20• Gravidade e cartões de débito

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Há coisas sobre as quais quero conversar, mas é melhor eu esquecerMas se você me abraçar sem me machucarVocê será o primeiro a fazer isso

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Há coisas sobre as quais quero conversar,
mas é melhor eu esquecer
Mas se você me abraçar sem me machucar
Você será o primeiro a fazer isso.

— Cinnamon Girl.

— Então você está tendo um caso com o seu irmão?

— Credo, claro que não! Ele não é meu irmão de verdade. — faço uma careta só ao pensar em eu e Blake partilhando o mesmo sangue e preciso de outro shot de tequila para esquecer o quanto isso soou errado e nojento. — Meu pai trocou a minha mãe pela dele.

— Jesus. — o loiro franziu os lábios em desaprovação e eu revirei os olhos — E aí você acha que é uma boa ideia transar com o filho da sua madrasta desalmada?

— Posso falar que parece uma ideia sensacional e culpar a bebida?

— Depende. — ponderou. — Ele é gato?

— Terrivelmente bonito quando estou sóbria e lindo de morrer quando estou bêbada. — suspiro, mordendo o lábio. — E eu não transei com ele se quer saber. Uma parte minha, a mais estúpida e que prevalece nesse momento, quer desesperadamente... Mas a minha parte racional sabe que vou estragar tudo se fizer.

— Por que? —  perguntou, ligeiramente curioso.

— Sei como vou agir depois do sexo, e não vai ser bom, vou surtar e afasta-lo porque não sei ser de outra maneira. — suspirei, piscando para o barman quando ele colocou uma marguerita em minha frente. — E também, estamos envolvidos de uma forma que nunca estive com ninguém, fazer sexo poderia tornar tudo mais intenso e real. Tenho a sensação de que isso vai me ferrar, entende? Todos os outros garotos, todas as outras vezes, vão parecer sem importância porque nada vai se comparar com o que ele e eu iremos fazer. Quando ele me olha... — eu suspiro, virando outro shot. — Sinto como se pudesse enxergar o que não tenho coragem de dizer, e ele não vai embora. Ele sabe que estou toda danificada e mesmo assim permanece... Não estou preparada para isso.

— Se apaixonar?

Dou de ombros.

— Acho que isso já aconteceu. — ele sorriu quando fiz um careta, expressando o quanto essa ideia era terrível e absurda. — Mas você está em negação.

— Sem chances! Eu o odiava. Como a minha vontade de dar na cara dele mudou para ficar com ele? Isso é loucura! Não posso gostar dele, nós nem passamos dos beijos ainda.

— Você não ama uma pessoa pelo toque, ama pelo o que ela representa para você. Ama porque depois que a conhece todas as outras perdem a graça, ama porque ela tem qualidades que te cativam, mas também tem defeitos, e você os aceita porque não dá para ficar com as partes boas e ignorar as ruins. Ama porque você sabe que é autossuficiente e consegue ser feliz sozinha, mas não quer. Você quer companhia, sorrisos que consigam iluminar seu dia quando sua luz apagar, quer carinho e compreensão. Isso é ser apaixonar, o que acontece depois do sexo é mera consequência.

Você será minha.Onde histórias criam vida. Descubra agora