Acordei às dez e meia e decidi chamar meu pai e Eileen para almoçar aqui em casa. Quando liguei e disse que tinha me demitido, ele disse que estava sentindo minha falta e que ficou feliz por eu ter voltado, mas também não deixou de dizer o quanto estava decepcionado por eu ter deixado a Griffiths.
Me levantei da cama e vesti uma calça jeans mais larga. Meus pulsos já estavam menos vermelhos e dava para esconder com maquiagem, então vesti uma camisa de manga curta. Abri a porta de vidro para que Bowie pudesse correr pela grama verdinha do quintal e fui para a cozinha preparar o almoço: Beef and Guinness Stew - cozido feito de carne e temperado com salsinha, alho, pimenta e cerveja Guinness.
Quando terminei de separar todos os ingredientes, deixei esquentando e mandei uma mensagem para Dwane, dizendo que eu estava de volta e que era para ele, a esposa e a filha virem almoçar aqui.
Ao meio dia em ponto, todos tinham chegado. Abri a porta e meu pai foi o primeiro a me abraçar. Queria pular em seu colo como quando eu era criança, mas minhas pernas todas feridas dificultam isso e provavelmente sua coluna não aguenta meu peso.
— Daor, senti tanto sua falta - ele disse quase que com os olhos cheios de lágrimas e eu sorri, o abraçando mais uma vez.
Agora que estou aqui, posso falar apenas irlandês, nem eu mesma sabia o quanto eu sentia falta disso.
A próxima pessoa a me abraçar foi Eileen. Que ficou balançando meu corpo dolorido e rindo, sem dizer nada. Essa mulher é uma mãe para mim.
Depois, foi a vez de Brígida, a morena de franja que parecia não envelhecer nunca. Ela sorriu e eu a abracei apertado. Depois abracei Dwane e então me abaixei para pegar a pequena Cathleen que se escondia atrás de uma das pernas da mãe.
— Oi, menina linda! - abri um sorriso e ela prendeu as pernas em meu quadril e me abraçou apertado e, de repente, foi como se toda minha dor passasse, tive até vontade chorar, mas respirei fundo e a coloquei de volta no chão.
— Boi! - Cathleen, que aliás, era uma cópia de sua mãe, apontou para Bowie que corria como um louco do lado de fora e correu atrás dele, dando gargalhadas que me faziam rir também.
— Cath! - Brígida chamou pela filha que continuou correndo.
— Tudo bem - balancei a cabeça — Bowie gosta de crianças. Só tome cuidado para que ele não pule nela.
A cunhada de Megan sorriu e eu fechei a porta atrás deles.
— Já querem comer? - perguntei depois de um tempinho.
— Estou faminto! - Dwane disse rindo, enquanto passava a mão na barriga.
Me levantei sorrindo e estalei a língua e falei, ajeitando o cabelo:
— Não tive tempo de comprar Guiness, usei tudo na receita, mas tem vinho.
Brígida lançou o mesmo olhar que uma mãe lança para o filho quando ele está fazendo coisa errada e ele olhou para mim e deu de ombros.
— Estou dirigindo, então... vou beber suco.
— Pode beber uma taça agora e ir embora mais tarde - dei de ombros.
Brígida o encarou de novo e os dois trocaram risada.
— Tudo bem, D - ela disse dando e ombros e foi atrás de Cathleen no quintal, que não parava de rir.
Depois que Brígida voltou com a filha, todos se serviram e eu peguei as taças e coloquei vinho rosé para todo mundo e foi só eu colocar o garfo com o cozido de carne em minha boca para o interrogatório começar:
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Tentação Inglesa
Fanfiction"A única maneira de nos livrarmos de uma tentação, é ceder-lhe" Eleanor Byrne, uma mulher irlandesa que se muda para a Inglaterra para realizar o seu grande sonho: trabalhar em uma das maiores empresas de marketing do país - London Griffiths Marketi...