Capítulo 37

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Depois de ficar me revirando na cama a madrugada inteira, consegui dormir às cinco da manhã e acordei às sete. Passei o remédio em cima dos meus ferimentos novamente e fiquei atrás da porta, com um dos ouvidos colados na madeira até que ouvi a porta se batendo às sete e vinte e três e então eu soube que eu poderia descer para tomar meu café da manhã, porque a ameaça - que aliás não deixei de amar - havia ido embora.

Desci as escadas com muita dificuldade por causa da dor insuportável em minha bunda e pernas e quando cheguei na cozinha, havia um prato com fatias de pão, bacon, salsichas fritas, ovos, morcela preta e branca, feijão com molho de tomate, batata e cogumelos e ao lado do prato, chá com leite e um papel com alguma coisa escrita apoiada na xícara. Peguei e li com os olhos cheios de lágrimas:

Prometo não mandar mil mensagens hoje, mas precisa se alimentar.

Tenha um bom dia.

- S.

Me sentei em uma cadeira e comecei a comer enquanto me lembrava da noite passada. O que mais doía não eram essas marcas em minhas pernas que sangram e fazem minha carne quase pular para fora, o que mais doía era meu coração ao me lembrar do quanto Sebastian amou fazer isso enquanto me batia e eu implorava para que parasse. Agora eu entendo cada uma das submissas que o deixou, talvez eu até seja uma delas agora.

Terminei meu café da manhã, lavei as louças e subi para meu quarto, me jogando em minha cama que ainda estava com os lençóis cheios de sangue. Depois de um tempo encarando o tecido que agora estava vermelho, me levantei e coloquei novos lençóis em um lindo tom de verde. Me joguei na cama de novo e peguei meu celular, coloquei na galeria e permiti que as lágrimas rolassem pelas minhas bochechas ao ver minha foto no carro de Sebastian, ao lado dele. Sua cabeça deitada em meu ombro. Aquela foi uma das noites mais especiais para mim. Deslizei meu dedo para o lado algumas vezes e vi nossa foto em frente ao letreiro de Hollywood, apontando para as letras que estavam bem distantes, depois, nossa foto na praia.

Joguei meu celular na cama e cobri meu rosto com as duas mãos, me sentindo pequena, e comecei a chorar. É só isso que tenho feito desde ontem à noite.

De repente, me lembrei de Megan, eu precisava contar isso para ela. Peguei meu celular e disquei seu número rapidamente, minhas mãos estavam tremendo. Ela atendeu depois de dois toques e eu a contei tudo, sem nem desejar um bom dia, ou dizer "oi". Só disparei tudo de uma vez, desde minha primeira sessão no Dungeon até ontem. Ela ficou em silêncio durante muito tempo e então finalmente disse:

— Meu Deus, El. Eu... bom, ainda estou a caminho da Griffiths mas vou ligar para o senador Oswald e perguntar se posso chegar mais tarde. Me passe o endereço do Sebastian por mensagem e eu vou até você - pelo seu tom de voz trêmulo, aposto que estava chorando. Ela falou para Michael parar o carro e então me disse: — O que preciso fazer para entrar aí?

— Diga que o Sr. Bennett te autorizou e que... a assistente dele está esperando por você. Ele vai te dizer o número do apartamento e... tem uma chave reserva dentro da abertura do tapete. Você entra e sobe as escadas, é onde meu quarto fica.

— Certo. Eu já vou, está bem?

— Um-hum - respondi fungando e desliguei para chorar mais um pouco.

Me pergunto se Sebastian já está sentindo minha falta na Griffiths, mas tento ignorar todos os meus pensamentos que envolva ele e espero por Megan.

Ela chegou por volta das dez e quando abriu a porta do meu quarto, eu me levantei imediatamente ignorando a ardência em minhas pernas e a abracei apertado, afundando meu rosto em seu ombro e me permitindo chorar até soluçar como uma criança. Ela simplesmente me envolveu e ficou falando "shh, shh... tudo bem, El. Tudo bem" e de alguma forma, isso realmente me acalmou um pouco.

Tentação InglesaOnde histórias criam vida. Descubra agora