Hadley Clark esperava uma bicicleta sem rodinhas no seu aniversário de 12 anos, mas o único presente que ganhou foi ser abandonada pelo pai, sem uma explicação ou adeus.
A garota jurou ter sentido o seu mundo ruir, mas nada se comparava ao que ir...
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E eu não quero que o mundo me veja Porque eu não acho que eles entenderiam Quando tudo é feito para ser quebrado Eu só quero que você saiba quem sou
— Íris
— O que você está fazendo aqui? — foi a primeira coisa que ouvi quando entrei no bar e me sentei de frente para o balcão, observando a única garçonete correndo de um lado para o outro tentando atender a demanda de pessoas, até que finalmente ela notou minha presença.
— Você faz essa pergunta para todos os clientes? — pergunto, com um sorriso nos lábios, tamborilando a madeira descascada com as pontas dos dedos. — Para que uma pessoa bem ao bar, Brooke?
— Deixa eu me retificar. — se inclinou sobre o balcão, para ficar mais próxima de mim, me encarando com uma seriedade que a sua baixa estatura não me deixava levar a sério. Ela estava tentando me intimidar?
Dou um sorriso pelo esforço.
— O que um cara como você está fazendo aqui, no calvário, Blake?
— Um cara como eu? Aí você vai ter que ser mais específica, meu bem.
— Rico, arrogante e metido a besta. Aqui tem bebidas baratas e nem um pouco sofisticadas, não vai encontrar o uísque que custa a porra de um rim, então vaza.
— Má educação não é bom para os negócios. — eu sorrio, checando o horário em meu relógio. 23:39. Duas horas que deixei Hadley em meu quarto porque precisava resolver um problema que não estava me deixando dormir.
Eu prezo muito pelo o meu sono e tem um filho da puta fodendo com ele.
— Não tenho nada contra você. — falou, colocando um copo com uísque em minha frente. — Mas o Trent pode aparecer a qualquer momento e as coisas vão ficar feia, não precisa provocá-lo porque ele já sabe que a Hadley está com você.
— Não estou aqui por ele. — viro a bebida, sentindo o álcool deslizar pela minha garganta queimando. Eu aponto com o queixo para o copo e ela o enche novamente, entendendo o recado. — Estou por um idiota chamado Bruce, você conhece?
Ela trava.
Suas mãos paralisam no ar e ela fica pálida, respirando com dificuldade.
Essa era a resposta que eu precisava, e ela não me agrada nem um pouco.
Viro mais um shot.
— Ele é o padrasto da Hadley. — murmurou, como se não quisesse ser ouvida. — E é um desgraçado.
— Eu sei.
— O que você vai fazer?
— Ainda estou me decidindo.
— Vai matá-lo?
— Não sou um assassino. — respiro fundo, falando mais firme do que deveria. Durante todo o trajeto até Harvest, eu murmurei que não precisava matá-lo para Bruce ter a punição que merecia, talvez eu só devesse assusta-lo o suficiente para não querer sair de casa nunca mais, porém eu não confiava em mim para isso.
