Capítulo 62: Uma noite de verão

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Desceram as escadas correndo e quando finalmente colocaram os pés fora do bar, mal puderam acreditar que não havia um teto sobre suas cabeças, somente um céu recheado de estrelas. Deram as mãos e andaram pela quadra misturando-se na multidão como fizeram ano passado em Madrid no festival das Festas de Paloma. A cidade tinha aquele ar de cidade pequena do interior e uma arquitetura agradável fazendo com que se sentissem numa mini lua-de-mel beijando-se pelas ruas.

- Queria que pudéssemos fazer isso todos os dias. – comentou Rio, acariciando a mão dela enquanto olhava o enorme anel de noivado em seu dedo.

- Falta pouco para podermos fazer isso todos os dias. – concordou ela, sentando-se no colo dele sobre o chafariz de frente para a Paróquia do Santíssimo Sacramento.

- Pena que não vamos poder casar numa igreja assim. – continuou ele olhando para a grande estrutura em sua frente.

- Mesmo que pudéssemos, íamos convidar quem? Não sei você, mas eu não era muito popular na vizinhança. – comentou com ar triste.

- Quem disse que precisa encher a igreja? Pra mim bastava ter você e o padre. – garantiu sorrindo. – Tenho certeza que você ficaria linda vestida de noiva.

- Você já pensou muito sobre isso hein? – Ela franziu a testa surpresa.

- Um pouco. – confessou corando.

- E depois nós mulheres que ganhamos a fama de casamenteiras. – suspirou e ele caiu na risada.

- Queria que pudéssemos ao menos registrar esse momento.

- Isso nós podemos. Vem comigo. – Tóquio o puxou pelo braço até uma loja de eletrônicos ali por perto e comprou uma câmera instantânea com uns trocados que havia colocado em sua carteira assim que tinham resolvido dar uma escapada.

- Compre mais de um filme. – sugeriu Rio. – Temos um ano de relacionamento atrasado para registrar. – Ela o obedeceu e voltaram em alguns pontos turísticos fazendo selfies juntos.

Porém assim que voltaram para o Refúgio, encontraram o Professor parado na porta com cara de poucos amigos.

- Ficaram loucos? – gritou, puxando-os pelo braço para dentro.

- Calma, Sérgio, ninguém nos reconheceu não. – reclamou Tóquio acariciando o braço, onde ele havia apertado.

- Quase tive uma sincope procurando por vocês! – resmungou ele novamente.

- Só fomos dar uma volta. Não ficamos fora nem uma hora. – comentou Rio.

- O tempo é o que menos importa. – esclareceu o Professor. – Se vocês tivessem ao menos nos avisado. – continuou.

- Não pensamos que sentiriam nossa falta tão rapidamente. – disse Tóquio tentando não rir.

- A culpa é minha, a ideia foi minha. – Rio acusou-se enquanto iam para os fundos do bar, caminho contrário ao apartamento.

- Já que agiram como crianças, serão castigados como crianças, a festa acabou para vocês. – esclareceu o Professor enquanto desciam as escadas que levavam ao bunker.

- Nossa que castigo, ficarmos sozinhos pelo uma vez em meses. – debochou Tóquio com um tom malicioso.

- Neste caso, não vão se importar em abrir mão dos passeios matutinos, certo? Enquanto estamos aqui em cima vocês ficarão aqui embaixo, por uma semana. – afirmou o Professor com um sorriso maldoso.

- É sério? – Rio reclamou.

- Isso é tão injusto, não aconteceu nada de mais. – Tóquio bufou.

- Não aconteceu, mas poderia ter acontecido. Agora boa noite para vocês. – Assim que eles entraram no bunker o Professor trancou a porta e retomou para a festa.

- Uma semana não é um pouco de exagero? – recriminou Santiago, assim que ele chegou.

- Não. Eles precisam aprender a deixar de lado esses impulsos. Falta tão pouco.

- Você sabe que eles provavelmente vão batizar o apartamento, começando pela sua barraca, certo? – debochou Denver com uma risadinha, ao ouvir a conversa.

- Não tinha pensado nisso. Muito obrigado, Ricardo. –ironizou o Professor e Raquel acariciou os ombros dele tentando não rir.

Nesse mesmo instante, Nairóbi e Javier voltaram da sacada e perceberam a falta dos dois, o Professor rapidamente explicou o ocorrido.

- Uma semana? Não é um pouco de exagero? Tóquio vai acabar soltando uma bomba lá dentro. – comentou Nairóbi defendendo a amiga.

- Porque que de repente todos vocês resolveram defender Tóquio e Rio? Vocês sabem que eles têm tendência a tomar atitudes impulsivas, precisam ser castigados por isso. Não esqueçam que é por causa desse tipo de atitude que Moscou foi baleado.

- Pegou pesado, cara. – reclamou Helsinque e todos ficaram em silêncio por um minuto desconfortável.

- Para onde mais ela iria? – Nairóbi saiu em defesa de Tóquio novamente. – Raquel tire a bebida de seu homem porque claramente o álcool está deturpando o julgamento dele. – disse erguendo o tom de voz.

- Calma, Ágata. – Javier puxou-a pelo braço.

- Calma nada. Qualquer um de vocês não teria feito a mesma coisa? Para onde ir sem dinheiro e com a cidade toda cercada? – apontou ela.

- Ágata tem razão. Se alguém tem culpa pela morte de Moscou é quem atirou nele apenas. – concordou Mônica.

- O que você acha, Ricardo? – questionou o professor.

- Eu acho que ficar procurando culpados não vai trazer meu pai de volta. – disse com frieza. – E quanto a Rio e Tóquio concordo que eles terem saído sem avisar ninguém foi errado, mas uma semana?

- Está bem. Vamos deixá-los de castigo uns dois dias, mas vou continuar deixando eles pensarem que será uma semana. – O Professor finalmente cedeu e todos comemoraram erguendo seus copos para um brinde.

 – O Professor finalmente cedeu e todos comemoraram erguendo seus copos para um brinde

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