Ultimamente, eu tenho perdido o sono
sonhando com as coisas que poderíamos ser
Mas, querida, eu tenho rezado muito
Eu disse: Chega de contar dólares
Nós vamos contar estrelas.— Counting Stars
— Você sabe que está fazendo isso do jeito errado, não é? — Hadley perguntou, encarando o céu sobre nós. Corro meus dedos pelos seu braço e sinto seus pelos se arrepiarem por causa do meu toque, ela fecha os olhos e eu sorrio.
— Encontrei uma distração mais interessante. — murmurei, a fazendo se remexer na espreguiçadeira. — E mais bonita também.
Ela ri, desacreditada e revira os olhos, levando o cigarro até os lábios.
— As estrelas, Blake. — sussurrou. — É para isso que estamos aqui, para olhar para elas.
— Não. — dei de ombros, dando um gole em minha cerveja. — Estou aqui por você.
— Claro, o garoto que usa sacos de pancadas para dissipar a raiva nunca saberia relaxar fazendo alguma coisa que não seja usar a violência. — ela provoca, me encarando com a sobrancelha arqueada, mas sei que está se controlando para não sorrir.
— Então me diga, garota-super-controlada-que não-se-recorda-de-ter-furtado-o-meu cartão-e-ter me-xingado-dos-piores- nomes-possíveis, como olhar para o céu poderia tornar as coisas mais calmas?
— Primeiro, por causa da vista fantástica. — suspirou, dando um sorriso bobo. — E segundo, preste atenção na lua. — desviei o olhar do seu rosto e encarei o astro. — Já percebeu que quando olhamos para ela não conseguimos enxerga-la completamente? A lua mostra aquilo que deseja, as pessoas também são assim, escondemos parte de nós que não queremos que os outros vejam. — sorri, melancólica. Eu sou assim. — sussurrou, como se fosse um segredo. — Me guardo porque tenho medo de me machucar... É bobagem, eu sei, mas só dessa forma eu consigo me convencer de que não tem algo errado comigo.
— Não tem nada de errado com você, eu te acho perfeita.
— Você está vendo pela superfície, Blake. — ela ri forçado e leva o cigarro até os lábios, analisando a fumaça se desfazer no ar. — Mas não posso te julgar, as pessoas não costumam entender aquilo que não dizemos.
— Sei que você tem problemas, Hadley. — falei, sentindo um gosto amargo tomar conta da minha língua. — E sei que alguém como eu, que sempre teve o mundo aos seus pés, nunca vai entender o que você passou, mas eu te garanto que suas cicatrizes não te torna menos... — engulo em seco, porque ainda não encontrei uma palavra que pudesse descrever essa garota. — Incrível.
— Você só pode ser louco.
— Talvez. — dei de ombros, sorrindo torto. — Se pudesse enxergar com os meus olhos por um momento nunca mais se acharia menos que maravilhosa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Você será minha.
Lãng mạnHadley Clark esperava uma bicicleta sem rodinhas no seu aniversário de 12 anos, mas o único presente que ganhou foi ser abandonada pelo pai, sem uma explicação ou adeus. A garota jurou ter sentido o seu mundo ruir, mas nada se comparava ao que ir...