Capítulo 42: oito é demais

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O cheiro de café invadiu rapidamente as narinas de Rio e Tóquio fazendo-os perceber que estavam com fome. Quando deixaram as barracas encontraram Helsinque preparando um delicioso café da manhã e servindo café quentinho para Nairóbi.

- Alguém está querendo puxar o saco da Inspetora, sim ou com certeza? – provocou Tóquio servindo-se do café enquanto Rio cortava uma fatia de bolo.

- Ela não está mais na polícia, mas não custa garantir que ela mantenha o bico fechado não é? – resumiu ele.

- Minha mãe sempre disse que se ganha as pessoas pela boca. – concordou Nairóbi, com a boca cheia. Tóquio deu um leve sorriso e suspirou satisfeita ao sorver um gole do café.

- Você se superou hoje! – elogiou.

- Obrigado. – Helsinque sorriu, servindo a omelete que tinha acabado de tirar do fogão.

- E o mais novo casalzinho já se dignou a levantar? – perguntou ela, esfregando os olhos.

- Estão enfiados no banheiro há uma hora. – esclareceu Nairóbi. – O outro casalzinho não deu o ar da graça ainda, mas acredito que eles não devem ter dormido muito bem, levando em consideração que dividiram uma parede com eles. – ironizou e os quatro caíram na risada.

- É, esse lugar está ficando lotado. Muitos casais.... Poucas paredes... – comentou Rio rindo.

- Olha, desde que a Inspetora aqui não se torne uma tendência muito frequente, não me incomoda. Dormir nesse colchão inflável é horrível. – reclamou Tóquio massageando as costas.

- Eu já me acostumei. – Nairóbi riu. – Não acho tão ruim.

- Talvez porque você dorme sozinha e não com alguém roubando o pouco espaço que você já tem no colchão de solteiro. – olhou de soslaio para Rio.

- Normalmente você gosta de dormir abraçadinha. – ele provocou, levantando-se colocando-se atrás da cadeira dela, beijando sua bochecha.

- Quem diria. – Nairóbi quase cuspiu seu café.

- Normalmente temos uma cama de casal que não afunda quando o peso fica todo de um lado só. – defendeu-se ela.

- Ah Silene você só está mal-humorada porque teve uma noite sem sexo e sem privacidade. Eu e Helsinque temos isso desde que chegamos e não estamos reclamando, certo amigo? - Os dois brindaram com os canecas de café.

- Não reclamam mas colocam conhaque no café as oito da manhã. Agora entendi porquê. – debochou Rio. Enquanto riam finalmente um Professor sorridente saiu do banheiro com uma Raquel bastante envergonhada que apesar dos cabelos úmidos usava a mesma roupa da noite anterior.

- Bom dia. – ele disse chegando a cozinha de mãos dadas com ela.

- Bom dia pra vocês. – Tóquio deu um sorriso sugestivo e Nairóbi a cutucou.

- Mas que espetáculo de café da manhã. – disse Raquel ignorando a provocação.

- Não pense que é sempre assim. Estão querendo agradar você. – comentou o Professor com um tom gentil e completamente apaixonado. Era a primeira vez o viam sorrir tanto logo de manhã cedo e seus olhos tinham um brilho diferente.

- Sirva-se à vontade Inspetora e não ligue para o que ele diz. Eu sempre me esmero. – gabou-se Helsinque.

- Eu não sou mais Inspetora. – ela corrigiu. – Vocês podem me chamar de Raquel. – completou calmamente, puxando uma cadeira.

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