Hadley Clark esperava uma bicicleta sem rodinhas no seu aniversário de 12 anos, mas o único presente que ganhou foi ser abandonada pelo pai, sem uma explicação ou adeus.
A garota jurou ter sentido o seu mundo ruir, mas nada se comparava ao que ir...
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É mais difícil dançar com um demônio nas costas, então se liberte dele. Cansei do meu coração sem graça, então hoje vou arranca-lo e recomeçar. — Florence and the Machine.
É a sua vez, então sente-se,
Nós vamos acertar as contas
Por que gostamos tanto de nos machucar?
Paramore — That's What You Get
O som da guitarra atravessou a área de lazer, e eu levantei da espreguiçadeira de madeira com um sorriso bobo nos lábios, finalmente parando de conversar quando a voz de Matthew Healy soou nos altos falantes. Brooke que estava sentada em minha frente, tirou os pés de dentro da piscina e sorriu para mim, se levantando e me seguindo até uma pista de dança improvisada no gramado. Ficamos de costas uma para outra, gritando entusiasmadamente o refrão de sex, nossos passos eram lentos e sensuais, alternando entre pular feito loucas. Com um cigarro na mão e uma cerveja na outra, fechei os olhos e suspirei profundamente, obrigando a música alta a calar a voz dos meus pensamentos.
Céus, estava tão ferrada.
Eu não costumava acreditar em destino, mas com certeza o universo estava me punindo por algum erro que cometi e sequer conseguia lembrar, parecia que perdi o total controle da minha vida, porque me enfiei em um ciclo vicioso de destruição com Blake Graham, e sabia que depois dessa noite, tudo iria mudar. Eu estava disposta a ficar nessa casa e ignorar as pessoas ao meu redor, apreciava a solidão, não gostava de criar conexões porque sabia como elas se esvaiam rapidamente, não estava buscando uma família, apenas uma casa para morar, mas ontem o meu limite foi para o espaço.
Aprendi duramente que a verdade não importava, as pessoas só enxergavam aquilo que desejavam, e Blake não queria me ver como uma boa garota. Ele ansiava pela minha indisciplina e rebeldia, como se esperasse que eu fosse ruim só para não se permitir nutrir algum sentimento positivo por mim.
Eu poderia ser legal, gentil e adorável, mas morava em Harvest, minha mãe era uma prostituta e eu cresci em meio a drogas. Existia uma sujeira em mim que não era possível limpar, e por mais que Blake sentisse vontade de me entender, ela não era maior que o seu medo de ser manchado.
Era assim que me sentia quando seus olhos gelados e acusatórios pairavam sobre mim, ou então estava muito enganada e ele era mesmo um filho da puta que não gostava de ninguém porque era excêntrico e egoísta para caralho.
— Você tem alguns minutos antes que isso aqui se torne um caos. — Brooke falou e eu respirei fundo, concordando enquanto sorria. — Sério, Hadley, ele vai te matar.
— Eu sei.
A pequena multidão aglomerada na área de lazer dançava esfregando-se uns nos outros enquanto alguns apenas conversavam dentro da piscina enorme mais incrível que já vi.
