18 - Código AC

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Eram 19h45

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Eram 19h45. Após o jantar, estávamos, eu e Inês, ainda na biblioteca. Ela disse:

— Basílio, gostaria muito de falar contigo, em particular.

— Pois não! Estamos a sós aqui!

Ela parecia um tanto quanto desconfortável e ansiosa:

— Aqui dentro da EACF, não. As paredes possuem ouvidos.

Preocupei-me com o ar grave dela:

— Ora, quer ir lá fora?

— Sim.

— Então vamos!

Ela ficou surpresa com minha prontidão:

— Achei que ia opor mais resistência... Não vai reclamar do frio?

— A qualquer hora dessas, eu teria mesmo que enfrentar meus medos. Mas é tão somente uma voltinha, certo?

— Sim! — afirmou ela, rindo.

Vestimos as roupas pesadas de frio... Agasalho, calças, luvas, cachecol e touca. Inês proferiu baixinho, uma expressão típica mineira, enquanto calçava as botas:

— O trem custoso de colocar, sô!

Saímos pelo túnel que fora aberto na neve, na entrada principal da estação. Estava difícil caminhar, embora houvesse alguns pontos em que a terra firme já estivesse à mostra, pelo derretimento do gelo, tornando, porém, tudo muito perigoso e escorregadio. Caminhávamos na direção da estação inglesa, passando pelo lado oposto à saída dos nossos alojamentos.

— Sabe, delegado... Tenho que lhe dizer algo importante... Suas suspeitas de que Ema seja uma farsante, são reais.

Surpreendi-me:

— Por que diz isso?

— Não há nada de pseudônimo, heterônimo ou irmã gêmea. Ema Arantes e Patrícia Rocha são a mesma pessoa, pode ter certeza.

Aventei uma possibilidade psicótica:

— Um caso de dupla personalidade?

Inês sorriu:

— Claro que não. Vamos pelo caminho mais simples? Patrícia Rocha está se fazendo passar por Ema Arantes.

— E onde está Ema Arantes?

— Não faço a mínima ideia. O que sei é que essa moça aí, não é Ema Arantes.

— Você conheceu Ema?

— Não.

— E conhecia Patrícia?

— Menos ainda.

— Então como...

— Como sei?

Mudando repentinamente de assunto, Inês olhou para a estação inglesa e apontou para ela:

Assassinato no Continente GeladoOnde histórias criam vida. Descubra agora