mas tem que esperar.

- Já pensaram na possibilidade que eu não queira mais aporrinhar o Burro? Que eu deva seguir a minha vida sem a presença dele?

- Esse seria o nosso sonho Alan, você sair um pouco desse mundinho seu. Ir nas boates... – disse o Pedro me abraçando pelos ombros.

- Beijar umas bocas...

- Chupar uns pintos...

- Ir no Darkroom...

- Que coisa nojenta Simone! O Alan é "Lady", não curte Darkroom.

- Sou Lady? – perguntei tirando seus braços de mim.

- Sim, das chatas ainda! – completou o Pedro num sorriso largo, olhando com cara de nojo pelo gesto que fiz – e nem tente pagar de bonzinho que isso não está no seu sangue.

- Não quero "pagar de bonzinho", mas poderia aprender a ser mais sociável. Às vezes, se eu ser legal com as pessoas, possa atrair pessoas legais.

- Você jura que esperou 22 anos para aprender isso? – perguntou a Simone atônita.

E o Pedro que colocou a mão na cara, mas não descartou a gargalhada.

- Que estão rindo?

- Simone, ele apenas está citando trecho de alguma frase filósofa que ele leu num biscoito da sorte.

- Isso não tem nada de biscoito, isso é Clarice Lispector!

- Clarice Lispector ia dar na sua cara, se ouvisse isso!

- Enquanto um é sonso (Alan) o outro é agressivo (Pedro).

- Sapatão vindo falar de agressividade? Vai Alan, ela te chamou de sonso. Levanta e da um Kung-Fu nela.

- Não é assim que funciona, vocês sabem!

- Por quê? Precisa "morfar" ou tirar a roupa e mostrar a capa pra acertar essa bolachuda?

- É isso que estou entendendo, você está pedindo pro Alan me dar um Kung-Fu? – perguntou ela pegando seu violão e vindo para cima de mim.

- Não é "um Kung-Fu" que diz, mas sim, um golpe.

Ambos riram que nem as Hienas do Rei Leão.

- ui, ui, ui, não é "Um Kung-Fu"... Tão perfeitinho que chegou a duvidar que peida – a Simone disse abaixando o violão.

MEU CORPO É MUITO PESADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora