CAPÍTULO 52 - AQUELE QUE NÃO DEVERIA EXISTIR

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                                CAPÍTULO 52

Minha noite fora basicamente com nós dois um grudado ao outro e nossas bocas se beijando. Por mim, eu não desgrudaria dele jamais. Aquele gosto que sempre sonhei, era delicioso e viciante. Por mais cansativo que ambos estavam, jamais deixaria de ficar ao seu lado, logo agora, nos primeiros momentos que tive após ele se declarar. Mais um dia se foi e logo estaria chegando o final do Carnaval.

- dá pra imaginar que estamos dentro desse quarto há mais de 24 horas? – disse ele me enchendo de beijos – agora entendo quando dizer "viver de amor".

- Mas... você não me ama, sim eu!

- É verdade, passei todos esse tempo fingindo ser esse cara que sou, porque sou bobo e tal.

- você é o maior bobo de todos! Me enrolou todo esse tempo...

- E os machucados? – perguntou ele ignorando meu papo.

- Achei que o doutor fosse você!

- Tá com a língua afiada heim Alan?

Tive que concordar que fiquei mais chato que o habitial, após a declaração de amor.

- E, pode destorcer esse nariz Alan, porque eu sou a única pessoa que te aguenta nesse mundo.

- Eu sei Burro.

E ele riu dessa falta de humildade nos carinhos.

- Qual a graça?

- Que há 01 dia eu fiquei mega constrangido de pegar no seu pinto, porque, Alan, estou pegando no pinto do meu melhor amigo...

- Te entendo, fiquei igual!

- E... agora que peguei e fiz "coisinhas", ficou tão natural. Tipo... parece que até seu pinto foi feito pra mim e ele me entende.

- É ele te entende Burro! – respondi pegando sua mão e colocando sobre meu pinto duro – Ele já reconhece o dono dele.

- Safado esse outro dono dele. Não acaba o fogo nunca, é isso?

- Acha? 09 anos pra isso e agora você quer economizar? Nem a pau!

Tomamos um mega banho pra limpar tudo que tinha acumulado naqueles dias. Ele trocou meus e depois, saímos pra tomar café da manhã. Sentamos no bufet que tem aqui na minha cidade. Ambos não economizaram ao repetir mais de 4 vezes, pratos de café da manhã que tinha: pães, bolos, frutas, rosquinhas, iogurte. Meu mundo agora andava em câmera lenta. Conseguia ver mais risos, mais piscadas, mais sensibilidade. Me perdia em quantos sorrisos eu ganhava em uma hora. Agora eu conseguia enxergar tudo aquilo que sempre quis, felicidade. Tivemos que voltar a Ribeirão Preto pra prestar depoimento com sobre o Murilo. Graça a Deus ele não iria estar lá. Mas confesso que foi doloroso ver a Dona Renata e o Sr Mauro, chorando ao sabe do verdadeiro Murilo.

Na semana seguinte eu estava sentado na recepção da Beneficência Portuguesa, para operação do Arthur. Entramos às 06 da manhã, mas ele só foi operado às 13. Imaginem, 07 horas de espera com a pessoa mais dramática do mundo. Quando ele acordou no quarto, mais que depressa me agarrou no seu colo e chorou.

- Você está vivo seu brucutuzão!

- Te amo Alan! Não me deixa sozinho!

- Para que tá ficando feio você todo chorão, assim! Tem tanta enfeirmeira....

"Deixa pra lá!"

O Burro apenas fez sinal para parar de ser chato, pois a anestesia deixava as pessoas mais fragilizadas.

MEU CORPO É MUITO PESADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora