Capítulo 98: Plano de Fuga II

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Raquel pensou na ideia do professor sobre ir embora ilegalmente, porém ela não podia fazer isso. Sua profissão era quem ela era e ela sempre foi uma mulher que agia de acordo com a lei. Sendo assim optou por tentar afastar legalmente seu ex-marido de sua filha e sua irmã antes de ir embora.

Foi fácil conseguir provas de violência, infelizmente e é claro que juiz nenhum permitiria visitas da filha a um pai com histórico de violência doméstica. Mas para ter a garantia completa disso, o Professor lhe cedeu uma quantia bastante indecorosa em dinheiro para oferecer ao juiz, caso seu ex-marido tentasse fazer o mesmo.

- Não me sinto confortável fazendo esse tipo de coisa – explicou ao namorado.

- Talvez seja necessário. Nós dois sabemos que seu ex-marido não tem escrúpulos – insistiu o Professor até convence-la.

E mais uma vez ele estava certo. Porém dessa vez quem ganhou a causa foi ela. Juntamente com o processo de Laura, ela anexou um processo para acabar com a guarda compartilhada de Paula. O processo seria demorado, porém com dinheiro tudo podia ser apressado e sendo assim correndo contra o tempo finalmente ela tinha a liminar de restrição física.

- Isso não vai ficar assim – ameaçou ele, porém ela sabia que quando ele pensasse em revidar as duas já estariam bem longe dali.

Os dias passaram rapidamente e Raquel começou a arrumar as malas e deixar tudo encaminhado para viajar. Sua maior preocupação era tirar Paula da escola que ela gostava tanto, porém explicou de uma forma que a menina entendesse, que papai tinha feito uma coisa ruim com a tia Paula e elas precisavam ir embora.

- Para onde vamos, mamãe? – quis saber ela toda curiosa.

- Não posso contar ainda, meu amor. Mas tenho certeza que você vai gostar – garantiu ela. Naquela noite aguardou que Sérgio entrasse em contato com ela para saber dos últimos preparativos.

- Acabei de encaminhar as passagens aéreas para o seu e-mail – digitou ele.

- Pensei que não iriamos de avião convencional – questionou ela.

- Vocês vão até Tenerife de avião convencional para não parecer tão suspeito vocês simplesmente sumirem de Madrid. De lá, Nairóbi levará vocês ao destino final. Ela é uma das poucas de nós que não teve o rosto revelado então é seguro ir até ela da forma tradicional. Sua irmã também poderia ir direto para a Itália, mas nesse caso correria o risco de ser rastreada pelo ex. E não queremos isso, certo?

- Certíssimo – concordou ela. – Não aguento mais de saudades de você! Queria poder fazer uma videochamada para ao menos te ver e ouvir a sua voz.

- E porque não faz? – questionou com um sorriso.

- Paula e minha mãe tem sono leve.

- Já explicou a elas sobre nós?

- Para minha mãe sim, mas Paula por ser criança e ter língua solta achei melhor não dar muitos detalhes.

- Fez bem. Não podemos correr riscos agora. Assim que vocês chegarem já terão novas identidades, Rio manteve o primeiro nome de vocês, para não confundir Paula.

-Excelente. Eu estava bastante preocupada com isso.

- Também encaminhei no e-mail de sua irmã informações sobre meu sobrinho, que irá recebe-la. Ele já está por dentro da situação toda.

- Se você confia nele, eu também confio – garantiu ela.

- É um bom rapaz. Comprei aquele vinhedo porque era o sonho do pai dele, mas não tinha ideia de como administra-lo. Ele está fazendo um ótimo trabalho.

- Laura se chateia por ter que deixar o emprego, tomara que ela se adapte fácil com a nova vida – comentou Raquel.

- Tenho certeza que sim. Já contratamos uma tutora para ensinar italiano a ela e tenho certeza que novos ares farão bem. Não só a ela, mas a você também.

- Acordar com você todos os dias, vai me fazer muito bem – garantiu ela.

- Só a você? Só vou acreditar quando você estiver aqui!

- Falta pouco meu amor. Agora preciso dormir, faltam poucos dias e ainda resta muita coisa a fazer.

Eles se despediram e Raquel tentou conter sua ansiedade para a chegada de novembro. No dia seguinte tratou de imprimir os bilhetes aéreos em seu escritório antes de entregar as chaves do mesmo com Angel. Sua carreira como investigadora particular fora curta, porém ajudou a reunir as famílias dos cumplices de seu amado. Quem sabe ela poderia manter essa mesma carreira no novo país que iria morar. Ela não era mulher de ficar sem trabalhar, por mais dinheiro que Sérgio tivesse agora. Já se sentia mal por ter aceitado o dinheiro para apressar os processos contra o ex-marido, portanto não pretendia viver somente com o que ele a proporcionasse. Por sorte ou porque já a conhecia bem ele não pareceu surpreso quando ela disse que iria arrumar um trabalho assim que se estabelecesse.

- Nunca pensei que seria diferente – garantiu ele, deixando-a ainda mais apaixonada. 

 

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