8. A Perda

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Thranduil acordou com os raios de sol batendo direto em seu rosto.

Rolou sobre os cobertores e viu Alariën, já completamente vestida, comendo o resto da refeição da noite anterior. Ela não sorriu quando o viu.

- Já ia lhe acordar. Haldir esteve aqui agora há pouco e diz que a Senhora Galadriel nos espera daqui a uma hora. Venha, ainda sobra mel e vinho.

Thranduil levantou-se e sentou na cadeira ao lado da elfa. Ambos estavam tensos. Comeram num silêncio que só era interrompido pelo barulho do vento entrando pela janela aberta.

Alariën tremia enquanto pegava a taça de vinho. O rei mal tirava os olhos do prato.

- Está na hora. - disse, erguendo o rosto para encará-la.

Ela não fez nada além de balançar a cabeça num gesto afirmativo. Thranduil apertou sua mão levemente quando, juntos, saíram do quarto.

- Onde ela mora?

- Haldir virá nos buscar. Ele já está subindo a escada.

De fato, após alguns segundos eles puderam ouvir passos leves chegando ao topo da árvore.

- Espero que tenham tido uma boa estada. A Senhora o espera.

Os dois deram um passo, interrompido por Haldir.

- A princípio, ela deseja falar apenas com o rei. Será recebida em seguida, minha senhora.

Alariën ficou um pouco sentida, mas concordou mesmo assim. Thranduil lançou um olhar de desculpas e entrou na sala que lhe fora indicada.

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Haldir teve a bondade de abrir a porta para deixá-lo passar. Assim que atravessou, Thranduil já começava a perceber uma grande mudança no ambiente.

Galadriel estava apoiada à janela, os olhos vidrados fitando o céu. Celeborn se encontrava sentado atrás de uma mesa atulhada de papéis e mapas. Apesar de estar um clima agradável, a tensão entre os companheiros era extremamente perceptível.

- Seja bem vindo, Rei da Floresta das Trevas. - disse Galadriel, saindo da janela. Os cabelos dourados da elfa estavam presos com um broche dourado que brilhava quando o sol o alcançava. Seu rosto era suave, mas firme; doce, mas com poderes inimagináveis. Os olhos verdes e penetrantes se fixaram em Thranduil. Olhos que nenhum ser vivo na Terra Média conseguia encarar por muito tempo.

- Sua beleza continua ultrapassando os níveis de minha imaginação, senhora de Lórien. - disse ele, ajoelhando-se.

Galadriel concedeu-lhe um sorriso fraco.

- É muito gentil. Erga-se. Precisamos conversar.

Thranduil levantou-se e encarou Galadriel.

- Minha companheira de viagem...

- Alariën. Sim. Eu deveria tê-los recepcionado ontem, assim que chegaram, mas outras ocupações tomaram boa parte do meu tempo. Espero que a jovem não se ofenda por não tê-la chamado agora.

- Tenho certeza de que Alariën entenderá. Ela voltou para o quarto enquanto aguarda o seu chamado.

- Ótimo. Embora eu ainda não entenda o motivo da sua vinda.

Galadriel não parecia estar repreendendo-o; estava apenas curiosa.

- A garota se afeiçoou a Legolas - o rei respondeu, evasivo. - Chegou ao palácio ferida, após procurar uma erva que pudesse ajudá-lo. Não seria justo deixá-la. Ela pode nos ajudar, também. Deixei um regente no palácio, e com ele o irmão de Alariën, Elladar.

A FILHA DE VALFENDA - Contos da Terra Média (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora