Capítulo 1

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— Boa tarde, meu nome é Eleanor Byrne e... - me pego treinando para minha estrevista de emprego para a London Griffiths Marketing Center pela milésima vez. Me formei recentemente e deveria estar me sentindo super confiante porque isso é uma coisa que eu sei fazer. Mas estou tão nervosa por ser o filho do senador Oswald Bennett, que meu coração está quase saindo para fora de meu peito.

— Ainda nervosa, El? - minha amiga loira dos olhos azuis (inglesa que morou na Irlanda desde que nasceu) que veio comigo também para procurar emprego na Griffiths segurava minha mão e tentava me acalmar. Somos amigas desde que estávamos na barriga de nossas mães, entramos e saímos da faculdade juntas e fico muito feliz que finalmente vamos morar juntas e quem sabe dividir o mesmo emprego. — Fique tranquila, o senhor Bennett vai amar você.

Sebastian Bennett. Um dos filhos do senador que eu espero muito que seja meu CMO. Eu nunca o vi, nem na televisão e nem em revistas. Eu sou do tipo que se desliga do mundo e Megan muitas vezes ri da minha cara por causa disso. Eu só conhecia o Senador Oswald Bennett porque sempre o via nos noticiários e até mesmo na Irlanda, as pessoas da rua distribuíam folhetos, o que não ajudaria em nada, já que o senador é de Londres e os irlandeses não poderiam fazer nada para ajudá-los, mas acho que é porque ele tem uma influência política muito grande na Europa. E quanto a Griffiths, bem, o seu pai, Harrison Bennett faleceu há cinco anos deixando a empresa dos Bennett para seu filho, Oswald. Um tempo depois, a esposa do senador Oswald faleceu por conta de um câncer super agressivo e então o senador mudou imediatamente o nome da empresa para Griffiths - o sobrenome da amada esposa. Desde então, Oswald Bennett não se envolveu com nenhuma outra mulher, pelo menos, não para a mídia.

— Eleanor Byrne? - a voz suave de uma senhora que aparenta ter mais ou menos cinquenta anos me despertou e eu apenas fechei os olhos enquanto me levantava.

— Sou eu - falei indo em direção à moça dos cabelos loiros presos em um coque.

— Venha comigo, por favor, senhorita Byrne - ela sorriu e eu acompanhei até um corredor onde só havia uma sala que imagino ser a sala de Sebastian Bennett. A moça leu algumas folhas que estavam na pasta que ela carregava nos braços e fez um bico. — Certo, meu nome é Rosie Prescott, eu iria fazer a entrevista de emprego mas o Sr. Bennett insistiu para que fizesse ele mesmo, então lá vamos nós! - ela analisou mais uma vez as folhas em sua pasta. Seu sotaque norte americano era bem evidente. — Muito bem, senhorita Byrne, não espere o Sr. Bennett chamá-la, por que ele não vai chamar. Ele está fazendo uma entrevista com uma candidata e assim que ela sair, espere no máximo dois minutos e entre. Não entre antes dos exatos sessenta segundos e nem depois dos exatos dois minutos, entendeu?

— Sim, senhora Prescott - assenti. Isso só me deixou ainda mais nervosa.

— Certo. Boa sorte, senhorita Byrne.

— Obrigada - assenti com a cabeça e então a senhora saiu me deixando sozinha sentada naquele corredor enquanto eu suava frio de nervosismo.

Eu estava usando a minha melhor roupa possível. Uma saia nem muito longa e nem muito curta na cor preta e uma camisa social branca - que deixei a barra por dentro da saia - e quanto meus cabelos, fiz um coque bem preso em cima da cabeça e deixei dois fios soltos, um de cada lado e coloquei uma sapatilha preta com um salto baixíssimo. Acho que acertei porque a Sra. Prescott usava o mesmo tipo de roupa, com a diferença que seu salto era bem maior e a saia era um pouco mais curta.

Fiquei apertando minha mão uma na outra enquanto sentia o suor escorrer pelas mesmas. Só aquela sala de espera já me assustava. Em salas de espera normais, geralmente se tem uma tevê, ou revistas de fofocas, mas essa não. Essa tem uma estátua de Harrison Bennett em tamanho real.

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