Capítulo 59: Um pouco de complicação

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Nairóbi entrou no carro dele sentindo-se ansiosa e nervosa como uma adolescente indo para a casa do primeiro namorado. Em parte porque ela não saia daquele prédio há meses então era uma aventura. Ficaram em silêncio por um longo tempo porém não foi desconfortável, na verdade era um silêncio agradável e interrompido apenas por uma troca sutil de sorrisos.

- Você é corajosa. -disse de repente.

- Porque? – inquiriu curiosa.

- Eu poderia estar levando você para a delegacia. -provocou com um sorriso.

- Você está? - questionou com um tom tranquilo.

- Você sabe que não. – admitiu, tocando a coxa dela.

- Então aí está sua resposta. – deu de ombros fingindo indiferença.

- Chegamos.

Ele parou em frente a uma casa térrea e começou a erguer o portão da garagem. Era diferente do que ela esperava por ser solteiro. Achava que ele moraria em um apartamento pequeno não numa casa de família com gramado e jardim. Até porque a casa parecia antiga com suas janelas e portão com grades de ferro. Mas ao mesmo tempos tijolos à vista pareciam novos por estarem em perfeito estado de conservação. Entraram com o carro na garagem e assim que o portão baixou abriu a porta que dava para a cozinha. Assim como a fachada, os móveis também eram antigos, com excessão dos eletrodomésticos modernos de inox. Nairóbi olhava cada detalhe da ampla cozinha e ele a olhou com interesse:

- Eu sei o que você deve estar pensando: porque um cara sozinho mora numa casa desse tamanho? Será que é divorciado? – o tom de voz divertido a fez rir.

- Talvez você só seja espaçoso. – comentou enquanto passavam pela sala lotada de porta-retratos sobre a lareira.

- Também. – concordou ele. – Mas eu cresci nessa casa e quando meus pais morreram não tive coragem de vende-la então me mudei para cá. Meus irmãos estão em outras cidades então... – deu de ombros.

- Esse é você? – perguntou olhando a foto de um menino gordinho e sorridente.

- Sim. – afirmou rindo. – Melhorei, não acha?

Ele postou-se atrás dela agarrando-a pela cintura e se inclinando para encostar o queixo no ombro dela. Nairóbi estava tentando entender porque aquele homem tão digno, tão bom estava interessado nela. Ele claramente tinha uma boa estrutura familiar, tinha uma profissão por Deus ela não tinha o direito de destruir a vida dele trazendo-o para a bagunça que era a vida dela. Pensando. Isso uma lágrima escorreu dos olhos dela e ele percebeu a melancolia no olhar dela.

- Que foi? – perguntou limpando o olho dela e ela se afastou.

- Percebi como tenho sido egoísta. Você merece mais que isso. – acariciou o rosto dele, delineando sua barba entre os dedos.

- Eu não acredito que você pretende me dar um fora no nosso primeiro encontro oficial. – a voz dele era tranquila deixando claro que não acreditava nela.

Nairóbi baixou o olhar sentindo-se em um beco sem saída. Ele não era mais só uma oportunidades de sexo, ele era muito mais que isso e era assustador. Javier ergueu o rosto dela e ela disse:

- Não tem futuro para nós dois. Você pode ter mais. – insistiu ela.

- Eu não quero mais, eu quero você. – garantiu beijando os lábios dela com violência e carregando-a no colo levando-a até seu quarto.

Ela não tinha o direito de instigar esses sentimentos e depois tentar fugir deles. Ele não ligava para o fato de terem que se esconder ou para o fato de ela ser uma ladra. Ele ligava para o que via nos olhos dela e ele só via coisas bonitas.

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