Capitulo 49: A despedida

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Como era dia de semana, enquanto Nairóbi e Javier ficaram entretidos um com o outro, Santiago levou para casa a família de Rio e Raquel. Afinal, todos trabalhavam e Ângela tinha aulas no dia seguinte.

Assim que ela saiu do banheiro, foi atacada por Mônica e Tóquio que a levaram para a varanda para conversar com expressões de curiosidade.

- Conte tudo. Você agarrou o médico não agarrou? – perguntou Tóquio com a voz engasgada, claramente já muito embriagada.

- O que você acha que ficamos fazendo no banheiro? – disse Tóquio cheia de si com uma risadinha satisfeita.

- Você é corajosa. Fazer isso na casa dos outros. – Mônica riu.

- Fala a moça que deu dentro de um cofre aberto no meio de um assalto, pedindo para ser pega. – alfinetou Nairóbi, porém num tom brincalhão e as três riram.

- É verdade, nem eu fiz isso. – concordou Tóquio.

- Eu estou grávida, é culpa dos hormônios. – replicou Mônica.

- Aham... – Tóquio estreitou os olhos em dúvida e então olhou para Nairóbi novamente. – Mas então? Foi bom? Ele é... grande? – quis saber curiosa.

- Tão bom que já estou pensando em como e quando vou repetir. E grande ao ponto de eu pensar: será que cabe tudo isso aí dentro? – respondeu num tom vaidoso.

- Meu Deus! – as duas riram. – Parece que nosso amigo Helsinque vai se tornar o único solteiro do bunker... – comentou Tóquio com certo pesar.

- Se depender de mim, com certeza vai. – Nairóbi comentou quando Denver abriu a porta da sacada:

- O que vocês estão cochichando aí? A coitada da mulher do Santiago está ali nos ouvindo falar sobre carros, vão pra lá fazer companhia a ela. – criticou.

- Já estamos voltando, meu amor. Era um assunto importante. – explicou Mônica, olhando para as duas com risos abafados.

- Imagino... – ele riu.

Passava das três da manhã quando Javier se deu conta que precisava ir embora da festa. Como ele acordaria em cinco horas para trabalhar ele não sabia, mas aquela noite tinha valido a pena. Ele queria se despedir adequadamente de Nairóbi, mas não queria chama-la na frente de todos, porém ela que não era nada tímida, o chamou:

- Dr. Bueno, eu preciso tirar uma dúvida médica, já que nossa próxima consulta ainda demora um pouco, podemos nos falar por um minuto? Ele a acompanhou até a sacada lá fora e Denver deu uma risadinha dizendo:

- Nossa quanta formalidade.... – ironizou Helsinque.

Nem parece que ficaram meia hora enfiados no banheiro. – Monica bateu no braço dele com um olhar de reprimenda mas todos abafaram um risinho.

Assim que a porta da sacada se fechou, ela se jogou para cima dele, dando-lhe um demorado beijo e disse em seu ouvido:

- Eu só queria me despedir adequadamente.

- Imaginei. – ele deu um sorriso. – Não era assim que eu queria terminar a noite hoje mas... – segurou as mãos dela e ela cortou sua frase.

- Sempre há uma segunda oportunidade... – incentivou ela.

- Espero que sim. – ele deu um beijo no topo da cabeça dela e saiu dali, deixando seu perfume no ar. Ela estava gostando mesmo daquele cara e isso era um problema. Porque no começo ela simplesmente o achou bonito e uma ótima oportunidade de aventura para alguém que estava em prisão domiciliar rodeada de casais, porém ele se tornou mais que isso. A partir do momento que transou com ele naquele banheiro percebeu que ele realmente não era o tipo de cara que fazia aquilo com frequência. Ele não devia nada a ela e mesmo assim fazia questão de dizer que gostaria de ter tido mais tempo com ela. Talvez fosse apenas papo como geralmente era com a maioria dos homens, mas os algo nos olhos dele dizia que estava sendo sincero. O modo como segurou suas mãos e a profundidade em seus olhos escuros diziam o contrário. Ah ela teria problemas graves se estivesse realmente se apaixonando por ele. Ele era um homem certinho demais para dar certo com alguém como ela. Porque ela nunca mais teria uma vida normal por mais que quisesse acreditar que era uma boa pessoa e merecia ter seu final feliz, sabia que estava muito longe de ser uma mocinha de conto de fadas.

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