Capítulo 4: Solidão

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Naíróbi, Helsinque, Professor, Tóquio, Rio, Denver.... Esses nomes estavam prestes a desaparecer. E o que restaria? Ágata, Yashing, Sérgio, Silene, Aníbal e Ricardo. Mas eles eram as mesmas pessoas que eram quase seis meses atrás? Provavelmente não. Apesar da ausência de nomes pessoas, todos eles criaram um vínculo, um vínculo que doía pelos que ali não estavam mais, como Moscou por exemplo.

Mas o verdadeiro desafio iria começar agora, porque agora teoricamente era cada um por si, mas ainda estavam presos um ao outro e pela primeira vez teriam que se conhecer e conviver realmente como se fossem não cumplices, mas uma família. Porquê dessa vez não havia para onde fugir.

Ágata entrou no banheiro e o simples cheiro de sabonete já purificou suas narinas e lhe trouxe uma sensação de relaxamento que não sentia há dias. Aos poucos ela se despiu de Nairóbi, tanto fisicamente, quanto mentalmente. Não era aquela mulher que ela queria que encontrasse seu filho. Queria ser uma pessoa diferente, uma pessoa melhor e pensou nessa nova persona enquanto enchia a banheira.

Há quantos dias ela não se molhava inteira com água quente? Esfregou seus cabelos com gosto, colocando shampoo até muito mais que o necessário e ficou ali até seu corpo inteiro ficar enrugado. Ela não ligava para as batidas na porta e para as reclamações pois aquele era o primeiro momento que tinha para si em muito tempo.

A água já estava ficando fria, mas ela não ligava, parecia que nunca estaria limpa o suficiente depois daqueles dias presa na Casa da Moeda.

- Vamos Nairóbi, você ainda está viva aí? – Reclamou Denver com uma forte batida na porta.

- Ela vestiu a camiseta e uma calça de moletom e saiu, ainda secando os cabelos e disse: - Meu nome não é Nairóbi. Meu nome é Ágata.

- Ricardo. – Ele estendeu a mão para ela e eles trocaram um olhar cumplice por um minuto antes de ele se enfiar com Mônica no banheiro.

- Posso falar com você um minuto? – Perguntou Tóquio e ela assentiu com um movimento de cabeça. Tóquio a guiou para o quarto e fechou a porta, sentando-se na cama.

- Que foi? – Nairóbi cruzou os braços fitando-a de maneira séria.

- Sente-se por favor. – Ela pediu e Nairóbi obedeceu ao meio a contragosto, com medo do que viria a seguir. Não queria ouvir mais uns dos comentários maldosos de Tóquio.

- Eu quero te pedir desculpas. – Ela disse de forma humilde, surpreendendo Nairóbi.

- Pelo que? – A outra devolveu de forma ácida.

- Você sabe. Pelo que eu disse sobre seu filho. Estar lá dentro mexeu com a minha cabeça. Me desculpe.

- Foi duro ouvir o que você disse. Mas sabe porquê? – Ela fez uma pausa com um olhar triste e Tóquio encarou-a fortemente. – Foi duro porque embora você tenha dito de uma maneira horrível você disse a verdade. Uma verdade que eu estava tentando ignorar. Meu filho não me conhece mais. – Ela sacudiu os ombros tentando não chorar.

- Mas você pode e deve se aproximar devagar. Crianças são fáceis de conquistar. Eu acho. – Ela tentou acalma-la colocando as mãos sobre seus ombros.

- Você acha mesmo ou está dizendo isso só para tentar se redimir? – Perguntou Nairóbi desconfiada.

- Um pouco das duas coisas? – Ela sugeriu com um sorriso, e Nairóbi tentou devolveu um sorriso leve também.

- Vamos começar de novo, está bem? Silene Oliveira. – Tóquio ofereceu a mão para ela.

- Ágata Jímenez.

FANFIC - Bella Ciao (La casa de papel Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora