Capítulo 12: Novos valores

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Tóquio correu para o parapeito da sacada inspirando profundamente e deixando que o oxigênio puro da noite adentrasse seus pulmões. Pela primeira vez ela tinha se dado conta de que nunca havia valorizado a importância de olhar o céu ou sentir o corpo sendo banhado pela luz da lua numa noite estrelada como aquela.

- Sente-se melhor agora? – Perguntou Rio, colocando as mãos nos ombros dela, massageando-os.

- Melhor, só se pudéssemos dormir aqui. – respondeu com um longo suspiro. A cada inspirada profunda sentia seu coração diminuindo os batimentos cardíacos até chegar a um ritmo normal.

- Ou se pudéssemos vir aqui de dia. – comentou, balançando a cabeça.

- Quem sabe com o tempo convencemos o professor. – ela concordou. – Mas, por agora estou satisfeita com esse pequeno prazer de estar em um lugar aberto, nem que seja por apenas uma hora diária.

- Que tal comemorar esse pequeno prazer com aquela garrafa ali que provavelmente Mônica e Ricardo esqueceram? – sugeriu, indicando com o olhar a garrafa de champanhe metade cheia escorada em uma das cadeiras.

- Seria um desperdício abandona-la, não acha? – ela sorriu e ele respondeu se afastando para pegar a garrafa, cujo líquido ainda estava gelado, fato que ele confirmou com um longo gole. – Hey deixe um pouco para mim. – Tóquio reclamou, tirando da mão dele e dando um longo gole.

- Prefiro sentir o gosto assim. – ele a puxou para um beijo e sua língua fria se uniu a dela compartilhando o sabor do líquido previamente bebido.

- E então, o que achou do sabor? – perguntou ela passando os dedos nos lábios dele, secando-os.

- Meio amargo no começo, mas depois deixa um sabor doce que nos faz querer mais. Quase igual a você. – brincou rindo.

- Vai me comparar com bebida agora, é? – ela ergueu uma sobrancelha com um tom suave.

- Vou sim. A diferença é que de você eu posso beber o engradado todo e ainda continuar sóbrio e querendo mais. Tóquio deu uma gargalhada e bebeu novamente.

- Vamos ver se você ainda vai pensar assim depois de meses confinado comigo aqui dentro. – ofereceu a garrafa a ele.

- Não tenho dúvidas de que vou. – bebeu prontamente. – Inclusive se for possível gostaria de poder te apresentar para a minha família. – Fez uma pausa. - Se um dia eles me perdoarem. – uma nuvem sombria se passou pelo olhar dele e ela passou os braços em torno do pescoço dele.

- Eles perdoarão sim. Provavelmente eles vão me odiar. – acrescentou com um sorriso. – Mas você era um bom filho, e normalmente os pais se deixam seduzir mesmo por filhos rebeldes. – garantiu ela, tentando ser positiva.

- Minha mãe nunca gostou de nenhuma namorada minha, então não seria necessariamente pessoal. – ele garantiu.

- Nossa que conforto! – debochou, fazendo-o rir.

- Mas minha irmã com certeza acharia você maravilhosa. – tentou consolar enquanto acariciava os cabelos dela fazendo um coque com eles.

- É mesmo? Porque você acha isso? – quis saber curiosa, pois era a primeira vez que eles conversavam sobre a família dele.

- Porque ela tem dezoito anos, e você é provavelmente tudo que ela gostaria de ser. Posso até ver claramente na minha mente Angela roubando suas roupas e perguntando o que você viu no irmão nerd dela.

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