Capítulo 94: Plano de fuga

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3 de outubro de 2018 – Madrid.

Tudo que Raquel temia quando sua irmã se envolveu com seu ex-marido havia se concretizado: ela também está sendo violentada por ele.

Ela não admitia porém Raquel conhecia os sinais e as marcas embora discretas. Tudo começou com uma suposta queda da escada, uma batida na porta e de repente vários acidentes relapsos começaram a acontecer com uma mulher que nunca fora assim tão desastrada. Como se não bastasse ela temia pela segurança de Paula que acabou confessando ter visto o pai segurando a tia com força pelo braço e ele acabou gritando com ela por ter visto.

- Ele nunca gritou comigo antes – queixou-se a menina.

Ela não podia mais suportar a ideia de sua filha acabar se tornando uma vitima e precisava convencer sua irmã a denuncia-lo.

- Não vão acreditar em mim, como não acreditaram em você – ela insistia. – Me perdoe por ter sido tão burra Raquel. Me perdoe por não ter confiado em você. As duas se abraçaram em lágrimas. É claro que Raquel a perdoava, afinal era sua única irmã e ainda por cima a caçula.

- Laura, talvez eu tenha uma forma de livrar nós duas de Alberto de uma vez por todas – comentou Raquel de forma misteriosa.

- Que forma? Você não está falando em assassinato, não é? – perguntou preocupada.

- É claro que não! Eu ainda sou uma detetive, esqueceu? – surpreendeu-se a outra.

- Bem, você se envolveu com um criminoso – lembrou a irmã.

- E você com um homem violento por mais que tenha sido avisada que as coisas terminariam mal – alfinetou Raquel.

- E você vai jogar isso na minha cara eternamente não é? – Bufou.

- Só enquanto você viver. – Raquel deu um sorriso amistoso beijando-lhe a bochecha.

- Mas então, que forma milagrosa nos livraria dele e nos manteria seguras ao mesmo tempo?

- Quão disposta você estaria a mudar toda sua vida para se livrar de Alberto? – questionou Raquel.

- Você quer dizer o que com isso? – Ela enrugou a testa.

- Quero dizer, mudar de cidade, de emprego, até mesmo de nome se necessário. Deixar tudo para trás aqui em Madrid – respondeu com seriedade.

- Você está me propondo entrar em uma espécie de programa de proteção a testemunha?

- Algo assim – respondeu.

- Dessa vez eu aceitou qualquer ideia que você tenha, se for para ter minha paz de espirito. Eu juro – afirmou com veemência.

Naquela noite Raquel sem mais delongas resolveu mandar a mensagem que faria o coração do professor saltar de felicidade e sorrir sozinho enquanto observava o mar visto da varanda de sua casa:

- Sérgio, seu plano de sequestrar a mim e minha família ainda está em pé? – E ele respondeu prontamente.

- Sempre está. Você resolveu aceitar? – Suas mãos suavam tanto que mal conseguia digitar com clareza.

- Afirmativo. Minha irmã finalmente percebeu quem realmente é Alberto. Se nós precisássemos sumir, eu, Laura, minha mãe e Paula o mais rápido possível, quando acha que conseguiria arranjar tudo?

- Você está falando sério? – questionou positivamente surpreso.

- Nunca falei tão sério – garantiu.

- Eu não sei, preciso pensar e respondo a você mais tarde, está bem? Você me pegou de surpresa – confessou.

- Eu sei – ela riu. – Mas agora não há mais nada que me prenda aqui, logo não há porque continuarmos separados. Eu quero estar ai com você o mais rápido possível – frisou.

- Nunca houve motivo maior para eu ser eficiente nessa missão.

Assim que terminou a conversa já mandou uma mensagem direta no grupo da sua família criminosa:

- Alguém aqui já está cansado de tirar férias? – Tóquio foi a primeira a colocar um emoticon levantando a mão.

- Férias? Que férias? Estamos acordando a cada duas horas com o bebê. Não sei o que é férias – reclamou Denver com risos.

- Já tem uma nova missão à vista, professor? – perguntou Helsinque com empolgação.

- Tenho uma missão e vou precisar da ajuda de vocês para concretiza-la o mais rápido possível. Quem está dentro? Mônica e Denver eu entendo perfeitamente que vocês fiquem fora disso.

- Qual é a missão? – quis saber Nairóbi.

- Vamos fazer com que Raquel e sua família desapareça para livra-las do ex-marido de Raquel de uma vez por todas.

- Estamos falando de sequestro? – perguntou Rio preocupado.

- Não é um sequestro se isso é a vontade delas – lembrou o Professor.

- O que fez a inspetora mudar de ideia? – quis saber Tóquio.

- Sua irmã e sua filha finalmente viram quem Alberto realmente é – explicou.

- Amém – comemorou Nairóbi mandando um emoticon dançando.

- Nós não precisamos mas queremos participar também. Ajudar a livrar mulheres de cafajestes é algo que eu faria com muito prazer – afirmou Mônica.

- Bem, nesse caso posso contar com todos vocês? – Todos mandaram sinais de positivo.

- Só começar a distribuição de tarefas – garantiu Denver.

- Bem, então vamos lá...

O plano começou a ser delineado e as tarefas dadas conforme todos iam respondendo e concordando, já que a diferença de fusos horários atrapalhava que a conversa se desenvolvesse de forma simultânea. Porém em poucas horas estava decidido que um mês seria mais que o suficiente para planejar uma nova vida para Raquel e sua família. Era incrível como ter muito dinheiro facilitava tudo. Ele mal podia esperar para dizer a Raquel que se tudo desse certo, antes do natal eles estariam juntos definitivamente.


ps: a fic vai terminar no capítulo 111, vão se preparando ai <3

ps: a fic vai terminar no capítulo 111, vão se preparando ai <3

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