Capítulo 41

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Antes de começarem a ler:
Na parte da Eleanor e do Sebastian, leiam ouvindo Often do The Weeknd.
Boa leitura ;)!

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Acordei às dez da manhã com a cabeça explodindo de dor por ter chorado tanto na noite passada. Coloquei a cápsula em minha boca e tomei alguns goles de uísque para ajudar a descer - apesar de saber que já havia bebido demais essa semana.

Depois do almoço, Brígida me ligou me chamando para ir ao parque com ela, Cath e Dwane. Eu precisava parar de chorar e essa me parecia uma boa distração, então aceitei.

Minhas pernas já estavam bem cicatrizadas, mas ainda tinham marcas horríveis e apesar do calor infernal que estava fazendo lá fora, coloquei um vestido longo - um vestido que eu odiava, aliás. Era roxo e essa cor não caía bem em mim.

Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo alto, bem firme, quase não passei maquiagem e já estava pronta. Dei um beijinho em Bowie e entrei em meu Optima, indo até o parque para me encontrar com os três. Ficava no centro da cidade, então só levaria uma meia hora para eu chegar lá.

Quando cheguei, Cath que estava segurando um sorvete na mão veio correndo para me abraçar, com um sorriso muito sincero nos lábios. Me abaixei para pegá-la no colo, dei um beijo em sua bochecha e esfreguei o  nariz em seu pescoço, a fazendo soltar as mais escandalosas gargalhadas.

— Em qual brinquedos nós vamos primeiro, hein? - perguntei a balançando.

Dei um abraço com meu braço livre em Brígida e Dwane e então a pequena Cathleen apontou para o carrossel e toda sorridente me respondeu:

— Cavalinhos!

Brígida deu uma risadinha e Dwane abriu um sorriso.

— Quer fazer a titia vomitar logo de cara, hum? - ela olhou para minha cara e começou a rir. Fingi estar brava com ela, mas era impossível. Ela parecia um anjinho de cabelos escuros e só as covinhas fundas em suas bochechas já me faziam esquecer quase todos os meus problemas. Bufei e, rindo, falei: — Tudo bem, certo, vamos aos cavalinhos. Mas termine seu sorvete.

A coloquei no chão e a pequena lambuzou todo o rosto e riu muito daquilo, enquanto sua mãe a limpava.

— Vocês vão vir com a gente nos "cavalinhos" também, ou vão me deixar passar mal sozinha? - brinquei.

— Nós vamos - Dwane assentiu.

Brígida coçou a testa e ajeitou a franja, franziu o nariz e deu um tapinha no ombro do marido.

— Vou ficar aqui, minha cabeça está doendo um pouco. Vou em outro brinquedo depois - disse e depois chamou a filha que foi correndo para seus braços — Dê um beijinho na mamãe.

Ela fechou os olhos, fez um biquinho e deu um beijo demorado na bochecha da mãe. Dwane selou seus lábios nos de Brígida e nós seguimos para a fila do carrossel que não estava muito grande. Fiquei observando Brígida, sentada em um banquinho com os cotovelos apoiados na bolsinha da filha. Ela estava olhando para o nada e parecia meio aflita. Minha vontade foi de sair da fila e abraçá-la, perguntando o que ela tinha. Mas ela provavelmente quer ficar sozinha.

O toque que Dwane deu em meu ombro, me fez parar de observá-la.

— Então, o que acha?

— Hum? - franzi o cenho.

Ele riu antes de responder:

— Podemos ir à roda gigante depois que sairmos daqui. Posso deixar Cath com a Bri.

Tentação InglesaOnde histórias criam vida. Descubra agora