Capítulo 44: Sobre a maternidade

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Mônica já havia terminado os livros que havia ganhado sobre gravidez e segundo todos eles (e o google), seu bebê já devia estar mexendo, porém ela não sentia nada novo, mesmo já estando no segundo trimestre da gravidez (também segundo livro que leu). Não aguentando de ansiedade e lembrando que a próxima consulta ainda demorava umas duas semanas, resolveu falar com Nairóbi, aproveitando que esta estava passando os canais da tv incessantemente com um olhar entediado.

- Ágata... – chamou timidamente.

- Sim? – respondeu, soltando o controle e ajeitando-se no sofá.

- Sei que isso deve ser um tanto doloroso de lembrar mas... – sentou-se ao lado dela.

- O que? – incentivou Nairóbi.

- Eu não tenho mais ninguém para conversar sobre isso e livros não ajudam muito, a internet muito menos. – continuou, acariciando a barriga discreta.

- Você quer me perguntar sobre gravidez, não é? – perguntou Nairóbi entendendo tudo.

- É... – suspirou ela.

- Não precisa ficar envergonhada para me perguntar sobre isso. Pergunte o que quiser. – incentivou carinhosamente.

- É que eu li que eu já devia estar sentindo o bebê mexer e não sinto nada. Será que está tudo bem com ele? – preocupou-se.

- De quantas semanas você está? – questionou.

- Umas dezessete, pelas minhas contas. –respondeu depois de pensar um pouco.

- Ah é cedo ainda. Nessa fase é discreto demais para sentir, provavelmente você sentiu algo e achou que era seu estomago roncando. – Nairóbi riu.

- É mesmo? – aliviou-se.

- Sim, eu comecei a sentir chutes mesmo lá pela metade da gravidez. Se daqui um mês você ainda não sentir nada, aí pode se preocupar. – garantiu Nairóbi e as duas trocaram um sorriso amigável quando Tóquio surgiu do corredor.

- Posso saber do que vocês duas estão rindo? – quis saber com curiosidade, sentando-se na poltrona ao lado delas.

- Assuntos relacionados a gravidez. – respondeu Mônica com um sorriso.

- Ah.... Não falem sobre isso perto de Aníbal por favor. Não quero que ele fique empolgado. – disse ela falando num tom baixo.

- Você não pensa em ter filhos? – questionou Mônica com curiosidade.

- Nunca pensei sobre isso na verdade. Sou filha única e nunca convivi muito com crianças... – explicou.

- Mas mesmo assim resolveu namorar com uma. – Nairóbi não resistiu a provocação e Tóquio lhe deu um olhar crítico.

- Muito engraçado. Mas falando nisso, a minha "criança" está de aniversário em breve e pensei em organizar uma festa surpresa. O que vocês acham?

- Eu sempre adoro uma desculpa para beber. Você bem sabe disso. – respondeu Nairóbi com um olhar malicioso.

- É eu sei que você adora uma festa. – concordou Tóquio.

- Bem eu não posso beber, mas sempre é bom fugir dessa realidade do cárcere privado que estamos vivendo. – acrescentou Mônica. – Aliás, quantos anos ele está fazendo?

- 21. – suspirou Tóquio aguardando o julgamento, mas sem ligar muito para isso. – Em minha defesa eu não sabia a idade dele a primeira vez que transamos.

- Fique tranquila amiga, passou de 18 já é legal. – ironizou Nairóbi.

- Eu não posso falar nada. Nunca perguntei a idade de Ricardo. – pensou Mônica.

- Em todo esse tempo, o assunto nunca surgiu? – Tóquio perguntou visivelmente impressionada.

- Não. Mas agora acho que vou perguntar. – Ela riu.

- Bem voltando ao assunto da festa. – disse Nairóbi. – Poderíamos falar com Santiago para fazer algo no apartamento dele, que acham? E talvez convidar um certo médico... – sugeriu com um olhar lascivo.

- Alguém está dando em cima do médico, não é? Eu sabia! – Tóquio riu.

- Ah eu não estou morta e vocês não podem negar que ele é um homem interessante. – confessou.

- Vai fundo, amiga. Se eu não estivesse comprometida faria a mesma coisa. – apoiou Tóquio rindo.

- Então acha uma boa ideia convida-lo? – perguntou.

- É uma festa. Quanto mais gente melhor, não? – respondeu afirmativamente.

- Qual a graça? – perguntou Rio assim que surgiu na sala.

- Assunto de mulheres. – respondeu Mônica disfarçando e as outra duas concordaram com ela, deixando-o desconfiado, porém ignorou e seguiu para a cozinha, pegando uma cerveja na geladeira.

- Bem o assunto está bom, mas está no meu horário de exercício, senão vou levar bronca de seu médico. – disse Mônica fitando Nairóbi em visível provocação.

- Quem dera fosse meu. – ela riu enquanto Mônica subia na bicicleta ergométrica. – Acho que vou me trocar e acompanhar você no jump.

- Seria uma boa. Você precisa gastar essa energia de alguma maneira. – disse Tóquio sarcasticamente.

- Então é verdade que Ágata anda se assanhando com o médico? – perguntou Rio interessado no assunto, sentando no braço da poltrona em que Tóquio estava sentada.

- É, parece que em breve o único solteiro aqui dentro vai ser nosso pobre amigo Helsinque. Será que o doutor não tem um amigo solteiro para apresentar não? – brincou Tóquio falando baixo já que Helsinque roncava em sua barraca improvisada feita de lençóis sobrepostos aos armários.

- Podíamos perguntar na próxima vez que ele vier aqui. – comentou Mônica rindo quando Nairóbi saiu do banheiro usando um agasalho e tênis. Em seguida ela subiu na pequena cama elástica começando a pular freneticamente enquanto Mônica pedalava.

- Vocês dois vão ficar aí assistindo a gente? – questionou ela para Tóquio e Rio que sentaram-se no sofá desfrutando a cerveja gelada.

- Aham. – responderam em uníssono rindo e trocaram um beijo de leve. 

 

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