Capítulo 6: A ilha

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Ele deveria estar conferindo se eles tinham visão completa de tudo que acontecia sobre suas cabeças no Bar Refúgio mas ao invés disso que estava pesquisando ilhas à venda que estivessem de preferência em lugares sem tratado de extradição com a Espanha. O Professor estava certo quando disse que 100 milhões de euro era muita coisa pois a maioria delas não chegava a metade disso, o que ainda sobraria muito para investir em outras coisas de forma a garantir seu futuro e de sua família.

Sim, pois apesar do que seus pais disseram em seis meses ele faria um depósito bancário bem gordo na conta corrente deles. Ele esperava de que alguma forma, em alguns anos eles tivessem condições de se reaproximar, já que ele não tinha irmãos duvidava que eles não seriam capazes de perdoar seu único filho.

No entanto já pensava em sair dali quando Tóquio abriu a porta e entrou, sentando-se no colo dele. O pequeno escritório não tinha mais que 6 m² pois não restava muito espaço além do já ocupado pelos móveis e suprimentos depositados ali. A mesa de escritório feita de mdf cuja cor preta já descascava estava bem surrada e o ambiente cheirava a mofo. A coisa mais moderna ali eram os computadores que o Professor trouxera, pois, a cadeira também estava o acento gasto e desbotado e o modelo era um dos mais simples encontrados em qualquer loja de departamentos. Porém o que realmente o incomodava era o fato de estar virada de costas para a porta, era muito incomodo trabalhar assim, porém não havia como inverter a localização dos móveis pela ausência de tomadas na outra parede. Pediria ao professor que providenciasse uma extensão para mudar as coisas de lugar. Ao lado da porta haviam caixas empilhadas com coisas que eles precisariam com frequência e que não estragavam facilmente como artigos de limpeza e higiene.

Porém quando Tóquio, ou melhor, Silene sentou em seu colo e pôs o braço em torno de seu pescoço tudo que estava lhe incomodando desapareceu e o único odor que ele sentia era do perfume dela.

- O que você está vendo? – Perguntou ela com curiosidade olhando a tela do computador.

- Procurando a nossa ilha, – explicou ele. – temos várias opções. Fiji, Belize, Bahamas.... Você tem alguma preferência?

- Qualquer lugar que tenha janelas já está bom o suficiente para mim, levando em consideração nossa atual situação. – Ironizou ela com um sorriso.

- E que tal esta ilha na Nova Zelândia com plantação de abacates? – Sugeriu ele apontando o dedo para a tela.

- Acha que tenho cara de fazendeira? – Inquiriu levantando uma sobrancelha.

- Sinceramente? – Ele riu.

- Melhor não. – Ela deitou a cabeça no ombro ele e deu uma longa suspirada antes de dizer: - Tenho uma má notícia para nós.

- Não me diga que já mudou de ideia sobre a ilha. – Desconfiou Rio tentando não parecer tão preocupado quanto realmente estava. Ela não tinha como saber, mas ele já podia sentir sua transpiração aumentando e seus batimentos cardíacos se tornarem mais velozes a medida que a insegurança se instalava. Mas tudo isso se dissipou em segundos quando com uma voz melodiosa ela respondeu calmamente:

- Não, – Ergueu a cabeça – a má notícia é que estamos enterrados aqui embaixo sem nenhuma camisinha. – Sussurrou no ouvido dele.

- Ah, só isso? – Respirou aliviado e sorridente.

- Como só? Já fazem alguns dias. – Ela mordeu os lábios contorno os dele com o dedo indicador.

- Damos um jeito. – Beijou-lhe os lábios e começou a se levantar com ela nos braços.

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