CAPÍTULO 35

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O começo do semestre foi exatamente da forma que eu imaginei. Eu de um lado e Burro do outro. Universidade Estadual era bem diferente da Particular. Pra começar, o Burro estudava em período integral e eu no noturno. Apenas nos víamos de finais de semana, isso quando ele não tinha afazeres de sábado. Porque eu nunca vi ter tanto conteúdo assim numa Estadual, mas tudo bem. Outra sina que me acompanhou, foram as zoeiras sobre o barraco que eu havia dado na república. A única coisa que salvava, era o que o Pedro e a Simone que estavam nas mesma classe que eu. Fui selecionado a trabalhar como estagiário dentro da faculdade, assim, ganhava um salário básico. O bom de ser aluno eram poder usar a piscina de graça, a academia era de graça e orientada pelos estudantes de educação física. Também estudava inglês, fazia tratamento dentário com o pessoal de odonto, ganhava sabonete do pessoal de estética, fazia avaliação nutricional com o pessoal da nutrição.

A Simone sempre levava o violão para tocarmos na hora do intervalo, ou seja, sempre matávamos as duas ultimas aulas. Meu irmão e os gêmeos frequentava minha casa aos finais de semana. Então morar sozinho não se tornou uma coisa tão monótona e chata. Trabalhava das 08:00 às 18: horas, depois tinha aulas das 19:00 às 22:30. Aos finais de semana estava cheia de gente. Resumindo, casa mesmo era só pra tomar banho e dormir. Eu revezava o jantar com o Pedro. Um dia na minha casa outro dia na dele. Foi com ele que pude trocar as primeiras experiências homossexuais, sem ser o meu irmão. Fui direto ao ponto sobre o Burro. Assim como o meu irmão, ele achava uma perda de tempo eu não "me declarar" logo de cara. Mas se havia algo que eu implantei dentro da minha mente, era que da minha boca ele não ouviria, jamais, que eu o amava de forma carnal.

- Sabe, eu passei por uma situação dessas na minha adolescência. Morria de medos, assim como você. Ele endeusava aquele rapaz. Uma vez ele já foi tudo pra mim – disse o Pedro jantando na minha casa.

- E o que aconteceu? – perguntei olhando aquele olhar triste.

- No meu caso não deu certo! Ele brigou comigo. Achou que eu sempre tirei uma casquinha dele. Principalmente aos finais do treino de vôlei, aonde íamos tomar banho juntos. Aos finais de semana nós revezávamos em qual casa dormir. Lógico que eu o via de cueca.

- Ele ficou cabreiro por causa disso!

- Sim! Disse que eu fui um filha da puta por sempre tê-lo visto nu.

- Valeu Pedro, você acabou de fincar uma estaca na minha teoria – disse enfiando uma boa garfada de macarronada.

- Ele se sentiu invadido por sempre o ver nu ou semi nu. Mas o que ele não sabia, era que eu o via como algo muito especial e que jamais quis o mal dele.

- Cai fora! Mal posso ver o Burro e meu pau fica duro. Por mais que eu o ame, nõ deixo de me masturbar pensando nele.

Ele gargalhou me deixando sem graça. Fiquei feliz de ter alguém com quem me abrir e poder falar realmente o que eu pensava. O Arthur é meu irmão, legal, fiel, mas o Pedro eu poderia falar de sexo, poderia ir além.

- Tá certo Alan, não vou negar que não batia umas pensando no meu amigo. Mas ele era diferente. Sabe aquele rapaz que você me falou, o Murilo?

- Sim!

- Como você o vê? Qual seu sentimento por ele?

- Cara, eu sou apaixonado por ele. Ele me da uma segurança muito foda...

- Não é disso que eu falo. Perguntei do seu tesão por ele – interrompeu ele.

- É diferente, porque o Murilo é mais paixão, é mais fogo, mais sexo. Quando penso nele, penso nos toques dele, penso no corpo dele, penso em transar com ele.

MEU CORPO É MUITO PESADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora