Capítulo 7 - Uma nova rotina

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Já haviam se passado quase doze horas desde o roubo e não havia sinal de nenhum dos assaltantes. Nenhum vizinho viu nada, ninguém escutou nada, ninguém viu nada suspeito, muito menos pessoas em macacões vermelhos.

Talvez eles tivessem tido tempo para trocar de roupa, mas o local escolhido pelo professor era estratégico: não havia vizinhos por perto, logo ninguém poderia dizer com exatidão o quão atrasados os policiais estavam.

Ela não tinha fome, porque a ausência de notícias tanto de um lado quanto de outro a assustava.

Ela gritava para si mesma: Raquel você conhece esse homem há apenas uma semana!

Mas era uma discussão inútil porque sabia que mesmo que nunca mais visse Salva, ou melhor, Sérgio, aquele sentimento continuaria sendo real.

Enquanto dirigia de volta para sua casa ficou tentando imaginar aonde eles estavam. Provavelmente escondidos em algum lugar na própria Madrid, já que checaram todos aviões e todos os carros que tentaram sair da cidade. Ele falou sério quando disse que planejou aquilo por muito tempo.

E ela tinha seu emprego de volta e ainda estava sob suspeita, portanto tinha que colaborar com as investigações e jamais dar qualquer sinal de que não queria encontra-los.

Porém no fundo ela rezava para todos os santos que não os encontrasse. Porque se encontrasse, ela seria obrigada a prende-los obviamente. Por outro lado, ela o veria mais uma vez e quem sabe pudessem ter visitas intimas...

Por Deus, que diabos você está pensando mulher? Recriminou a si mesma.

Quando finalmente chegou em casa, ver sua mãe e sua filha era um bálsamo depois de tanto stress em pouco tempo. E pela primeira vez ela agradeceu o fato de sua mãe ter um início de Alzheimer e não lembrar de Sérgio. (O fato de ela ter jogado fora bilhetes a respeito dele também ajudara.)

Porém a memória de sua filha pequena obviamente era muito melhor e sendo assim enquanto ela mastigava a comida com pouca vontade sua filha perguntou:

- E o seu namorado, mãe? Quando vai vê-lo de novo?

- Que namorado? – quis saber sua mãe com olhar confuso.

- Salva, lembra-se vovó? – a menina respondeu e ela fingiu lembrar-se mas suas sobrancelhas arqueadas indicavam que não.

- Ele precisou fazer uma viagem. Mudou de cidade da verdade. – Raquel tentou explicar com rapidez de alguma forma que fizesse sentido.

- Então vocês terminaram? – Paula parecia chateada.

- Não sei ainda. Vamos ver. Não se preocupe com isso, Paula. – Ela deu um sorriso curto e acariciou o rosto da menina. – Me conte da escola, como foi hoje

Já passava das onze da manhã quando Tóquio e Rio deixaram o quarto. O cheiro de comida já invadia todos os espaços fazendo com que o ronco do estômago deles aumentasse. Quando eles chegaram na cozinha ainda bocejando se deram conta de que era os últimos a levantar.

- A noite foi longa? – perguntou Nairóbi de forma maliciosa parando de cortar cenouras por um momento.

- Você não imagina o quanto. – Tóquio se inclinou sobre a bancada, apoiando a cabeça nos cotovelos com um sorriso. Ela usava uma camiseta preta larga deixando claro que não pertencia a ela.

O professor continuou cozinhando e preferiu ignorar a brincadeira, respondendo apenas um bom dia despreocupado para os dois e um recado.

- Se vocês querem mais alguma coisa façam uma lista, que hoje ao meio dia vou entregar a Santiago. – disse.

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