Thranduil entrou na sala de Galadriel, e vários rostos se viraram em sua direção, uma expressão mais preocupada que a outra. Entretanto, o primeiro que ele focalizou foi o de seu neto, Lenwë, que se destacava na multidão como uma estrela no céu escuro.
Thranduil estava prestes a correr até ele, mas foi interrompido por alguém que havia acabado de falar. A voz lhe parecia surpreendentemente familiar.
- ...não podemos atacar imediatamente. É loucura. Não temos a mínima ideia de onde ela está ou do que iremos enfrentar...
- Na verdade, nós sabemos, sim - disse o rei. Tauriel se calou e olhou para ele, os olhos cheios de dúvida. Sua surpresa em vê-la fora enorme, mas ele nada demonstrara. A situação era urgente demais para que ele fosse levar seu nervosismo em conta. Agora não era tempo para leviandades.
- Sabemos que meu filho está nas Minas de Moria, junto com muitos outros prisioneiros. O mais provável é que Haël esteja com eles.
- Mas como iremos resgatá-los? Seria impossível conduzir um exército inteiro pelas Minas de Moria. Aquele lugar é traiçoeiro. E sem exército não temos a menor chance de tirá-los dali. Os orcs devem estar protegendo fortemente o lugar em que esconderam os prisioneiros...
- Como Haël foi capturada em Lothlórien? - Haldir interrompeu. - Nenhum orc seria capaz de ultrapassar as fronteiras, mesmo que tivesse mais mil em seu encalço...
- Nós temos que fazer isso!
A voz forte de Lenwë Greenleaf se sobressaiu, fazendo com que todos se calassem.
- Não se lembram do que a Senhora Galadriel nos avisou? Haël era a peça que faltava para que eles completassem seu plano maligno, seja lá qual for. E agora ela desapareceu, o que significa que eles estão prontos para fazerem o que desejarem. Não sabemos a intenção dos orcs, o que torna tudo ainda pior. Mas não podemos deixar que eles continuem com seu plano! Esperamos demais, e agora não temos mais tempo!
Tauriel balançou a cabeça. Não queria dizer aquelas palavras, mas agora ela realmente percebia a gravidade da situação.
- Devemos agir. O quanto antes. Legolas, Haël e os outros precisam de nós.
Lenwë olhou para ela com admiração.
- Obrigada, minha senhora.
Tauriel simplesmente assentiu e saiu do cômodo. Logo depois dela, os outros elfos também decidiram sair, deixando apenas Thranduil, Lenwë, Galadriel e Celeborn.
Os quatro se entreolharam, um misto de desespero e medo se espalhando entre eles como uma onda furiosa.
- Tauriel está certa - disse Galadriel, olhando para Thranduil. - Devemos nos preparar. Sugiro, meu senhor, que arrume sua armadura de batalha.
Thranduil fitou Galadriel de volta, à procura de sinais que revelassem o mínimo de preocupação naquele rosto pálido. Não o encontrou; Galadriel parecia tão calma como sempre, apesar de seu rosto estar sério, como se ele não soubesse o que era um sorriso.
O rei confirmou com a cabeça. Ele já estava quase saindo quando Galadriel falou mais uma vez:
- Partiremos ao amanhecer. Esteja pronto.
+
Quando a reunião terminou, Alariën estava despertando. Era noite, e ela sentia muita fome. Sua barriga roncava dolorosamente, como se não tivesse comido há semanas.
Ao pé da cama, a elfa viu uma bandeja cheia com a ceia, e ela quase a derrubou na pressa de pegar. A refeição consistia em pães frescos, leite, frutas cortadas e um pote de mel para rechear.
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A FILHA DE VALFENDA - Contos da Terra Média (Livro 2)
FanficAlariën, filha de Tauriel e Elrond. Desde criança, guardava o sonho de se aventurar pela Terra Média e conhecer todos os lugares das histórias que sua mãe tanto lhe contava. Alariën está próxima de realizar o seu sonho, mas não do jeito que ela espe...