Capítulo 56: A noite é uma criança

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2 de junho - sábado

Todos estavam felizes de terem uma noite livre no bar, mas ninguém estava mais feliz que Nairóbi, que tinha mais uma desculpa para ver seu médico favorito. Obviamente ela pediu para Santiago falar com ele assim que o Professor os liberou e para sua sorte, Javier estava com tanta vontade de vê-la quanto ela e aceitou prontamente o convite. Eles reservaram algumas mesas e as juntaram para ficarem perto e ao mesmo tempo de frente para o palco. Ninguém se preocupou em usar disfarces, exceto Mônica e Tóquio cujos rostos eram conhecidos. No entanto como o ambiente estava com pouca iluminação como é de praxe para ambientes noturnos do gênero, eles nem se preocuparam muito com a exposição.

Uma banda local tocava rocks antigos e embora sentissem e eles perceberam que não seria difícil passar a noite ali.

- E aí, o seu gato não vem? – perguntou Tóquio a Nairóbi num tom malicioso, enquanto lhe enchia o copo de cerveja.

- O que? – a outra perguntou aos gritos.

- Javier não ver? – cochichou no ouvido dela.

- Deve estar chegando. – respondeu com visível empolgação. – Aliás...- olhou para Helsinque. – Aquele cara ali não para de olhar para você. – disse para ele.

- Para mim? – perguntou ele surpreso prestando atenção no homem alto e corpulento de barba ruiva. – Se tinha alguém ali que precisava de diversão era ele.

- É! – ela garantiu. – Porque não vai lá falar com ele? – instigou ela.

- Isso aí, vai lá Helsinque. Tira essas teias de aranha aí. – concordaram Denver e Rio aos risos. Com tantos incentivos ele acabou cedendo e devolveu o olhar do homem, levantando-se da mesa para se aproximar dele.

Todos observavam a cena com interesse e ele fez um sinal para que parassem com isso, então tentaram disfarçar.

- Falando em romance, como será que está o Professor lá embaixo? – comentou Mônica com ar de mistério.

- Sinceramente estou até com medo de imaginar o que eles possam estar fazendo lá. – respondeu Tóquio fazendo a mesma cara de nojo que se faz quando se imagina os pais transando.

- Estão batizando o bunker, com toda certeza. – Rio disse rindo.

- Ah muito obrigada pela imagem mental. – reclamou Tóquio batendo no braço dele.

Então Nairóbi parou de rir quando olhou para o lado do bar e viu Javier procurando a mesa deles. – Com licença meus caros, mas eu tenho um compromisso agora. – disse levantando-se sem tirar os olhos de Javier.

- Vai conhecer outro banheiro, amiga? – provocou Tóquio e ela ignorou apenas mostrou o dedo do meio enquanto andava em direção a ele.

- Ela está muito caidinha por esse cara pelo jeito. – Denver riu.

- Você acha? – ironizou Mônica com um sorriso.

Enquanto Nairóbi desviava as pessoas para alcançá-lo a banda começou a tocar uma outra música, dedicando aos casais apaixonados: I can't stop loving you. Um clássico de Van Allen que aumentou a animação dela para se aproximar dele.

Quando finalmente chegou perto, ele mal teve tempo de pensar em falar algo, ela já pulou no pescoço dele beijando-o demoradamente. Javier agarrou a cintura dela devolvendo o beijo com a mesma intensidade até quase perder o ar.

- Senti saudades também. – sussurrou no ouvido dela com um sorriso. Os lábios lambuzados de batom vermelho a fizeram rir. Javier prestou atenção no visual roqueiro dela e não resistiu a oportunidade de elogiar:

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