Capítulo 11: Voyeurs

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Os turnos de passeio começariam às três da manhã por Denver e Mônica, uma hora depois seria a vez de Rio e Tóquio e por fim seria a vez do professor, Helsinque e Nairóbi. Exatamente às 5 da manhã Santiago levantaria para fechar as portas do esconderijo e preparar-se para trabalhar como todos os dias.

Mônica agradeceu o fato de ter se sentido melhor quando chegou a hora de finalmente sair dali e poder observar algo fora aquelas paredes. Denver pegou uma garrafa de champanhe do novo estoque de bebidas alcóolicas trazidas pelo Professor e com a mão livre segurou a dela, subindo as escadas para o apartamento como se tivesse saído do inferno em direção às portas do paraíso. Quando as portas de correr da sacada se abriram e aquela brisa suave noturno atingiu seu rosto ele inspirou profundamente com um sorriso nos lábios.

- Agora me sinto livre de verdade! – exclamou abraçando-a e logo em seguida dando um longo gole na garrafa. Ofereceu a ela que recusou, sentando-se na cadeira de plástico branco atrás de si.

- Não posso. Estou grávida. – lembrou.

- Um golinho não vai fazer mal. Temos que comemorar. – ele garantiu, sentando-se ao lado dela e oferecendo a garrafa novamente.

- Tem razão. – aceitou a garrafa e deu um único mas longo gole, saboreando o gosto adocicado da bebida.

- Um dia vamos estar assim sentados na varanda da nossa casa, com o nosso filho. – ele afirmou, colocando a mão dela entre as suas. Mônica deitou a cabeça no ombro dele e suspirou profundamente dizendo:

- Adoro quando você diz, nosso filho.

- Mas ele é. – colocou a mão sobre a barriga dela acariciando-a. – Quando vai dar pra sentir ele ai dentro?

- Ainda demora uns meses. – Ela riu.

- Espero que você saiba o quanto eu já amo essa coisinha aí. – Disse com sinceridade. – E a mãe dele também. – Acrescentou mirando-a com um sorriso.

- Também amo você, Ricardo. – segurou o rosto dele entre suas mãos e o beijou demoradamente. Os lábios dele passaram a beijar-lhe o pescoço e os ombros dizendo entre um beijo e outro:

- Diz de novo. Que eu ainda não acredito que você está aqui.

- Eu amo você. - repetiu, puxando-o pelo queixo para tomar seus lábios novamente.

- E não está arrependida? Por ter que ficar presa embaixo da terra, tendo somente uma hora de brisa noturna? – comentou com um tom inseguro.

- Eu faria tudo de novo, sem pensar duas vezes. – garantiu ela sentando-se no colo dele.

- Mas e sua família? E se você nunca mais ver eles? – insistiu.

- Que família? Vocês estão sendo a maior família que eu tenho em anos. – respondeu com tristeza.

- Mas e seus irmãos? E seus pais? – quis saber, acariciando o rosto dela.

- Não falam comigo desde que me envolvi com... Você sabe quem. – disse envergonhada.

- Bem, nenhum pai quer ver a filha se envolver com um homem casado, certo? – justificou Denver.

- Sim, meus irmãos não sabem quem ele é, senão dariam uma surra nele. Por isso tenho estado afastada deles. E me arrependo muito disso, porque no fim das contas, eles estavam certos. – confirmou com pesar.

- Tenho certeza que eles gostariam de saber que você está bem, e com um homem que não é casado. – ele tentou anima-la.

- Não, só é procurado pela polícia. – Ela ironizou com um tom brincalhão.

- O sonho de todo pai, certo? – concordou ele entrando no jogo dela e ela o beijou novamente.

- Tenho certeza que eles vão adorar conhecer você. Se excluirmos a parte do roubo, é claro.

- É claro. – concordou.

- Seria muita audácia chegarmos perto da grade? – ela comentou olhando a beirada da sacada.

- Chegar perto? – Ele se levantou carregando ela e se aproximando da grande, soltando-a em seguida. Apoiou os cotovelos no parapeito dizendo:

- Olha que movimento zerado. Poderíamos ficar pelados aqui agora que ninguém nos notaria.

- Será? – perguntou curiosa, olhando para ele.

- Quer arriscar? – Denver colocou a mão na cintura dela, descendo por seu traseiro, infiltrando-se por dentro da calça.

- Acho que não precisaríamos ficar pelados pra isso. – respondeu com dificuldade quando a mão dele desceu até ficar entre as coxas dela.

- Tem razão. – colocou-se atrás dela afastando o cabelo para beijar a nuca dela. – Só precisaríamos descobrir uma parte do corpo. – sussurrou no ouvido dela.

- Só temos meia hora ainda. Acha que dá conta? – ela provocou.

- Mulher, você tem alguma dúvida? – pegou a mão dela e levou para trás, fazendo-a toca-lo e sentir sua ereção. Ela mordeu os lábios e contraiu-se de desejo, apoiando os cotovelos na grade.

- Vamos, faça. – Disse ela olhando para trás brevemente, inclinando-se para que ele se encaixasse nela. Denver abriu o zíper da calça jeans e tentou encaixar-se no corpo dela abaixando o mínimo possível sua calça de agasalho.

Ela deu um gemido suave quando sentiu-o dentro dela. – Se incline um pouco mais. – pediu baixinho e ela obedeceu até que o movimento fosse perfeito. Eles não se importaram se alguém nos prédios em volta visse ou se alguém percebesse na rua. Ela havia descoberto recentemente que o perigo a excitava e por isso, não só fez sexo ali em pé numa sacada como ainda permitiu-se demonstrar o quanto aquilo estava sendo satisfatório. Perdendo por completo a timidez ele agarrou o seio dela sob a camiseta branca e os dois rebolaram juntos em pé esfregando-se contra o parapeito da sacada. Talvez ninguém pudesse ouvir os gemidos mas o ferro da sacada rangendo com certeza podia ser ouvido, porém eles não ligaram para isso. Denver não se prolongou muito e finalizou mordendo o pescoço dela.

Eles tiveram apenas cinco minutos para se recuperarem daquela pequena aventura, antes que ouvissem os passos de Tóquio e Rio chegando e precisassem descer novamente. E a próxima parada seria diretamente no banheiro para um banho, já que ela ainda podia sentir esperma escorrendo por suas coxas e lambuzando suas calças.

Ela não lembrava a última vez que tinha sido tão impulsiva em sua vida e se divertido tanto. E pela primeira vez em muito tempo ela se sentia como alguém de sua idade e estava gostando disso.

Denver já não tinha mais inseguranças e se tinha não demonstrava, talvez porque realmente tempo de relacionamento não queria dizer nada quando se trata de comprometimento e sentimento. Talvez quando fosse para dar certo, as coisas simplesmente aconteciam, sem ninguém precisar forçar nada.

FANFIC - Bella Ciao (La casa de papel Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora