Capítulo 87 - Vida nova

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16 de setembro

Depois do jantar e do bolo, todos sentaram-se na varanda externa da casa, aproveitando a brisa noturna enquanto continuavam a beber sem limites já que ninguém iria dirigir depois. Juntamente com o excesso de álcool as inibições pela presença de Raquel que ainda despertava desconfiança em alguns (especialmente Tóquio) começaram a desaparecer. Não demorou muito até que a única pessoa sóbria (por necessidade) fosse Mônica, que já estava bem cansada devido o estágio avançado de sua gravidez.

- Pra quando é mesmo? – questionou Nairóbi tocando na barriga dela suavemente.

- Primeira semana do mês que vem. Mas eu não sei se ele não vem antes, tem mexido muito – queixou-se.

- Vamos torcer que ele não seja irritante como o pai biológico, não é? – brincou Tóquio recebendo um ar de reprovação de todos. – O que? Ninguém mais tem senso de humor?

- O pai dele sou eu. E mais ninguém – explicou Denver com ar sério.

- Eu sei, mas vocês não têm medo que o doador do esperma possa vir reclamar os direitos dele algum dia? – comentou Tóquio.

- Pois ele que tente. – Os olhos claros dele se nublaram de repente.

- Vocês não precisam se preocupar com isso – Raquel intrometeu-se na conversa, largando a garrafa de cerveja sobre a mesa ao seu lado.

- Porque não? – Monica ergueu uma sobrancelha com curiosidade, já que ela havia dito com muita segurança.

- Vocês não ficaram sabendo? Ele morreu há alguns meses. Ataque cardíaco – respondeu Raquel.

- Bem, não posso dizer que fará falta – disse com ar maldoso Helsinque.

- Foi tarde. Cara chato da porra – completou Tóquio mas Mônica parecia abalada com a informação.

- Que foi? Vai me dizer que ficou com peninha do embuste? – criticou Nairóbi de forma meio áspera e Javier deu uma cotovelada nela.

- Não, dele não. Mas ele tinha filhos e....

- Porque não mudamos de assunto hein? – sugeriu Rio tentando acalmar os ânimos. – E o seu filho, Srta. Nairóbi, já o encontrou?

- Então... – ela revirou os olhos com uma voz melodiosa.

- Conte para eles o que você tem feito – Javier a olhou em tom provocativo e eles trocaram olhares.

- Eu ainda não falei com ele – confessou ela por mim mostrando um visível sentimento de culpa.

- Como assim? Mas não era isso que você mais queria? – Helsinque perguntou enquanto os olhares de choque a encaravam.

- Ela não falou com o garoto mas está meio que sendo stalker dele – comentou Javier achando graça.

- Eu sou a mãe dele! Não é crime seguir os passos do próprio filho, certo? – Olhou para Raquel, buscando apoio.

- Como assim seguindo os passos? – quis saber o Professor.

- Eu sei aonde ele mora, que escola frequenta, sei onde joga futebol, mas... – Fez uma pausa. – Não tive coragem de abordar ou me aproximar. Não sei como fazer isso. Culpa da Silene que enfiou na minha cabeça que o menino nem me conhece mais. Tenho medo da rejeição – confessou.

- Meu Deus, você nunca vai parar de jogar isso na minha cara? – reclamou Tóquio.

- Me deixou insegura! – reclamou ela.

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