Capítulo 85:Agridoce

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6 de setembro de 2018

- Você vem, não vem? – questionou o professor pelo facetime com Raquel.

- É claro que sim – Riu ela. – Você me pergunta todos os dias.

- Para garantir que você não vai esquecer.

- Não tem como esquecer, a passagem já está comprada. – Ela colocou em frente a câmera do telefone.

- Mal posso esperar. Estou morrendo de saudades – admitiu ele.

- Eu também – revidou com um sorriso discreto.

- Mas agora me conte, porque essa cara preocupada? O que você está escondendo? – questionou erguendo uma sobrancelha.

- Você já me conhece bem, não?

- Acredito que sim – concordou orgulhoso. Raquel não se fez de rogada e logo despejou sobre ele os problemas que lhe afligiam.

- É meu ex. Acho que está batendo em minha irmã – baixou o tom de voz.

- O que? Aquele canalha! – vociferou.

- Eu alertei-a quando descobri que ela estava com ele. Quem bate em uma bate em todas, mas ela nunca quis me ouvir – reclamou ela.

- Mas porque você acha que ele está violentando ela?

- Ela tem aparecido com umas marcas suspeitas, dizendo que tem sido desastrada... O tipo de desculpa que sempre ouvi na delegacia. – Fez uma pausa. – O tipo de desculpa que eu mesma já dei antes – confessou.

- Raquel vocês precisam de afastar desse homem. E se ele começar a fazer mal para a filha? – preocupou-se o professor.

- Não acho que ele seria capaz de tanto! Ele sempre foi um bom pai ao menos – duvidou Raquel.

- Mas até quando? Um homem capaz de bater numa mulher indefesa é capaz de qualquer coisa. Você precisa convencer sua irmã a dizer a verdade e usar isso para ter a guarda integral de Paula.

- Paula é louca pelo pai, ela me odiaria se eu a afastasse dele. Estou numa situação tão complicada...- queixou-se.

- Queria estar aqui com você para conforta-la pessoalmente – garantiu com um olhar apaixonado.

- Eu também queria muito você aqui. Minha irmã nessa situação e o Alzheimer de minha mãe piorando...

- Sinto muito.... Você vai traze-la?

- Não, vou deixa-la com minha irmã, quem sabe na presença dela aquele crápula se comporta e fico mais segura em deixar Paula com eles também.

- Você poderia trazer Paula se quisesse. – sugeriu ele.

- Não, ela seria a única criança e provavelmente ficaria entediada e nos enlouqueceria por isso. Além do mais eu prefiro dar minha atenção exclusivamente para você nesses dias. – Afirmou com um olhar sedutor.

- Mal posso esperar. Você não tem ideia do quanto sinto sua falta. Do quanto eu te amo.

- Espero que seja o mesmo tanto que eu. Amo você Sérgio. Nos vemos em uma semana. – Beijou a tela do celular.

- Eu vou contar os minutos. Durma bem meu amor.

- E você tenha um bom dia. – Riu da diferença de fuso horário que os separava e desejou que pudesse se teletransportar para junto dele quando quisesse sem ter que pensar em seu trabalho e todas as outras coisas de sua vida que tornavam impossível que ficassem juntos definitivamente.

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