Hadley Clark esperava uma bicicleta sem rodinhas no seu aniversário de 12 anos, mas o único presente que ganhou foi ser abandonada pelo pai, sem uma explicação ou adeus.
A garota jurou ter sentido o seu mundo ruir, mas nada se comparava ao que ir...
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Então parece que eu parti seu coração Minha ignorância ganhou mais uma vez Eu não pude perceber isso desde o início E te machuquei tanto E alguém vai te amar Alguém vai te amar Mas esse alguém não sou eu
- Sorry
Ninguém é bom o tempo todo.
Essa foi uma verdade dura que precisei aceitar com o tempo. Por mais que nos esforcemos para não magoar as pessoas, em algum momento nesse meio do caminho, vamos escorregar e acabar saindo do trilho. É inevitável, somos feitos de ossos e carne, erros e pecados.
As vezes vamos ser muito cruéis com alguém que amamos. As vezes vamos perder o controle, magoar e partir os seus corações Eu agi assim uma vez, machuquei e afastei alguém que fez de tudo para me ver bem, e não há uma única parte minha que não se arrepende disso.
A culpa sufoca. Ela surge como algo inofensivo, alojada em seu peito, incomoda, mas não forte o bastante, até que ocupa todo o espaço e até respirar se torna mais difícil, porque nada tira da sua cabeça que você é uma pessoa horrível.
Suspiro fundo e fecho os olhos com força, antes de erguer o punho e bater na porta em minha frente.
Não sei o que esperar, mas estou com muito medo de não ser bom.
Estou com medo dele me mandar embora e não me perdoar.
- Hadley? - Trenton chama o meu nome, confuso. - O que está fazendo aqui?
- Hm. - ele pareceu hesitar. Agarrei minha bolsa com mais força, pronta para ir embora. - Claro.
Ele dá espaço para eu passar e eu prendo a respiração quando ficamos perto demais. Tenho medo de que ele desvende todos os sentimentos que não consigo falar em voz alta, ele sempre foi bom em identifica-los, nunca consegui esconder nada dos seus olhos curiosos porque ele sempre estava atento a cada movimento que eu fazia. Trenton era observador e detalhista, ele sabia quando eu precisava de um abraço e quando eu simplesmente queria ficar sozinha. Antes de abrir a boca e começar a chorar, ele percebia que tinha algo errado. Ele cuidava de mim. Ele era meu melhor amigo e eu o amava.
Não me dava conta do quanto precisava dele até que um dia, por um erro meu, o perdi.
É trágico o quanto damos valor a aquilo que não temos mais. No início, nossa dedicação para conseguir algo é demais, talvez pela excitação e euforia, o desejo de conquistar. Quando conseguimos, parece que tudo muda e então passamos a encarar com os outros olhos, como se aquilo que um dia brilhou tanto a ponto de chamar a sua atenção se tornasse... opaco. Até que perdemos, e quando isso acontece, o sentimento multiplica e a vontade de ter de volta é excruciante.
