Capítulo 1: Dividir para conquistar

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30 minutos antes da polícia chegar...

A explosão que levou o nosso túnel levou também Berlim e o professor não soube lidar com isso. Foram cinco meses de preparo para os outros, mas para ele foram anos. No entanto ninguém o preparou para a possiblidade de perder seu irmão. Não assim ao menos. Ele sabia que perderia Andrés mais cedo ou mais tarde apesar de todas suas tentativas de cura-lo de sua doença. Anos antes ambos foram para a Itália tentar um novo tratamento, que acabou não dando certo. A mãe deles tivera dois filhos doentes e apenas um conseguiu se tornar um adulto saudável. E isso fez que por um momento ele esquecesse que seu plano estava à beira de ir pelos ares, porém Nairóbi o trouxe de volta à Terra.

- Vamos, Professor! Há tempo para o luto mais tarde, agora temos que correr! – Ela o chacoalhou. – Eles estão vindo para cá!

- Certo. Me desculpem. – Ele ajeitou os óculos, como costumava fazer e suspirou profundamente tomando fôlego. O professor que eles conheciam estava de volta. – Se troquem, rápido as sacolas estão ali no outro quarto. Enquanto isso, eu Helsinque e os sérvios limparemos nossos registros aqui.

O professor vestiu um macacão preto, assim como Helsinque, e com luvas e máscaras ambos começaram a limpar rapidamente tudo que todos haviam enquanto os sérvios jogavam os sacos de dinheiro o mais rápido possível dentro do caminhão. Os sérvios nunca tiveram seus nomes citados. A limpeza precisava ser rápida e eficiente pois polícia não precisava conhecer mais digitais, além das que já tinha.

4 meses antes...

- Eu ia chegar lá, Dever. – O professor pegou o giz e começou a desenhar no quadro. O túnel vai sair no Hangar onde eu farei o controle de todas as câmeras, certo? Neste mesmo hangar haverá um caminhão com emblema da cerveja Estrella Galícia aguardando para ser recheado não com cerveja, mas sim com os nossos sacos de dinheiro. Nessa altura já teremos nossas novas identidades falsas, sendo que eu e Helsinque guiaremos o caminhão enquanto os outros de vocês sairão do Hangar a pé, e nos encontrarão no nosso próximo ponto de encontro.

- A pé? – Quis saber com um ar desconfiado, Tóquio.

- Sim, Tóquio. – Eles estarão procurando por um grupo de ladrões com macacões vermelhos. Mas vocês não estarão juntos, nem usando macacões. Deixarei uma maleta com roupa de vocês para que vocês se troquem antes de sair. Quando estiverem arrumados, sairão do Hangar um a um com diferença de alguns minutos e irão para lados diferentes. Lembrem-se, eles estarão de olho em grupos.

- E depois que saímos do Hangar separados nos encontramos de novo aonde? – Indagou Moscou.

- Vocês se encontrarão no ponto de ônibus na quadra seguinte, Rio causará uma pane rápida no sistema de câmeras de toda a área no momento em que vocês estiverem passando. Lembrem-se de não sentarem juntos dentro do ônibus também. Se possível peguem linhas diferentes, desde que o destino seja o mesmo.

- Dividir para conquistar. – Afirmou Berlim. – Eles não podem correr atrás de todos nós ao mesmo tempo, se estivermos um para cada lado. Devemos confundi-los o máximo que pudermos.

- Exatamente. – Concordou o Professor, com um sorriso amistoso.

10 minutos antes da polícia chegar...

Nem eles sabiam como, mas conseguiram colocar todo o dinheiro no caminhão e se trocar em vinte minutos. Apesar do estado emocional do professor, ele conseguira se acalmar o suficiente para fazer seu trabalho. Antes de subir no caminhão ele virou-se uma última vez para fita-los e disse:

- Lembrem-se: não saiam todos juntos. Nos vemos daqui a pouco.

Antes de sair os computadores foram desligados e Rio passou o controle das câmeras para um celular não rastreavel que entregou ao professor. Como o tempo era curto, eles saíram com no máximo dois minutos de diferença um do outro e mesmo assim, poucos segundos depois que Nairóbi saiu eles começaram a ouvir as sirenes da polícia. Tentaram manter-se calmos pois estavam diferentes do que a mídia e os reféns haviam visto e as coisas não poderiam dar errado justamente agora tão perto do final.

O professor viu as viaturas passando e seguiu para o caminho contrário. Enquanto eles chegavam em Toledo, o professor estava a caminho de Torrijos.

Torrijos é uma cidade tranquila de apenas 12 mil habitantes e o fato de terem chegado a noite por lá facilitava que ninguém prestasse muita atenção neles. Afinal motoristas de caminhão parecem sempre iguais certo?

Era com isso que eles contavam quando pararam em frente ao simpático bar lotado de turistas que tinha o irônico nome de "Refúgio. " Enquanto na televisão passava o rosto dos fugitivos, o dono do bar indicava a garagem lateral para fornecedores, sem que ninguém prestasse atenção nos motoristas.

 " Enquanto na televisão passava o rosto dos fugitivos, o dono do bar indicava a garagem lateral para fornecedores, sem que ninguém prestasse atenção nos motoristas

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