3 de outubro de 2018 – Madrid.
Tudo que Raquel temia quando sua irmã se envolveu com seu ex-marido havia se concretizado: ela também está sendo violentada por ele.
Ela não admitia porém Raquel conhecia os sinais e as marcas embora discretas. Tudo começou com uma suposta queda da escada, uma batida na porta e de repente vários acidentes relapsos começaram a acontecer com uma mulher que nunca fora assim tão desastrada. Como se não bastasse ela temia pela segurança de Paula que acabou confessando ter visto o pai segurando a tia com força pelo braço e ele acabou gritando com ela por ter visto.
- Ele nunca gritou comigo antes – queixou-se a menina.
Ela não podia mais suportar a ideia de sua filha acabar se tornando uma vitima e precisava convencer sua irmã a denuncia-lo.
- Não vão acreditar em mim, como não acreditaram em você – ela insistia. – Me perdoe por ter sido tão burra Raquel. Me perdoe por não ter confiado em você. As duas se abraçaram em lágrimas. É claro que Raquel a perdoava, afinal era sua única irmã e ainda por cima a caçula.
- Laura, talvez eu tenha uma forma de livrar nós duas de Alberto de uma vez por todas – comentou Raquel de forma misteriosa.
- Que forma? Você não está falando em assassinato, não é? – perguntou preocupada.
- É claro que não! Eu ainda sou uma detetive, esqueceu? – surpreendeu-se a outra.
- Bem, você se envolveu com um criminoso – lembrou a irmã.
- E você com um homem violento por mais que tenha sido avisada que as coisas terminariam mal – alfinetou Raquel.
- E você vai jogar isso na minha cara eternamente não é? – Bufou.
- Só enquanto você viver. – Raquel deu um sorriso amistoso beijando-lhe a bochecha.
- Mas então, que forma milagrosa nos livraria dele e nos manteria seguras ao mesmo tempo?
- Quão disposta você estaria a mudar toda sua vida para se livrar de Alberto? – questionou Raquel.
- Você quer dizer o que com isso? – Ela enrugou a testa.
- Quero dizer, mudar de cidade, de emprego, até mesmo de nome se necessário. Deixar tudo para trás aqui em Madrid – respondeu com seriedade.
- Você está me propondo entrar em uma espécie de programa de proteção a testemunha?
- Algo assim – respondeu.
- Dessa vez eu aceitou qualquer ideia que você tenha, se for para ter minha paz de espirito. Eu juro – afirmou com veemência.
Naquela noite Raquel sem mais delongas resolveu mandar a mensagem que faria o coração do professor saltar de felicidade e sorrir sozinho enquanto observava o mar visto da varanda de sua casa:
- Sérgio, seu plano de sequestrar a mim e minha família ainda está em pé? – E ele respondeu prontamente.
- Sempre está. Você resolveu aceitar? – Suas mãos suavam tanto que mal conseguia digitar com clareza.
- Afirmativo. Minha irmã finalmente percebeu quem realmente é Alberto. Se nós precisássemos sumir, eu, Laura, minha mãe e Paula o mais rápido possível, quando acha que conseguiria arranjar tudo?
- Você está falando sério? – questionou positivamente surpreso.
- Nunca falei tão sério – garantiu.
- Eu não sei, preciso pensar e respondo a você mais tarde, está bem? Você me pegou de surpresa – confessou.
- Eu sei – ela riu. – Mas agora não há mais nada que me prenda aqui, logo não há porque continuarmos separados. Eu quero estar ai com você o mais rápido possível – frisou.
- Nunca houve motivo maior para eu ser eficiente nessa missão.
Assim que terminou a conversa já mandou uma mensagem direta no grupo da sua família criminosa:
- Alguém aqui já está cansado de tirar férias? – Tóquio foi a primeira a colocar um emoticon levantando a mão.
- Férias? Que férias? Estamos acordando a cada duas horas com o bebê. Não sei o que é férias – reclamou Denver com risos.
- Já tem uma nova missão à vista, professor? – perguntou Helsinque com empolgação.
- Tenho uma missão e vou precisar da ajuda de vocês para concretiza-la o mais rápido possível. Quem está dentro? Mônica e Denver eu entendo perfeitamente que vocês fiquem fora disso.
- Qual é a missão? – quis saber Nairóbi.
- Vamos fazer com que Raquel e sua família desapareça para livra-las do ex-marido de Raquel de uma vez por todas.
- Estamos falando de sequestro? – perguntou Rio preocupado.
- Não é um sequestro se isso é a vontade delas – lembrou o Professor.
- O que fez a inspetora mudar de ideia? – quis saber Tóquio.
- Sua irmã e sua filha finalmente viram quem Alberto realmente é – explicou.
- Amém – comemorou Nairóbi mandando um emoticon dançando.
- Nós não precisamos mas queremos participar também. Ajudar a livrar mulheres de cafajestes é algo que eu faria com muito prazer – afirmou Mônica.
- Bem, nesse caso posso contar com todos vocês? – Todos mandaram sinais de positivo.
- Só começar a distribuição de tarefas – garantiu Denver.
- Bem, então vamos lá...
O plano começou a ser delineado e as tarefas dadas conforme todos iam respondendo e concordando, já que a diferença de fusos horários atrapalhava que a conversa se desenvolvesse de forma simultânea. Porém em poucas horas estava decidido que um mês seria mais que o suficiente para planejar uma nova vida para Raquel e sua família. Era incrível como ter muito dinheiro facilitava tudo. Ele mal podia esperar para dizer a Raquel que se tudo desse certo, antes do natal eles estariam juntos definitivamente.
ps: a fic vai terminar no capítulo 111, vão se preparando ai <3
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FANFIC - Bella Ciao (La casa de papel Fanfiction)
FanfictionCOMPLETA - Sabemos o que aconteceu com o Professor após um ano depois do roubo, mas e os outros personagens? Como eles escaparam da polícia, onde estão? Essa fanfic tem como objetivo responder todas essas questões que ficaram abertas na finale de "L...