Capítulo 26

68 5 0
                                    

Deixamos o restaurante depois de três transas naquele banheiro enorme e apagamos assim que entramos no quarto de hotel.

Acordei por volta das sete da manhã e já fui me arrumar logo depois de tomar um rápido café da manhã típico norte americano. Coloquei um vestido - não muito colado - branco de mangas longas com alguns detalhes dourados, fiz uma trança de lado meio bagunçada em meu cabelo, coloquei brincos de pérola, passei pouca maquiagem e calcei uma sandália branca baixa. Sebastian acordou alguns minutos depois e demorou um pouco para se levantar e vestir uma calça e uma camisa social cinza, um colete por cima e pendurar a gravata prata nos ombros enquanto procurava por um terno.

— Já tomou café? - perguntou depois de selar nossos lábios com um beijinho rápido.

— Desculpe não ter te esperado - estalei a língua e levantei uma xícara de chá — Está sem açúcar.

— É chá inglês? - ele apontou para a xícara com um sorrisinho.

— Sei que não gosta muito do café da manhã daqui - sussurrei e dei de ombros, o fazendo soltar uma risadinha.

Procurei por uma bolsa e peguei uma nude muito bonita que comprei pouco antes de virmos para cá. Me olhei mais uma vez no espelho e ajeitei uns fios de cabelos soltos antes de sair do closet.

Sebastian conferiu o celular rapidamente e finalmente fez um nó em sua gravata.

— Podemos ir? Barnes está nos esperando.

— Barnes? - franzi o cenho.

— Ele é um ótimo motorista, confie em mim.

— Sabe que eu confio - dei de ombros — E vai ser uma honra andar com o motorista de Harrison Bennett.

Sebastian abriu um sorriso falso e se levantou ajeitando o terno, embora já estivesse impecável.

— Então vamos.

Descemos pelo elevador até o estacionamento do hotel, onde Barnes que mais parecia um robô nos aguardava ao lado de um BMW série 7 branco, as mãos entrelaçadas em frente ao corpo. Sebastian abriu a porta do passageiro de trás para mim e depois deu a volta para abrir a dele. Se sentou à direita e eu, à esquerda.

Esse carro é uma máquina e juro, eu moraria tranquilamente dentro dele. Os bancos de couro mais limpos que o meu colchão, mini "televisões" nos bancos que podiam ser controladas através de um smartphone. Os meus olhos verdes ganharam vida ao ver como esse carro era por dentro, meu pai ficaria louco agora.

Sebastian escolheu uma música que acho ser de Benjamin Britten e a colocou bem baixinho. O fiquei encarando. Estava tão focado olhando a paisagem de Los Angeles através do vidro fechado da janela, as mãos entrelaçadas em cima das coxas, a tensão se formando de leve no maxilar, o sol matinal trazendo mais vida aos seus olhos cor de safira.

Quando percebi que ele me encarava pelo canto do olho, voltei a atenção para a mini TV na minha frente que não tinha nada, depois olhei a paisagem pela janela. Fico imaginando Megan em meu lugar, ela ficaria louca e não pararia de gritar o quanto Los Angeles é maravilhosa até que Barnes ou Sebastian a mandasse se calar de um jeito nada educado e ela riria, se calaria um tempo e então voltaria a gritar.

Depois de mais alguns minutos, Barnes fez uma curva de leve e estacionou perto de um prédio que me dava tontura só de contar os andares que possui. Barnes abriu a porta para mim e depois para Sebastian.

— Estarei esperando por vocês aqui, se precisarem é só chamar - disse assentindo brevemente.

Sebastian apontou para a entrada do prédio e colocou a outra mão em minhas costas para que eu entrasse. Abri um sorriso para as mulheres da recepção e fiquei admirada com o lugar. Parecia mais um museu do que um centro de negócios. Algumas esculturas espalhadas perto de fontes, uma maior e mais linda que a outra. As salas e o chão de vidro sem nenhuma marca de dedo sequer e pessoas bem vestidas conversando e rindo sofisticadamente e exibindo as peças de roupas e jóias mais caras do mundo.

Tentação InglesaOnde histórias criam vida. Descubra agora