Capítulo 23

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— Sobre a viagem aos Estados Unidos: estive pensando, é melhor alugarmos um carro lá ou pedir para levarem os nossos?

Fiz um biquinho e parei para pensar um pouco.

Estávamos deitados de bruços enquanto saboreávamos um bom vinho tinto.

— Não sei se consigo viver sem meu Optima por uma semana, mas acho melhor alugarmos mesmo.

— Falarei com meus funcionários - ele assentiu e desviou o olhar, encarando a cabeceira da cama.

Às vezes tento imaginar o que se passa pela sua mente, mas tudo o que vejo - imagino ver - é sexo e práticas de bdsm, nada além disso. Gostaria muito de saber como está seu coração, se tem espaço para algum novo amor, mas acho que o único que ele sente é pela mãe, Elizabeth, e pelo trabalho.

De repente sinto falta da Irlanda, da minha mãe - que não verei nunca mais -, do meu pai, da Eileen e até mesmo do Dwane, irmão de Megan. Apesar de eu ser uma adulta agora, ainda preciso muito de minha mãe, mas eu nunca mais a terei.

Acho que estou com cara de boba enquanto viajo em pensamentos, porque Sebastian ri e pergunta:

— Está tudo bem?

— Hum? O quê? - me virei para ele e arregalei os olhos, levando meus lábios até a taça fina de vinho — Bem. Tudo bem.

Ele assentiu e como sempre, não parecia realmente interessado.

* * *

— Tem certeza que está tudo certo mesmo? - Sebastian perguntava ao telefone.

O dia de folga passou mais rápido do que o esperado e já estávamos de volta ao trabalho e essa semana com certeza vai ser bem longa e cansativa, mas estarei cansada em Los Angeles, então acho que vale a pena. Richard se responsabilizou por terminar de ajeitar todas as coisas para a viagem, até conseguiu um ótimo motorista para nos levar para todos os lugares em Los Angeles - apesar de Sebastian adorar dirigir tanto quanto eu.

— Parece que viajamos amanhã - disse ele ao desligar o telefone, abrindo o sorriso mais largo e lindo do mundo. Nunca o vi assim. Quase pulei de alegria, mas me contive apenas em explodir meu rosto em um sorriso enorme. Eu nem sabia o que dizer — Estou orgulhoso, senhorita Byrne.

— Obrigada, Sr. Bennett. Se importa se eu ligar para meu pai e contar tudo? Tenho tido vontade de fazer isso há dias.

— Claro - ele deu de ombros e com um sorriso bateu uma mão na outra — À vontade.

Saí de sua sala quase correndo em direção ao corredor enquanto ajeitava minha saia preta e pegava meu celular, discando o número do meu pai.

Daor? - mordi o lábio, fechei os olhos e sorri ao ouvir a voz do grande amor da minha vida. Nem se eu ficasse na Terra até o fim do mundo eu saberia explicar o quanto eu amo meu pai.

Daidí! Estou feliz, o senhor nem imagina.

— Oh, daor, e qual seria o motivo? - pelo seu tom de voz, aposto que estava sorrindo.

— Adivinhe - abri um sorriso largo e nem esperei ele dizer nada para responder: — Eu vou para Los Angeles, daidí! Los Angeles! Vou ver se consigo bons patrocinadores para o Sr. Bennett.

— Meu Deus, iníon! Que... que coisa ótima - ouvi um suspiro e depois um risadinha de felicidade do outro lado da linha — Estou muito orgulhoso de você.

Sei que estava sendo sincero.

— Obrigada, daidí. Fico feliz em saber.

Durante toda a minha vida, eu sonhei com o momento em que meu pai sentiria orgulho de mim. Apesar de ele dizer isso sempre, desde que eu vim ao mundo, agora é realmente oficial para mim. Acho que ele está ainda mais ansioso do que quando me formei em administração há alguns anos.

Tentação InglesaOnde histórias criam vida. Descubra agora